Em setembro estive em Florianópolis, Santa Catarina e num encontro com amigos da empresa em que trabalhei, a violência, que está presente em nossos dias, foi um tema preponderante em nosso bate-papo. Procurando explicações para o porquê de tanta violência, alguém comentou o que tinha lido em um jornal daquela cidade: na cidade de Santa Cruz, no Rio Grande do Sul, quatro ladrões renderam dezoito parentes de uma aposentada de 91 anos, que era velada naquela cidade. Um dos bandidos chegou a ameaçar atirar no cadáver. Um outro acontecimento comentado foram as cenas de violência num arrastão que ocorreu nas praias de Ipanema e Leblon, na cidade do Rio de Janeiro. Para uns, estas ações são conseqüências da exclusão das vítimas do modelo econômico; de gente rejeitada por preconceitos. Para outros, isto ocorre porque não existe punição para quem nos agride sem escrúpulos, nem razões. A advogada, Juçara Mazza Zaramella, numa mensagem pela Internet, assim se expressou sobre o tema: “apesar de ser uma cidadã brasileira tenho consciência de que a Constituição deste país não me abrange, posto que só tenho obrigações, tais como: pagar impostos, tributos, e ser qualificada classe média alta. Quanto aos direitos, esses são privilégio dos excluídos. Este país não me deu educação, saúde, segurança – princípios fundamentais consagrados na “Carta Magna”. SEGURANÇA????? Isso é utopia. Direitos humanos só para aqueles que, anteriormente à era “politicamente correta” eram qualificados como marginais. Nós, os pobres mortais, não temos direitos humanos e sim, o dever de permanecer TRANCAFIADOS em edifícios, pagando módicas taxas de condomínio que incluem portões, câmaras internas e demais sistemas de proteção que nos são impingidos a título de ilusória sensação de segurança. Tudo o que as autoridades legitimamente constituídas, às quais é constitucionalmente outorgado o chamado “poder de polícia” fazem por nós é divulgar o procedimento adequado a ser adotado em situações adversas: NÃO REAGIR quando os “EXCLUÍDOS” nos agridem para apropriar-se de nossas vidas e pertences”. A realidade é que a violência tornou-se prioridade para os órgãos de comunicação. Na televisão, nos jornais falados, qual é o maior destaque? Não é a violência? Ela chega tão constantemente às nossas salas, que se tornaram tão comum, que nada mais nos choca. Tudo isto se dá porque a impunidade e a defesa dos direitos humanos para quem cometeu um delito é um estímulo à violência. Está na hora de reagirmos e exigir de nossos governantes a tomada de ações concretas para punição daqueles que com descaro, desrespeitam a sociedade. Edmir Pelli é aposentado da Eletrosul e articulista desde 2000
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