Ô anjinho, tome essa vela!

“Ô anjinho, tome essa vela, vá tocar fogo no mar, vá dizer a Nossa Senhora que o mundo vai se acabar!”

A música era assim, antiga!

E a lembrança já se faz, antiga também, creio que do ano de 1966, quando eu era um terceiranista do Curso Científico do Atheneu, então Colégio Estadual de Sergipe, querendo prestar o Concurso Vestibular para o ingresso na Escola Superior de Química de Sergipe.

Naquele ano, acompanhando meus primos Murilo Cabral Tavares, Jorge Cabral Aguiar e Marcelo Guimarães Cabralparticipei de festividades da Cidade de Capela, a “Princesa dos Tabuleiros”.

A viagem era feita de “Marinete”, os ônibus de então, longa e poeirenta que partia da rodoviária às 15 Horas e chegava em Capela, perto das 18, com o canto da Ave Maria, parando na frente do prédio do Correio, praça onde tinha uma fonte com peixinhos, algumas padarias de bolachas saborosas, casas comerciais de tecidos e artigos outros de Secos e Molhados, lugares diversos para lazer em jogos de Snooker, e aconchegos literários também, porque ali na praça tinha o Clube Rio Branco de festas memoráveis, e um Instituto de igual nome, Rio Branco, salvo engano, onde se podia frequentar para ler, tomar livros emprestados, sem falar que ali próximo, para os que não gostavam de ler, era possível alugar as bicicletas de Gileno, mas aí, divagando em pedaladas, eu me perco a falar de tempos anteriores da minha meninice, em albores de adolescência.

Naquele ano de 1966, Murilo, Jorge, Marcelo e eu participamos da Festa de 2 de Fevereiro, em louvor a Nossa Senhora Purificação, da Procissão dos Penitentes, na Sexta-Feira da Paixão na Semana Santa, e na Festa do Mastro, por ocasião dos folguedos de São Pedro.

A festa de 2 de fevereiro sempre precedida de novenário abrilhantado por oradores notáveis como o Cônego Hélio Lessa de Maceió, culminava com a Procissão liderada pelo Monsenhor Eraldo Barbosa, o padre que depois me casaria, no também distante ano de 1973.

Se os bailes no Clube Rio Branco me trazem vivas lembranças, quero falar somente daquelas vividas por mim na Procissão dos Penitentes e do Cortejo do Mastro de São Pedro, únicas em minha vida.

Da Procissão dos Penitentes vem a musiquinha milenar do Anjinho incendiar o mar, junto de outras que memorizei, mas claudico, e por isso não ouso, tentar repetir.

O encontro, como de costume, aconteceu no Cemitério da Santa Cruz, em plena noite escura, afinal a cidade era então pouco iluminada.

Assim, eis-me com Murilo, Jorge e Marcelo, cobertos com lençóis como almas penadas, seguindo uma matraca a rezar Padre Nossos e Ave Maria, percorrendo os três cemitérios da cidade e algumas dezenas de Santa Cruzes, por caminhos nunca dantes, para mim, tão lúgubres.
Da procissão só homens participavam.

Dir-se-ia hoje, que era algo a repelir, porque os homens são execrados quando gostam de possuir suas confrarias, seus clubes, suas irmandades.

Hoje tudo isso, enquanto “Clube de Bolinha” é abominado.

É considerado excludente; proibido mesmo! E aí perde a graça, suscita outras coisas, afinal quando se junta mulher e homem, no escuro e sob os lençóis, todo mundo sabe o que se faz; menos rezar!

Rezando pra Nossa Senhora ter pena do mundo, a minha única Procissão do Penitentes acabou no Cruzeiro da Igreja do Amparo, com a promessa de retorno por mais uma dezena de anos, sob pena de um castigo, uma maldição que eu não sei o que era, afinal isso tem quase sessenta anos, e de lá para cá, nada me aconteceu.

Já a Festa do Mastro, foi uma loucura que experimentei e abominei.

A festa em si é uma beleza; uma alegria. E eu a via desde menino, criada por um senhor chamado “Dersón”, ou Nelson, simplesmente, uma figura sorridente e avermelhada, que morava num casarão da Praça do Amparo.

Durante o dia, escolhia-se uma árvore, na Mata do Junco, que era derrubada a machadadas, e trazida em cortejo, para ser erguida como Mastro, em frente à casa de “Seu Dersón”.

