O PODER DA VALIDAÇÃO

Você já validou alguém?

 

Com esta indagação o Mestre Stephen Kanitz, conferencista, professor, escritor e articulista da Revista VEJA, encerra o belíssimo artigo publicado na edição de nº. 1705, de 20 de junho de 2001, intitulado “O PODER DA VALIDAÇÃO”.

 

Naquela época, logo que recebi aquele semanário, como ainda faço, fui direto ao “ponto de vista”, para verificar se o artigo da semana era dele, pois é a primeira página que leio na VEJA. Lá estava o que eu queria. Lendo o título, sobrou-me um pouco de dúvidas.

 

Será um artigo sobre Economia? Informática? Tem algo a ver com a certificação ISO? Estranhei. “O PODER DA VALIDAÇÃO?” Li de uma tomada só. Surpreendi-me com o conteúdo e a metáfora embutida naquela peça. Quanto significado. Quanta sabedoria encerrada num texto tão curto.

 

O mestre explora com muita eficiência uma coisa simples. Tão simples e também muito ignorada por quase todos nós. Certamente, poucos valoramos o quanto é significante um elogio sincero, neste mundo de tantas críticas e tantos críticos. A “validação” a que o grande mestre se referia nada mais era do que isto; dizer, com isenção, o que o outro fez de bem feito ou que ele tem de bom. Em suma, validar quer dizer verificar o que de positivo existe e demonstrar que está percebendo aquilo, é elogiar a quem realmente merece ser elogiado. Fazendo isto, estamos “validando” alguém ou alguma coisa.

 

Encontramos, com muita facilidade, defeito em quase tudo: nas pessoas, nas organizações, nos eventos…

 

Criticar é muito fácil, basta olhar em volta, destilar o fel de nossas “bem intencionadas” observações.

 

Criticamos com o mesmo fervor as pessoas com quem convivemos, a casa ou a cidade onde moramos, o emprego que temos, o governo,

a economia, e o sistema.

 

Conta-se que, certa feita, um andarilho parou próximo à casa de um sábio que morava à beira de uma estrada, próximo de uma cidade, e perguntou:

 

– Esta cidade aí à frente é boa para nela se morar?  

O ancião respondeu com outra pergunta:

 

– o lugar de onde você vem é um bom lugar para nele se viver?

 

– É nada, eu estou saindo de lá exatamente por isso, lá só existe ladrão e gente ruim…

 

– Então não entre nesta cidade, pois ela também não é boa para a sua residência, nela só há gente de péssima qualidade, respondeu o ancião.

 

Depois de muito tempo, outro transeunte fez-lhe a mesma pergunta:

 

– Senhor, a cidade que fica logo à frente é boa para se morar nela?

 

– Diga-me, indagou o velho, como é a cidade de onde você vem? Ao que ele respondeu:

 

– É muito boa. É uma cidade progressista. Estou de mudanças, procurando melhorar de vida, mas o povo de lá é bom e ordeiro.

 

– Pronto, respondeu aquele sábio, vá em frente, aquela com certeza é a cidade ideal para você morar.

 

As pessoas, as nossas atividades, as nossas coisas, os nossos lugares, são melhores e mais prazerosos quando reconhecemos com sinceridade o que elas têm de melhor.

 

Aprendamos, portanto, a elogiar o que as pessoas, lugares e coisas têm de bom, as boas atitudes, as idéias felizes, os esforços sinceros.

 

Alimentemos mais os sonhos, as expectativas, os ideais e silenciemos mais quando tivermos que criticar, reclamar ou lamentar.

 

Não se esqueça de que, ao sorrir para as pessoas, elas sorrirão para você. O sorriso ainda constitui a menor distância entre todos nós.

 

O reconhecimento, o elogio sincero e a boa vontade, também. Nós só colhemos aquilo que plantamos.

 

Aprendamos, pois, a validar mais as pessoas e as coisas que nos cercam.

 

Por falar nisto, você já validou alguém hoje? Não? Mas vai validar, não vai?

 

FELIZ FIM DE SEMANA

 

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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