O CLIMA ESQUENTA

O clima político começa a esquentar. É possível que a partir de agora, quando o processo vai se estreitando, algumas roupas sujas sejam lavadas em público e o caldo grosso manche figuras conhecidas da vida pública do estado. Não deveria ser assim, afinal se está em uma democracia e todos têm o direito de optar pelo que considerar mais adequado ao seu pensamento e à natureza ideológica. Não é dessa forma que pensa alguns punguistas, que nada têm a perder e fazem da agressão pessoal uma estratégia para se manter na mídia, mesmo que tenha um amplo telhado de vidro. A política da boca solta já não empolga multidões e nem enaltece quem a tem. A sociedade hoje prefere um debate de idéias, uma posição coerente, um sentimento de responsabilidade pelas distorções sociais que preocupam a quem tem o mínimo de compromisso com o desenvolvimento, com o trabalho e com a ampliação de idéias que transformem o estado e o deixe mais próspero para todos.

 

As rádios estão com os seus programas jornalísticos matinais com uma audiência insuperável. Milhares de pessoas ficam de ouvidos tensos e mãos coladas no dial para troca de emissoras e se fixam quando o estardalhaço é mais excitante. Ontem, o deputado federal João Fontes (PDT) foi entrevistado no programa do radialista Fábio Henrique, para responder ao seu colega Jackson Barreto (PTB) e foi duro em suas afirmações, fazendo um histórico dos rumos tomados por seu adversário, desde quando se iniciou na vida pública. Ouviu respostas pouco amáveis de amigos fieis a Barreto, o que excitou àqueles que torcem para ver o circo pegar fogo. A deputada estadual Ana Lúcia se sentiu ofendida porque Fontes a citou em suas declarações, lembrando que em 2002 somente ela e ele, depois de eleitos, se mantiveram trabalhando para eleger José Eduardo Dutra (PT), então candidato ao Governo do Estado. Talvez não houvesse motivo para réplicas e tréplicas, mas a deputada terminou ameaçando processar o parlamentar, pela vinculação que ele fez dela com o ex-governador Albano Franco (PSDB), com quem João Fontes também se dá muito bem.

 

Embora esse tipo de arranca rabo agrade aos ouvintes e dê audiência, os hábitos políticos estão avançando. Nessa disputa, hoje, ganha quem melhor se adapta à estrutura de marketing, mantendo um padrão de civilidade que transmita confiança ao eleitor. As chacotas, agressões morais, “finiquites” em excesso e deboches foram interessantes no período em que a população votava em quem tivesse mais gogó e disposição para bater no adversário. A boa política se faz, numa época de ascensão do marketing, tratando o adversário com a rispidez que ele merece, mas mantendo o respeito e a serenidade. É bom dar um exemplo bem próximo: o prefeito Marcelo Déda e o governador João Alves Filho são adversários políticos inconciliáveis. Jamais alguém verá os dois no mesmo palanque, por mais aberto que esteja o PT e que seja o PFL, isso se chama coerência, um adjetivo que não serve para todos os políticos. Os dois jogam para ganhar e disputarão o poder, mas, com absoluta certeza, sem perder o respeito, ou levar a disputa de projetos e idéias para o campo do insulto pessoal.

 

O ex-governador Albano Franco (PSDB), o senador Valadares, o deputado José Carlos Machado, o presidente da Petrobrás José Eduardo Dutra além de outros políticos de boa índole, sabem ser bons adversários, usar de todos os instrumentos para ganhar eleições, sem pisar no pescoço de ninguém, nem xingar a mãe. Lógico que são homens desse tipo que lideram e servem para conduzir um Estado, porque quem não tem esse perfil, quem vive de denegrir e macular seus concorrentes, não dá para viver em um mundo onde a disputa não é uma guerra, mas uma forma de convencer, sem apelações, que o seu projeto é melhor do que qualquer outro. Passado esse período, desmancha-se o palanque e convive-se cordialmente, inclusive se somando quando estiver acima das desavenças políticas o interesse do Estado.