O Mastro era enfeitado por diversas prendas, prêmios a serem resgatados à noite em meio ao fogaréu e excedente chuva de busca-pés, por eventuais afoitos que ousavam escalar o mastro em meio a uma fogueira armada no seu entorno.

Desnecessário dizer que eu distante assistia essa ultima etapa.

Nunca fui de soltar busca-pés. Eu gostava de bombas. As de breu principalmente.

Já o cortejo do mastro, fui uma vez para não ir mais nunca. Foi uma coisa louca; terrível! Um banho de lama; uma sujeira!

Rasgaram minha roupa toda.

Vi a hora de voltar pra casa de minha avó, despido ou de cueca.

Cueca samba canção, diga-se por acréscimo, porque naquela época se existia ceroula de malha, a Zorba não tinha chegado em terras Surubis.

Do banho de lama, da sujeira e do rasga roupa, tem, ainda hoje, quem goste. Eu não gostei, muito menos do tanto de cachaça que ingeri, sem fazer feiura, nem pagar o trago. Porque a cachaça era amplamente distribuída.

Como dito, cheguei são e salvo da festa do mastro, sem lhe restar adepto.

Ouvi no noticiário recente, que nos excessos desse ano, houve apedrejamentos e agressões com vidro inclusive, sobrando até para a imprensa, que ousa posar incólume no meio de muitas batalhas, e algumas abandalhas mal denunciadas.

Denúncias e anúncios à parte, o noticiário, por seus corifeus e Asmodeus de ocasião tem falado no “clima de ódio”nunca visto tão vigente na nação.

O problema é que a eleição se aproxima e as pesquisas teimam em dizer que Bolsonaro irá perder, diferente das ruas que o abraçam por esses amplos Brasis a fora.

A fora e à dentro, e só dando dentro; vitorioso!

Agora mesmo aprovou a tal “Pec-sei-la-do-que”: por 469 votos, isso depois de uma pane no painel eletrônico, sucessivas manobras protelatórias, a esquerda demonizando o uso eleitoreiro e a gasolina baixando na bomba.

E o vilão não é o Presidente. É quem cobrava impunemente o ICMS extorsivo, ganhando na carência do petróleo por barril, e na p*taqiupariu, do dólar que subiu, nos empalando a todos, sem dó, nem cuspe.

Como só o Mito merece ser escarrado, eis as eternas Cassandras prevendo misérias apocalípticas, a requerer tascar fogo no mar.

São os malandros de sempre, verdadeiros canalhas, denunciados em boa razão pelo Presidente apolíneo, mas “de-pijama-Capitão”, que bem governa a nação.

Imposto da gasolina antes e depois, entre dez dias.

Como a notícia boa para mim é outra, estou a exibir duas fotos de notas fiscais pagas por mim na bomba de gasolina, onde se vê, num gasto dos mesmos R$200,00, em 29 de junho de 2022, R$21,60 de Imposto Federal e R$59,00Imposto Estadual, enquanto no dia 10 de julho de 2022, foram cobrados R$0,00 (ZERO) de Imposto Federal e R$36,00de Imposto Estadual.

 

Ou seja: em pouco mais de dez dias o imposto que era de R$80,60 (oitenta reais e sessenta centavos) baixou para R$36,00  (trinta e seis reais). Isto é R$44,60 a menos do meu bolso.

O imposta sobre a gasolina antes, em 29/06/2022

 

 

O problema todavia, é a tristeza que me assalta, porque estes mesmos preciosos R$44,60 (quarenta e quatro reais e sessenta centavos) a menos, estão sendo poupados também por essa gente “mais-do-que-maldita”, digo eu, que assaca ampla e irresponsável comandita contra o Mito, e ao “gado”, como a mim jogam por casquete, e que me honra, porque vejo o país crescer, apesar deles e de seu pensar tão ácaro quanto lumbricoide.

 

 

 

O imposto da gasolina dez dias depois.

Com já dizia Monteiro Lobato, não somos o país do Jeca Tatú, com muitos vermes a enfrentar?

 

Observação antes de terminar: que não se chame a atenção de Prefeitos e Vereadores, afinal em ambas as notas vê-se que não há tributos municipais, Quem sabe se alguém não irá reivindicar um ganho qualquer nesse vácuo?

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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