Às vésperas de uma eleição, alguns analistas costumam escrever procurando agradar àqueles que estão com o pleito “quase ganho” de acordo com a última tendência apontada pelas famigeradas pesquisas de opinião. Vê-se de tudo. Ou melhor, lê-se de tudo.
Respeito o posicionamento de todos, é claro. Mas, particularmente, procuro agir com frieza nessas horas. Do que adianta dizer que o candidato “A” está muito bem em relação ao candidato “B” se, na prática, ao longo dos anos, no Nordeste, eleições são ganhas faltando apenas 72 horas para o pleito? É um passo para a desmoralização de qualquer jornalista.
No que diz respeito às pesquisas, não dá para se enganar. Sabe-se que cada candidato trabalha com um instituto de sua preferência e, invariavelmente, são os “institutos amigos” que, por questões óbvias, balizam as ações de marketing de cada candidato/cliente.
Existem dois tipos de pesquisa: a que é feita para ser divulgada e a que é realizada para consumo interno dos partidos. O que vem a público, naturalmente, atende tão somente às exigências de quem está pagando pelo trabalho realizado. No entanto, a pesquisa para consumo interno retrata a realidade nua e crua. E é a partir dela que os partidos tomam conhecimento de suas fragilidades em cada região e passam, assim, a trabalhar intensivamente para tentar reverter tendências negativas aqui ou ali.
Portanto, na hora de se fazer uma análise criteriosa, não podemos avaliar números divulgados durante uma campanha, sob pena de estarmos prestando um serviço involuntário a determinadas candidaturas. Qualquer análise tem que ser feita com base em dados confiáveis… quase sempre inacessíveis.
Hoje, em Sergipe, as informações fidedignas estão “escondidas a sete chaves”. Pelo que se sabe, nos bastidores, os números reais da campanha apontam para um grande imbróglio na reta final. E o resultado, muito provavelmente, será definido nas últimas 72 horas antes do pleito.