A Carta desta Semana traz uma interessante mensagem recebida de um amigo meu pela internet: “Se já construístes castelos no ar, não te envergonhes deles; estão onde deviam estar. Dias depois o Vizir partiu, em uma caravana com numerosos camelos carregados de ouro. Ao Que fez o Vizir? Levado por um impulso irresistível, em vez de executar a ordem do rei, resolveu gastar o dinheiro que trazia, beneficiando a infeliz população. Mandou construir abrigos para os desamparados. Distribuiu mantimentos entre os mais necessitados. Determinou que todos os enfermos fossem, sem demora, medicados e forneceu pão aos que padeciam fome. Ao fim de alguns meses, notava-se uma transformação completa da cidade. Os homens haviam voltado ao trabalho e por toda a parte reinava a alegria. As crianças brincavam nos pátios e as mulheres cantavam nas portas das tendas. E do palácio maravilhoso, encomendado pelo rei, nada existia… Quando o rei Hiamir chegou a Tiapur foi recebido por uma grande manifestação de júbilo da população. “Sinto-me feliz” – confessou o monarca – “por saber que sou sinceramente estimado pelos meus súditos. Mas onde está o palácio de Tiapur?” Perguntou. “Antes de falar do palácio, ó rei, tenho um pedido a lhe fazer.” Disse-lhe o Vizir. “Segundo as leis, aquele que o desobedecer, praticando um abuso de confiança, deve ser condenado à morte. Pois, houve, ó rei, um homem de sua confiança que praticou tal delito. Espera-se que seja determinada a execução do culpado sem demora.” Disse o Vizir serenamente. “Quem é o acusado?” Questionou o rei. “O criminoso sou eu.” Disse o Vizir sem hesitar. E sem ocultar a menor parcela da verdade, o Vizir descreveu a miséria em que se encontrava o povo. Por fim, confessou que, penalizado diante de tanto sofrimento, em vez de construir o palácio real, resolveu gastar os recursos que lhe foram confiados para mudar a triste sorte da população. “Não cumpri a ordem recebida, por isso aguardo o castigo de que me fiz merecedor.” Concluiu. “Levante-se, meu amigo.” Ordenou emocionado o rei. “Vejo que seu trabalho é responsável pela Como é majestoso e belo, ó Vizir, o palácio que a sua bondade fez se erguer nas terras de Equipe de Redação do Momento Espírita, com base nas pp. 109-114, do
Agora constrói os alicerces.”
Thoreau
Conta-se que certa vez, um rei do Iêmen, chamado Hiamir, chamou um dos seus ministros e disse-lhe: “quero fazer longa viagem à Tiapur, uma região longínqua, pobre e triste, árida e sem conforto. Determino que vá antes de mim, e logo que lá chegar, mande que seja construído um magnífico palácio, com largas varandas de marfins e pátios floridos. Nesse palácio ficarei hospedado durante uma temporada, com tranqüilidade e conforto.” O Vizir respondeu humildemente: “escuto e obedeço, ó rei.”
chegar à cidade o Vizir ficou desolado com o estado de abandono em que se achava o povo. Encontrou pelas estradas crianças famintas e centenas de infelizes, morrendo de inanição. Os quadros de miséria e sofrimento que se desenrolavam, a cada passo e a todo instante, torturavam o coração do poderoso ministro. Ele trouxera mais de trinta mil dinares, que deveriam ser gastos na construção de um grandioso palácio!
edificação do mais belo dos palácios que já conheci. Vejo as torres cintilantes nas fisionomias alegres das crianças; admiro as largas varandas de marfim no sorriso radiante dos meus súditos; reconheço os pátios floridos no olhar de gratidão das mães felizes.
Tiapur.” …………… Cada um é responsável pela destinação que der à riqueza que lhe for confiada, seja ela representada por recursos materiais ou por aptidões profissionais. Cada qual, pelo uso de seus próprios talentos, é capaz de alterar o mundo, distribuindo alegrias ou acumulando dores.
livro os Melhores contos, de Malba Tahan, ed. Record, 2002.
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