 

O eleitor de hoje quer resultados, porque está cansado dessa política rasteira que não leva a nada…

 

COMCEMES

A secretária municipal de Saúde de Nossa Senhora do Socorro, Job Carvalho, é a nova presidente do Conselho de Secretários de Saúde dos Estados (Comcemes).

Ela obteve 40 votos, contra 32 dados à Joélia Silva Santos, secretária municipal de Capela. Dois votos foram nulos.

 

POLÍTICA

Segundo informação de um dos prefeitos, a disputa pela Comcemes foi política e envolveu o governador João Alves Filho com o prefeito Marcelo Déda (PT).

O candidato do PT era o secretário de Saúde de Aracaju, Rogério Carvalho, que ao pressentir a derrota indicou Joélia Silva, de Capela.

 

PREOCUPAÇÃO

Um influente prefeito do interior se mostrou preocupado porque a diferença de apenas oito votos em favor de Job Carvalho foi considera muito pequena.

Aconselha que é preciso trabalhar mais as Prefeituras do interior, porque reconhece que o resultado não oferece segurança.

 

PROFISSIONALISMO

Já um secretário municipal da Saúde de um município de grande porte disse que o governador João Alves Filho mostrou profissionalismo na disputa pelo Comcemes.

Garantiu que os votos dados a Joélia Silva foram pessoais, porque ela é muito querida entre os secretários: “se o secretário fosse Rogério, a diferença seria maior”, disse.

 

COMENTA-SE

É forte o comentário de que Ivan Paixão (PPS) vai assumir a Secretaria da Saúde e que o deputado Mendonça Prado deixaria a Administração e retornaria a Brasília.

André Moura iria para o lugar de Mendonça Prado, Nicodemos Falcão para a Educação e Pedrinho Valadares para Assuntos Parlamentares. Não se falou em um nome para Turismo.

 

DESCONHECE

O deputado Ivan Paixão disse a um amigo que até o momento o governador João Alves Filho não conversou com ele sobre o assunto.

Admitiu, entretanto, “mas como as coisas do governador são rápidas, ainda não sei o que está acontecendo”. Lembrou que assumiu o mandato dessa forma.

 

EMPENHO

O ministro Marcos Aurélio, do STF, sugeriu aos suplentes de vereador que se empenhassem para derrubar a Adim, “porque não quero ser voto vencido novamente”.

Pediu que os vereadores não pressionassem os ministros, “porque aqui ninguém vota sob pressão”.

 

FABRÍCIO

O suplente Fabrício Cardoso, de Estância, é que tem coordenado a ação dos vereadores em Brasília, na visita aos ministros e parlamentares.

Ao lado do deputado federal João Fontes, ele teve uma conversa com o ministro Carlos Britto, que se comprometeu em pedir ao relator Celso de Melo rapidez para votação da Adim.

 

ALBANO

O ex-governador Albano Franco (PSDB) passou a conversar com maior intensidade sobre os rumos que seu grupo deverá tomar num futuro próximo.

É verdade que ele conversa com o PMDB, mas está mais próximo do Partido Liberal, em razão do relacionamento com a cúpula do partido.

 

JERÔNIMO

O acordo feito pelo ex-prefeito Jerônimo Reis (PTB) com o seu grupo político, em Lagarto, é que ele seria candidato a deputado federal.

Uma fonte vinculada a Jerônimo concorda que o deputado federal Jackson Barreto (PTB) realmente não depende do ex-prefeito para reeleger-se.

 

PAIXÃO

O deputado federal Ivan Paixão (PPS) torce para que o próximo Papa seja oriundo do continente africano.

Acha que tendo um Papa a comunidade se preocuparia mais em atender ‘a África, que vem sendo devastado pela AIDS, pela miséria, pela falta de água e alimentos.

