O MAIOR CLÍNICO GERAL DE SERGIPE

A Academia Sergipana de Medicina tem como um de seus patronos (Cadeira 14) o Dr. Francisco Quintiliano da Fonseca, considerado por muitos

Francisco Quintiliano da Fonseca

como o maior clínico geral que a terra de Tobias já conheceu, no século XX. Ele, melhor do que ninguém, incorporava o conceito da integral humana: um só órgão, que é o corpo, e uma só função, que é vida. Não dividia o corpo em segmentos estanques, formando um arquipélago de órgãos independentes e biologicamente livres, como lamentava Garcia Moreno na crônica Strip-tease médico, contida no livro Doce Província.
Nascido em Maruim em 26 de fevereiro de 1882, tornou-se médico pela Faculdade Nacional de Medicina, no Rio Janeiro, em 1907, defendendo a tese “Estudo clínico das hemoptises tuberculosas”.
Regressando à terra natal fundou, com os colegas Daniel Campos, Militão de Bragança, Rodrigues Dória e outros, a primeira entidade médico-associativa de Sergipe, a Sociedade de Medicina de Sergipe, em 1910, que teve vida efêmera.
Exerceu a clínica inicialmente em sua cidade natal, depois se transferiu para Aracaju. Possivelmente foi o primeiro médico sergipano a utilizar um aparelho de Rx, em 1922, fundando o Serviço de Radiologia em Aracaju, mantendo-o em seu consultório e realizando também outros exames durante a consulta médica, entre eles o exame de urina. Ou seja, o paciente saia de seu consultório quase sempre com um diagnóstico firmado, bem diferente do que acontece nos dias de hoje, com as super-especialidades e os milhares de exames diagnósticos, que fazem a festa de muitos.
Fora da Medicina, colaborou para o “Correio de Aracaju” e foi deputado estadual (1910-1911). Fez parte da Comissão Organizadora do Primeiro Congresso de Pediatria e Higiene Infantil, ocorrido no Rio de Janeiro entre 4 e 9 de julho de 1932. Faleceu em 12 de abril de 1973, em Aracaju/SE, com 91 anos. Foi sogro do médico Benjamin Carvalho, um dos expoentes também da medicina sergipana no século XX.
Relembrar a figura inolvidável de Francisco Fonseca veio a propósito de recebermos da família, como doação, uma foto do esculápio tirada no dia de sua colação de grau em 1907, dois anos antes da formatura de Dr. Augusto Leite, que se formou em 1909, na mesma faculdade e de quem se tornaria grande amigo. Era a única foto que faltava na galeria dos patronos da Academia Sergipana de Medicina.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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