O destino do deputad

O procurador geral de Justiça, Luiz Walter, está debruçado sobre as 500 páginas que formam o inquérito policial que apurou o assassinato do deputado estadual Joaldo Barbosa (PL). Os indiciados já tiveram denuncia oferecida pelos promotores e prisão preventiva decretada pela juíza da 5ª Vara Criminal, Iolanda Guimarães. Nove pessoas estão com preventiva, de executores a mandantes. Alguns já foram presos e outros ainda estão para ser capturados pela Polícia, que está agindo obedecendo a determinações judiciais. O deputado estadual Antônio Francisco foi indiciado, mas a denuncia e até o pedido de prisão preventiva é de responsabilidade do procurador geral. O procurador Luiz Walter está analisando tudo com muita cautela, mas reconhece que a presunção que o inquérito gera é de se formular a denuncia, porque para isso basta que haja indícios da participação de Antônio Francisco na execução ou planejamento do crime. O procurador Luiz Walter revela que não deseja fazer um juízo de valor sem ter aprofundamento, até porque, segundo o relatório final da Polícia, a conclusão depende de provas técnicas, que devem chegar hoje ou amanhã, para serem inseridas no processo. Segundo o relatório, essas provas são extremamente importantes para que se possa denunciar o deputado Antônio Francisco. Há uma tendência muito forte para isso, mas tudo será feito de uma forma que não comprometa a instituição e que não abra espaço fácil para que se trabalhe, com facilidade, no objetivo de derruba-la, como, provavelmente, farão os advogados da parte envolvida. Quanto ao pedido de prisão preventiva para o deputado Antônio Francisco não é hipótese descartada pelo procurador geral de Justiça, mas ela é consensual e depende de uma série de comportamentos do parlamentar e do que for destacado, dentro do inquérito, que justifique essa medida judicial. É preciso levar em consideração a possibilidade de evasão do deputado, o clamor da sociedade, tentativa de obstrução do processo, coação de testemunhas e outros feitos que possam gerar inconveniência de responder em liberdade. O procurador Luiz Walter considerou que o deputado Antônio Francisco, ao se recusar em prestar declarações no inquérito policial, já trabalhou na hipótese de ir à Justiça. Inclusive é exatamente em juízo que o acusado tem direito a manifestar o contraditório, porque os inquéritos feitos nas Delegacias de Polícia têm um sentido inquisitório. Além disso, o deputado tem residência fixa, boa conduta e é primário. Isso sem contar com a idade, que não provoca qualquer ameaça à sociedade. Em todo o processo, nos depoimentos e na apuração policial, fica obvio que o deputado Antônio Francisco e os agiotas são os beneficiários do delito. Essa constatação complica muito a vida de todos os envolvidos. Entretanto, a responsabilidade do crime é individualizada, mas não se pode individualizar a pena, porque cada um dos envolvidos teve um papel que deve ser analisado e avaliado em julgamento. O procurador Luiz Walter ainda não tomou qualquer posicionamento, mas o oferecimento de denuncia é provável, com a possibilidade de um pedido de prisão preventiva, embora essa hipótese tenha necessidade de um maior esmero no ajuntamento de todas as provas e na interpretação de indícios absolutamente claros de que houve uma participação de Antônio Francisco no planejamento intelectual do crime. A posição definitiva do procurador Luiz Walter não deve demorar mais que uma semana… JERÔNIMO O ex-prefeito de Lagarto, Jerônimo Reis (PTB), disse ontem que ofereceu ao deputado federal Jackson Barreto a presidência da nova comissão provisória do partido. Jackson Barreto foi quem não aceitou e sugeriu o nome de Jerônimo ou de Sérgio Reis para ficar à frente da Comissão, mesmo com ele já se definindo em filiar-se ao PTB. INSISTE Jerônimo disse que ainda vai insistir para que o deputado federal Jackson Barreto fique pelo comando em razão do mandato e da liderança que exerce no interior e na capital. O ex-prefeito de Lagarto ainda reconhece que o ex-prefeito João Augusto Gama também é um bom nome para presidir o PTB em Sergipe. OBJETIVO O crescimento do PTB será feito dentro de uma união entre lideranças vinculadas a Jerônimo Reis e a Jackson Barreto, o que faz uma maior união entre capital e interior. Quanto ao grupo que deixou o PPS, o pessoal está pensando em convida-lo para ingressar no PTB, mas isso vai depender de alguns entendimentos. CLÓVIS Quanto ao secretário para Assuntos Parlamentares, Clóvis Silveira, o ex-prefeito Jerônimo Reis acha que ele terá de retornar para onde estava. Embora ninguém tenha nada contra sua permanência no PTB, a posição de Clóvis no Governo João Alves Filho atrapalha a filiação, porque criaria uma dissidência. ALBANO O ex-governador Albano Franco (PSDB) antecipou seu retorno da França, antes previsto para o dia 17 próximo, em razão de problemas de saúde do pai, também