 

MENSAGEM

O ex-governador Albano Franco (PSDB) usou bus door (adesivo no pára-brisa traseiro dos ônibus), para prestar sua última homenagem ao Papa.

Dizia o seguinte: “O Pai, o Irmão, O Amigo – vai com Deus João Paulo II”. Ao lado uma foto de Albano beijando a mão do Papa.

 

NELSON

O presidente regional do PMN, Nelson Araújo, disse que os deputados da oposição foram fracos no episódio do empresário Luciano Barreto, na Assembléia Legislativa.

Acrescentou que eles não deveria ter recuado, “nem que todos fossem presos”. Acusou o presidente Antônio Passos de autoritário.

 

Notas

 

SUPLENTES

Terça-feira passada o grupo de suplentes de vereadores que está em Brasília trabalhando para que a Adin que reduz as bancadas nas Câmaras Municipais seja votada pelo STF, visitou o ministro Marcos Aurélio para pedir apoio e mostrar que a redução imposta pelo TSE não cumpriu os objetivos.

O ministro disse que continua pensando como anteriormente, quando votou contra a redução do número de vereadores, porque considerava que ela feria a constituição. O pessoal saiu muito animado.

 

DEMORA

O ministro Celso de Melo, que é o relator do processo, disse que a demora de votação da Adin do TSE, que reduz o número de vereadores, é a chegada de outras ações idênticas que estão surgindo e terminam atrapalhando o andamento da anterior, porque também têm que ser analisadas e emitido parecer.

Celso Melo, inclusive, pediu aos vereadores que tentassem evitar que outras entidades da classe enviassem outras Adins, para que o Supremo possa fazer tramitar a que fora enviada pelo Partido Progressista.

 

CANDIDATURA

Partido do presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PE), o Partido Progressista (PP) decidiu ontem declarar independência em relação ao governo Lula. Durante convenção nacional, em São Paulo, as principais lideranças da sigla defenderam o lançamento de candidatura própria à sucessão presidencial.
Os progressistas flertam com oposição e governo. “Temos segmentos nos dois lados. Hoje estamos independentes, amanhã podemos estar na base aliada ou na oposição”, disse o deputado Pedro Corrêa (PE).

 

É fogo

 

O radialista Carlos Batalha diz que está se sentindo mais confortável na Fundação Aperipê, porque retornou a sua área de radio e televisão.

 

O jornalista César Gama sempre foi homem de jornal e terá boa vinculação com a redação e a parte de marketing do governo.

 

Os dois auxiliares que permutaram os cargos levaram suas equipes de apoio para continuar o trabalho em suas novas casas.

 

Foi sugerida uma outra Secretaria para o radialista Carlos Batalha, mas ele preferiu ficar com a Fundação Aperipê.

 

O deputado federal João Fontes (PDT) está trabalhando para o encontro que o seu partido vai realizar dia 29.

 

A senadora Maria do Carmo Alves tem acompanhado os suplentes de vereadores nas caminhadas por gabinetes em Brasília.

 

O vereador Iran Barbosa (PT) está propondo a realização de seminários para que as pessoas conheçam seus direitos.

 

O vereador Iran Barbosa é o único da base aliada do prefeito Marcelo Deda (PT) a presidir uma Comissão na Câmara Municipal de Aracaju.

 

O deputado Jorge Araújo insiste para que os bancos respeitem a lei munic9pal que garante ao cliente atendimento no máximo em 15 minutos.

 

O prefeito Marcelo Deda (PT) vai receber os representantes do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon).

 

A Receita Federal já liberou a consulta ao quarto lote do Imposto de Renda da Pessoa Física de 2004 (ano base 2003).

 

A Varig encerrou o ano de 2004 com dívidas pactuadas no montante de R$ 5,7 bilhões. Desse total, 63% são débitos com o Governo Federal.

 

brayner@infonet.com.br

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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