Como se não bastassem os problemas gerados pelas boas intenções do atual governo ao apresentar o índice de aumento de 2,96% aos servidores estaduais (sem discussão prévia com os sindicatos) e o plano de devolução escalonada do Funaserp até 2009, agora, as atenções se voltam para um novo problema: a “oportuna” proposta do Banco do Estado de Sergipe de devolver imediatamente esses valores aos respectivos donos – os servidores – por meio de empréstimo em conta.
A idéia de facilitar a vida dos servidores com a antecipação do dinheiro do Funaserp é, realmente, muito oportuna… Para o banco. Apesar de ser uma taxa de juros atrativa para os padrões brasileiros – 1,5% ao mês – dificilmente, essa, ou qualquer outra taxa, poderia ser considerada uma boa opção para os servidores estaduais que se viram obrigados a descontar para o Funaserp, mensalmente, ao longo de quatro anos, 3% de seus salários de forma irregular.
Não é justo que os servidores paguem juros por um dinheiro que lhes é de direito. E que somente agora retorna sem a mínima correção do valor. Por si só, uma grande injustiça praticada contra esses pais de família.
Mas a proposta do Banese, no entanto, compreende-se, não poderia ser diferente por se tratar de uma instituição financeira que está competindo no mercado… E visa lucro. Esses empréstimos terão que ser pagos por alguém. O banco não pode arcar com o prejuízo gerado pelo adiantamento de R$ 45 milhões aos servidores do estado sem a devida remuneração do dinheiro aplicado.
E é exatamente aí que começam as novas agruras do governo. A apresentação dessa linha de crédito “facilitado” aos servidores, sem medir as suas conseqüências políticas, já está gerando outra grande dor de cabeça: como ousa o principal acionista do Banese – o próprio governo – cobrar juros dos servidores nesse caso? Por que o governo não assume os juros cobrados, se a dívida lhe pertence?
Mais uma vez, alguma “mente brilhante” que assessora o governador, no afã de prestar serviço, acabou por prestar um desserviço, colocando-o numa esparrela sem precedentes junto aos servidores.
Para fazer justiça, devo dizer que o governador Marcelo Déda não criou o Funaserp e está, sim, empenhado em resolver o problema.
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