Nas eleições de 1994 os institutos de pesquisa eram unânimes em indicar a vitória do então candidato a governador, Albano Franco, ainda no primeiro turno para o adversário Jackson Barreto. Nos dias que antecederam o primeiro turno da eleição alguns institutos chegavam a indicar mais de 60% das intenções de voto para Albano. Ao abrir das urnas o resultado foi invertido, Jackson saiu na frente de Albano no primeiro turno. Guardo comigo ainda hoje recortes de jornais com entrevistas de diretores dos institutos de pesquisa se esforçando para explicar a dissonância dos números com as urnas.
Uma das explicações dada, à época, foi que o eleitor “escondeu a intenção de voto, porque tinha que ser identificado”. Essa explicação foi quase unânime entre os institutos de pesquisas que tornaram seus números públicos. No segundo turno das eleições daquele ano a pesquisa de boca de urna feita por um desses institutos deu a vitória de Jackson sobre Albano. Ao abrir das urnas o resultado foi inverso. Aquela eleição foi totalmente atípica. No transcurso dos últimos dez anos tivemos outros erros de medição eleitoral.
Este ano, salvo má interpretação do momento político que vivemos, parece que estamos diante de outro processo eleitoral atípico. Muitas denúncias de corrupção e pouca comprovação. Essa aparente contradição da vida política local e nacional tem deixado parcela considerável do eleitorado atônito. Meio sem saber o que fazer. Talvez por isso as pesquisas indiquem tão alto índice de indefinição. Segundo o Dataform que ouviu 2.130 eleitores em 21 dos 75 municípios sergipanos de
Em resumo, ou os eleitores estão usando da mesma “sabedoria” de 1994, quando as pesquisas apontavam numa direção e eles seguiam em outra; ou estão realmente cada vez mais frustrados com a maioria dos homens públicos brasileiros. Como diria o filosofo, “o tempo é o senhor da razão”.
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