O Jogo da Imitação

Raquel Anne Lima de Assis
Graduanda em História pela UFS
Integrante do Grupo de Estudo do Tempo Presente (GET/UFS/CNPq)
Bolsista PIBIC do projeto Clio em cliques: a internet nos livros didáticos de História
Email: raquel@getempo.org
Orientador: Dr. Dilton Cândido S. Maynard (UFS/DHI)

Trabalho apoiado pelo projeto "Quando a Guerra chegou ao Brasil: Ataques submarinos e memórias nos mares de Sergipe e Bahia (1942-1945)", Edital Universal CNPq 2014.

Ao pensarmos sobre a Segunda Guerra Mundial provavelmente vem as nossas mentes batalhas, explosões, tiros, destruições e mortes. Mas por trás disto há também códigos e cálculos. Foi o que nos mostrou o filme o Jogo da Imitação. Lançado em 2014 e dirigido por Morten Tyldum, a película é baseada em fatos reais contando a história de Alan Turing (Benedict Cumberbatch) durante a II Guerra. Turing era um matemático e criptoanalista de 27 anos, mas não como qualquer outro, ele era um gênio. Foi justamente devido a sua inteligência que ajudou a Inglaterra a vencer a guerra.

  Alan Turing foi contratado pelo Alto Comando inglês para decifrar códigos nazistas criptografados por uma máquina chamada Enigma. Façanha considerada impossível na época. Assim, os alemães emitiam ordens, estratégias e posições entre si utilizando destes códigos para que o inimigo não descobrisse. Sem conseguir decifrar, os ingleses eram surpreendidos pelos ataques. Contudo, Turing acreditava que ele era capaz de construir uma máquina para decodificar o Enigma. Ao fazer isso o matemático conseguiu construir o precursor dos computadores digitais, uma máquina que pudesse pensar de uma forma diferente dos seres humanos. Ou seja, graças à “máquina de Turing” pesquisas foram desenvolvidas até chegarmos aos computadores que utilizamos atualmente.

Entretanto, o filme não foca apenas no trabalho de Alan Turing, mas relacionado isso com sua vida pessoal e suas emoções. Foram apresentadas suas dificuldades em trabalhar em equipe, em construir amizades, sua solidão e a sua dor ao perder na adolescência seu grande amor, seu namorado Christopher Morcom, vítima de tuberculose. Inclusive batizou a sua criação, a máquina, de ”Christopher”. Foi graças a ela que milhões de vidas foram salvas. Porém, esta descoberta teve que ser mantida em segredo por segurança de Estado por mais de 50 anos e Alan Turing só foi reconhecido pelos seus feitos em 2013, já morto. Suicidou-se em 1954, depois de passar pela condenação de castração química por ser homossexual.

Por fim, apesar da película tratar com um tema de época, podemos relacionar com dois aspectos do tempo presente. O primeiro é a comemoração dos 70 anos do fim da Segunda Guerra Mundial em 2015. Provavelmente este tema será debatido em diferentes veículos de comunicação. Faz parte da memória coletiva dos países afetados direta ou indiretamente pelo conflito. Desta forma, as empresas cinematográficas tentarão atender esta demanda. Outro aspecto é relacionar este passado com a cultura digital que vivemos atualmente. Isto significa, além da memória, as pessoas ao assistirem podem se identificar com a história por serem usuárias dos computadores digitais.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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