Novas Formas de Resolver Problemas (*)

NOVAS FORMAS DE RESOLVER PROBLEMAS (*)

Vi há alguns dias atrás no Jornal Nacional que algumas cidades do Estado de São Paulo resolveram proibir o uso de celulares dentro dos estabelecimentos  bancários e que, agora, a cidade de São Paulo, através da sua Câmara Municipal promulgou uma lei que proíbe o uso de celulares no interior dos  bancos. Num primeiro momento parece uma ideia bastante louvável, todavia, se pensarmos nos interesses e direitos das pessoas começamos a perceber que esta não é, certamente, a melhor maneira de evitar esses problemas.
O que esperamos da atuação do Município, basicamente, pelo menos o mínimo necessário é que ele permita que o cidadão possa andar e transitar em segurança na cidade. Mas, no momento em que um cidadão é proibido de utilizar o seu direito de uso de celular alguma coisa errada pode estar acontecendo.
Dando continuidade a essa linha de pensamento, vamos esperar que dentro de alguns dias visando defender o cidadão de atropelamentos, assaltos e roubos seremos proibidos de sair de casa. Lembro da estória de uma mulher que afirmava ter um grande problema: um cachorro; e, depois, outro problema, o cachorro estava cheio de pulgas. A mulher foi ao veterinário e pediu um remédio. O veterinário deu o remédio e disse para ela dar banho no cachorro para matar as pulgas; mas que tivesse cuidado pois se o cachorro ingerisse o remédio morreria. Então a mulher pensou: “Se eu der o banho no cachorro, resolvo apenas um problema; todavia se eu der o remédio para ele beber, resolverei os dois problemas”. Assim pensado, assim feito! Problemas resolvidos!
Essa semana participei de uma entrevista no Programa Batalha na TV (Canal 20), e ele falou ao público, antes da minha entrevista que ”os gestores públicos deixam os problemas acontecerem primeiro para depois buscar soluções”. E citou o caso das greves no serviço público. Aproveitando a deixa do comentário do Batalha que conclusões poderemos tirar? A primeira coisa é que esse não é um comportamento só dos gestores públicos e sim um comportamento geral da maioria de nós. E isso acontece, justamente, porque usamos o tempo todo o pensamento lógico que num primeiro momento quando nos defrontamos com qualquer situação buscamos na nossa mente: 1º – uma experiência anterior; 2º – um padrão conhecido; 3º – conhecimento. Por este motivo, sempre estamos resolvendo problemas analisando experiências do passado, sejam elas bem resolvidas ou não. Em seguida, depois que buscamos esses exemplos, julgamos, avaliamos e escolhemos o que fazer.
Dessa maneira, sempre terminamos por decidir como base em modelos do passado. E o que acontece agora? Estamos vivendo um momento especial da Humanidade no qual as coisas mudam constantemente. Por este motivo não podemos mais julgar situações sempre buscando informações que como os problemas foram resolvidos no passado.
Uma pesquisa recente, publicada ao final de 2010, pelo IBM – Institute Business Value, USA e realizada com 1541 CEO´s de grande corporações públicas privadas em todo o mundo revela que:
1º – COMPLEXIDADE ATUAL  IRÁ AUMENTAR E 50% DOS EXECUTIVOS DIZEM QUE AINDA TÊM DÚVIDA SOBRE A SUA CAPACIDADE DE ADMINISTRÁ-LA;
2º – CONSIDERAM QUE CRIATIVIDADE É A COMPETÊNCIA MAIS IMPORTANTE DA LIDERANÇA;
3º – AS ORGANIZAÇÕES/INSTITUIÇÕES MAIS BEM SUCEDIDAS SERÃO AQUELAS QUE SOUBEREM CRIAR PRODUTOS E SERVIÇOS JUNTAMENTE COM SEUS CLIENTES;
4º – OS LIDERES DE ALTO DESEMPENHO IRÃO GERENCIAR A COMPLEXIDADE EM NOME DAS SUAS ORGANIZAÇÕES, CLIENTES E PARCEIROS.
E o que vem isso comprovar? Exatamente o que falei quando digo que não podemos resolver problemas analisando o passado, justamente porque as coisas acontecem hoje de forma tão rápida, interconectada e mutante que a maneira de resolver um problema hoje poderá não valer mais para o mesmo problema que aconteceu alguns dias atrás.

(*)  Fernando Viana
www.fbcriativo.org.br

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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