ex-governador Augusto Franco. O estado de saúde do irmão, Antônio Carlos Franco, também acelerou o seu retorno. Albano estava em Paris acompanhado da mulher, Leonor Franco. AUGUSTO O ex-governador Augusto Franco foi transferido, domingo, pela manhã, para um dos hospitais de Aracaju, onde permanece em tratamento. Segundo informações médicas ele teve uma melhora no período da tarde, mas continuará em observação. Augusto Franco teve problemas respiratórios e tem sintomas de depressão. PROBLEMAS Está havendo alguns problemas entre secretários e sub, presidentes de órgãos e diretores dos Dafs, por total falta de entendimento. As brigas são em decorrência de que muitas vezes os diretores dos Dafs têm mais força do que os secretários ou presidentes de órgãos, por questão do padrinho político. Uma bronca forte deve surgir ainda esta semana. PREVENTIVA Os promotores de Justiça Djaniro e Rogério pediram a prisão preventiva de todos os envolvidos no assassinato do deputado estadual Joaldo Barbosa, exceto a do deputado estadual Antônio Francisco (sem partido), que é de competência do procurador de Justiça. Hoje o pedido dos promotores será relatado aos jornais: o pessoal está com prisão provisória concedida pela Justiça. TRIBUNAL Com a inclusão do deputado Antônio Francisco entre os indiciados e n caso do pedido de prisão preventiva, o processo do crime de Joaldo, que corre pela 5ª Vara Criminal, será transferido para instância superior. Ficará com os desembargadores, em razão do parlamentar ter fórum privilegiado. Na Polícia há quem veja equívoco no pedido da preventiva. PROVAS Chegou ontem, de Brasília, o relatório definitivo do cruzamento de todas as ligações feitas entre os envolvidos no crime, que será uma das provas mais concretas do processo. Na próxima quinta-feira será feita a reconstituição do assassinato de Joaldo Barbosa, com a participação dos dois soldados que executaram o parlamentar. ADVOGADO O advogado do deputado Antônio Francisco, José Cláudio, já está preparando pedido de hábeas corpus para o parlamentar, alegando que o deputado sequer foi ouvido, porque se negou a falar no inquérito policial. A conclusão do inquérito diz que o deputado caiu em contradições e, em razão disso, ele foi indiciado como participante do crime.. ROMÂNTICO O senador José Almeida Lima (PDT) disse, ontem, que continua sendo o único romântico na política em Sergipe: “levo a coisa pelo coração e não pela razão”. “Alguns políticos começam uma aliança e depois de eleitos seguem outro rumo. Eu não sei fazer isso, mas me mantenho precavido”. PREFEITURA Almeida Lima já não descarta a possibilidade de disputar a Prefeitura de Aracaju: “um político não pode estabelecer sentença. Não sou candidato neste momento”, disse. Almeida acrescenta que o momento ainda não chegou “e por não ter chegado desfaço as declarações anteriores de que não seria candidato”. MACHADO O deputado federal José Carlos Machado (PFL) pode ser o coordenador da bancada sergipana em Brasília, no período das apresentações de emendas orçamentárias. Machado faz uma política de unidade, indiferente as posições ideológicas e já tem o apoio do deputado federal João Fontes (PT). Notas PRISÃO Policiais foram ontem à Assembléia Legislativa para efetuar a prisão de Eduardo, funcionário do gabinete da deputada Maria Mendonça (PSDB), que tem pedido de prisão preventiva decretada, como acusado de envolvimento no assassinato de Joaldo Barbosa. A prisão não foi efetuada porque Eduardo não se encontrava no gabinete. Segundo servidores da Assembléia, Eduardo compareceu para trabalhar e depois saiu ao Detran e todos revelam que em nenhum momento apareceu policial no gabinete. O pedido para entrar na Assembléia foi feito ao deputado Luiz Garibaldi. CULPA Segundo informação de amigo de Eduardo na Assembléia Legislativa, “a culpa que ele tem nesse crime de Joaldo Barbosa é a mesma de um morto”. Acrescentou que estão prendendo um inocente e acrescento que “onde o deputado Joaldo estiver, com certeza está se sentindo muito triste com o que vem acontecendo com este rapaz”. O que deve ter acontecido foi o pessoal que executou o deputado Joaldo Barbosa ter utilizado o nome de Eduardo como isca para atrair o parlamentar. O nome de Eduardo aparece como a pessoal que telefonou para entregar uma denuncia a Joaldo. CONHECIA Na realidade o ex-deputado Joaldo Barbosa (PL) andava muito no gabinete de sua colega Maria Mendonça e conhecia todo o pessoal do gabinete, com o qual conversava. Quem sugeriu o nome de Eduardo tinha conhecimento do bom relacionamento que ele mantinha com o parlamentar e utilizou o seu nome para atrair Joaldo Barbosa. Nesse ponto há uma nova suspeita. O deputado Antônio Francisco (e o filho) também freqüentava o mesmo gabinete, o que pode se pressupor que o nome de Eduardo tenha sido oferecido como sugestão de “isca”. brayner@infonet.com.br

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