Dados extraídos do Jornal do Brasil mostram que, segundo estudo anual sobre globalização da consultoria A. T. Kearney em conjunto com a revista Foreign Policy, o Brasil, apesar da privatização de muitas empresas estatais e da abertura de seu mercado, é um dos países do mundo com a economia mais fechada. Entre os 62 países analisados, ocupa a 53ª colocação, bem atrás de nações africanas como Botsuana (30ª) e Uganda (38ª). Mesmo na América, com referência aos países latino-americanos, o nível de abertura econômica do Brasil é baixo. O país ocupa a penúltima colocação entre as nações da região, à frente apenas da Venezuela. O Panamá, em grande parte devido à zona franca do canal, é considerado mais aberto, na 27ª posição geral. Logo depois vem a Argentina na 34ª colocação geral, Chile (37ª), México (45ª), Colômbia (50ª) e Peru (52ª). Considerando a necessidade do aporte de recursos externos para promover o desenvolvimento do país e mirando-se na Irlanda, que liderou pelo terceiro ano consecutivo o Índice de Globalização elaborado pela consultoria e, por isto mesmo, recebeu US$ 24,7 bilhões em investimentos estrangeiros diretos em 2002, ano de referência da pesquisa, o Brasil deve concentrar atenção e esforços para uma abertura maior da sua economia. O Índice de globalização da A. T. Kearney/Foreign Policy leva em conta 14 indicadores agrupados em quatro cestas: Integração Econômica; Contatos Pessoais; Tecnologias de Conectividade e Engajamento Político. No primeiro grupo, o Brasil ficou no 40º lugar geral, graças principalmente à 21ª entre os receptores de investimentos estrangeiros diretos, pois foi considerado apenas o 60º no quesito comércio exterior. Outro segmento em que o país foi bem foi o da tecnologia. O Brasil despontou no 34º lugar neste ranking, resultado da 35ª posição no número de usuários da internet, 29ª na quantidade de servidores ligados à grande rede e 33ª na segurança dessas máquinas. Com referência aos EUA, ele ficou entre os dez primeiros do ranking, graças à liderança tecnológica, pois foram os penúltimos na adesão a tratados internacionais e como exemplo podemos citar a sua recusa em assinar o Tratado de Kioto, que visa reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa. Edmir Pelli é aposentado da Eletrosul e articulista desde 2000 edmir@infonet.com.br