Existe uma propaganda de iniciativa da Associação Brasileira dos Anunciantes (ABA), com apoio do Governo Federal, pregando que o melhor do Brasil é o brasileiro. Será isto verdade? Se o melhor do Brasil fosse o brasileiro, veríamos o presidente eleito da Câmara dos Deputados tentar, como sua primeira medida, aumentar o salário dos deputados e senadores quando a maioria da população brasileira, ou não tem emprego, ou ganha o salário mínimo? Se o melhor do Brasil fosse o brasileiro, veríamos esse mesmo deputado, além de empregar, defender o emprego em cargos públicos remunerados de parentes daqueles que desempenham uma função pública remunerada? Se o melhor do Brasil fosse o brasileiro, veríamos tanta corrupção nos governos federal, estaduais e municipais e no legislativo? Outro fato que demonstra não ser verdadeira esta afirmação é o fato do PT, enquanto oposição combater, principalmente, a política econômica do governo anterior e tão logo se tornou governo fazer exatamente o que quando oposição condenou. Eu acredito que se aqueles que estão no “topo da pirâmide” permitissem que aqueles brasileiros que fazem parte da “base da pirâmide” tivessem acesso à educação, à saúde, moradia e ao emprego o país rapidamente desenvolver-se-ia, proporcionando uma melhor qualidade de vida para todos e aí, então, poderíamos dizer que, de fato, o melhor do Brasil é o brasileiro.
Se esta fosse a realidade, o Brasil de dimensões continentais, sendo um país onde você pode, pela manhã, assistir a neve caindo nas cidades serranas gaúchas e catarinenses e à tarde banhar-se nas lindas praias do Nordeste; sendo um país de belezas naturais inigualáveis, como o Pantanal, como a cachoeira de Foz do Iguaçu; sendo um país onde a diversidade do clima permite uma agricultura diversificada; sendo um país de riquezas diversas no seu sub-solo não deveria ser um país onde os todos seus habitantes teriam a melhor qualidade de vida? A triste realidade, porém, é que a concentração de renda que existe, marginaliza a maioria da população brasileira.
EdmirPelli é aposentado da Eletrosul e articulista desde 2000
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