O Centenário de um Desembargador – Outras efemérides sergipanas

Desembargador João Bosco 
2007 é um ano rico de efemérides. Já foram celebrados, com todo o merecimento, os 90 anos de Seixas Dória, o centenário de nascimento de Francisco Leite Neto, e estão programados eventos comemorativos dos 50 anos de morte de Enock Santiago, o centenário de falecimento de Pelino Francisco de Carvalho Nobre, o centenário de morte de João José do Monte, os 50 anos da morte de Augusto Maynard Gomes, o centenário de José da Silva Ribeiro Filho e o centenário de nascimento do desembargador João Bosco de Andrade Lima.

Seixas Dória, festejado apoteoticamente pelo seu nonagésimo aniversário, tem uma biografia política de deputado estadual, em duas legislaturas, deputado federal, também duas vezes, e governador do Estado, quando foi retirado do Poder, deposto e preso pelos militares que deram o golpe de 1964.

Francisco Leite Neto, jornalista, editor da revista Sergipe Forense, Diretor da Penitenciária, Deputado estadual constituinte, em 1934, Secretário Geral do Estado, deputado federal, em quatro legislaturas e senador da República, aliou as suas atividades políticas com a contribuição intelectual, ingressando na Academia Sergipana de Letras, para ocupar, desde 1942, a Cadeira 23. Leite Neto, que nasceu em 14 de março de 1907, morreu, aos 57 anos, em 10 de dezembro de 1964.

Enock Santiago, nascido em Lagarto, foi poeta, jornalista, intelectual da Academia Sergipana de Letras, e fez carreira no judiciário sergipano, como desembargador, assumindo a presidência do Tribunal, de novembro de 1945 a junho de 1946.

Pelino Francisco de Carvalho Nobre, jornalista e bacharel do Recife, ligado ao padre Olímpio Campos, foi duas vezes vice presidente do Estado, sendo deposto em agosto de 1906, pela revolução de Fausto Cardoso.

 

João José do Monte, bacharel, nascido em Japaratuba, parente do comendador Antonio José da Silva Travassos, teve escritório movimentado no Rio de Janeiro, onde editou a afamada revista Direito, publicando, por tal chancela, em 1875, os Apontamentos históricos e topográficos de Sergipe, de autoria do comendador Travassos.

 

Augusto Maynard Gomes, revolucionário de 1924 e 1926, Interventor em 1930 e 1940, senador da República, integrou um dos Tribunais Revolucionário, na Era Vargas.

 

José da Silva Ribeiro, poeta, integrante da Academia Sergipana de Letras, que teve seu pai – José da Silva Ribeiro – como fundador, foi professor da Faculdade de Direito e magistrado da Justiça do Trabalho.

 

João Bosco de Andrade Lima nasceu na casa grande do Engenho Tuim, em Arauá, em 23 de março de 1907, sendo filho de João Epifânio de Lima Neto e de Maria Joaquina de Andrade Lima, e irmão do médico José Olino e do agrônomo Urbano Neto. Estudou em Estância, em Aracaju, onde passou algum tempo no Seminário Sagrado Coração de Jesus, largando a formação religiosa para dedicar-se ao Direito, bacharelando-se pela Faculdade de Direito da Bahia. Ainda estudante foi Promotor da Estância, aos 17 anos. Logo depois de formado foi Juiz de Neópolis, depois de Simão Dias e de Lagarto. Em Lagarto casou-se, sendo pai de três filhos, nascidos, no entanto, em Estância. Viúvo, casou novamente e foi pai de mais nove filhos. De Lagarto foi removido para Aracaju e em 1943 chegava a desembargador do Tribunal de Justiça (então Corte de Apelação). Foi, de 12 de junho de 1945 a 27 de setembro de 1946, Presidente do Tribunal Regional Eleitoral. E foi, também, Presidente do Tribunal de Justiça, por duas vezes, a primeira, de 21 de setembro de 1960 a 21 de setembro de 1961, e a segunda de 17 de fevereiro de 1965 a 24 de fevereiro de 1966. O desembargador João Bosco de Andrade Lima foi professor da  Faculdade de Direito e da Faculdade de Ciências Econômicas. Seu filho Epaminondas Silva de Andrade Lima, magistrado, foi como o pai Presidente do TER e do Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe, aposentando-se em 2005. O desembargador João Bosco de Andrade Lima morreu em 16 de novembro de 1980

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