O candidato a vice-presidente do PDT, senador Jefferson Péres (AM) é um dos membros do Congresso que tem um discurso coerente e um caráter que acima de qualquer suspeita. Sério, honesto, dígno e ético, o que não tem a menor importância na podre política que se pôs em prática no governo do presidente Lula. Pois bem, ontem, em discurso duro, ele anunciou que abandonará a vida pública do seu mandato em 2010. Mesmo que possa suportar o presidente Lula por mais quatro anos, Jefferson não demonstra tesão para compartilhar de toda a sugeira em que se envolveu Executivo e Legislativo, durante esses quatro anos que serão concluídos em 31 de dezembro. Jefferson está desencantado a tal ponto de reconhecer: “estamos aqui no faz-de-conta. Como disse o ministro Marco Aurélio (presidente do TSE) este é o país do faz-de conta. Estamos fingindo que fazemos uma sessão do Senado, estamos em casa sem trabalhar. Estou em Manaus há quase um mês recebendo sem fazer nada para o Congresso Nacional”, disse ele demonstrando indignação. Continua o seu discurso com uma pergunta: “como se ter animação em um país como este com um presidente que, até poucas semanas atrás, até poucos meses atrás, era sabidamente – como o é – um presidente conivente com um dos piores escândalos de corrupção que já aconteceu neste país e este presidente está marchando para ser eleito talvez em primeiro turno? Insiste na pergunta: “é desinformação da população”? E responde: “Não, não é. Se fizermos um enquete em qualquer lugar deste país, todos concordarão, ou a grande maioria, que o presidente sabia de tudo. Então votam nele sabendo que ele sabia. A crise ética não é só da classe classe política. Parece que ela atinge grande parte da sociedade brasileira”. Acrescenta que o povo “vai votar porque quer que ele volte. A democracia é isso. Curvo-me à vontade popular, mas inconformado. Esta será uma das eleições mais decepcionantes da minha vida. É a declaração pública, solene, histórica do povo brasileiro de que desvios éticos por parte de governantes não têm mais importância”. Jefferson prometeu que vai continuar protestando sempre, “cumprindo o meu dever. Isso não seria justificativa para dizer que não vou fazer mais nada. Vou cumprir rigorosamente o meu dever neste Senado até o último dia de mandato, mas para cá não quero mais voltar”. O senador Jefferson Peres, como político, foi mais longe do que se esperava: “dizem que político não deve falar mal do povo. Eu falo, eu falo. Parte da população que compactua com isso, é lamentável. E que sabe, não é por desinformação, não. E que não é só o povão, não, é parte da elite, inclusive intelectuais. Compactuam com isso é porque são iguais, se não piores. Vou continua nessa vida. Para quê? Para mim chega”. A maior decepção do senador Jefferson Peres foi uma declaração polêmica do ato Paulo Betti, segundo o qual “não dá para fazer política sem botar a mão na merda”. Assim mesmo: o reconhecimento de um ator que sempre esteve no Partido dos Trabalhadores, que é natural, um presidente administrar através de atos de corrupção, da conivência com o mensalão e com todos os escândalos que se viu nesses quatro primeiros anos do presidente Lula. A frase de Betti aconteceu durante a pré estréia do filme “O Maior Amor do Mundo”, de Cacá Diegues, no inicio desta semana. O ator José Wilker contestou: “não posso admitir que precisem se enlamear para fazer política. Teoricamente os políticos me representam. Não posso aceitar ser um cidadão enlameado”. Sobre a afirmação do cineasta Luiz Carlos Barreto, para quem o mensalão é do “jogo político, não é roubo”, o ator afirma: “Crime é crime. Ninguém é ligeiramente virgem”. Já o ator John Herbert, um cidadão de esquerda liberal, não discordou de Paulo Betti e disse: “No Brasil, malandragem é cultural. Todos são desculpados, são imunes e impunes. Não vou votar. Tenho 77 anos e a lei me permite isso. Graças a Deus”. Está aí a decepção de Jefferson, com o povo e intelectuais que vão votar num presidente manchado pela eterna suspeita de conivência com a “malandragem cultural do Brasil”. É uma pena. LUÍZA A candidata à deputada estadual Luíza Ribeiro estranhou notícia publicada na imprensa de que teria sido afastada da coligação que apóia João Alves Filho a governador. Disse que jamais se referiu a isso e nem esteve com tio, ex-prefeito Cabo Zé, para qualquer decisão política. CONVERSA A surpresa de Luísa Ribeiro aconteceu porque no dia anterior, à noite, ela reuniu-se com os coordenadores de campanha e tratou do recebimento de cartazes. “Ninguém me disse nada oficialmente e sou surpreendida por essa notícia publicada nos jornais”, disse ela. Luíza vai voltar a falar com a coordenação sobre o assunto. ATENDIDA Luísa Ribeiro esteve ontem com o governador João Alves Filho e tudo ficou esclarecido. Ela será coordenador da campanha dos aliados aos Ribeiros. Disse que todas as reivindicações que fez para Lagarto foram atendidas pelo governador e acrescentou: “meu caminho é perto de João Alves Filho”. ALMEIDA O senador José Almeida Lima (PMDB) disse ontem que a declaração dos artistas que apóiam Lula para presidente foi deplorável. Para Almeida, partindo de artistas, que sempre pregaram moralidade, não cai bem para a sociedade. “Esse pessoal é formador de opinião”, disse. RECEPÇÃO Os senadores Heráclito Fortes, Sérgio Guerra e Lúcia Vânia desembarcaram ontem em Aracaju e foram recebidos no aeroporto por Albano Franco. Os três são da coordenação política de Geraldo Alckmin e tiveram um encontro com o governador João Alves Filho e lideranças políticas sobre a campanha presidencial. CONVERSA Os três vieram conversar com membros da coligação sobre a campanha de Geraldo Alckmin em Sergipe e depois viajaram para Maceió. Pelo levantamento reconheceram é o estado que mais trabalha a candidatura do Alckmin. Ao lado de Rio Grande do Norte, Sergipe o coloca bem nas pesquisas. TRIBUNAL A especulações sobre a escolha do novo conselheiro do Tribunal de Contas. Se João Alves ganhar fala-se que o indicado será o médico José Alves Neto. Se for Marcelo Déda, o nome pode ser outro: Antônio Passos, com a mãozinha de um ilustre desembargador. CABO ZÉ O ex-prefeito de Lagarto, José Raymundo Ribeiro (Cabo Zé), disse ontem que até amanhã dará uma entrevista à imprensa. Falará da situação política. Cabo Zé foi afastado da coligação que apóia o governador João Alves Filho, como divulgou a coordenação de campanha. CHAT Mais de 600 internautas enviaram perguntas e mensagens para o candidato a governador Marcelo Déda, durante Chat realizado pelo Infonet. Segundo a coordenação do portal, até agora este foi o maior número de mensagens já recebidas no bate papo, que já contou com a participação de três candidatos. INTERIOR O governador João Alves Filho (PFL) deve voltar a fazer política no interior e procurar contato imediato com o povo. A impressão é que as lideranças não terão muita influência no voto do eleitorado, mesmo que sejam ligadas a elas. ALBANO O candidato a deputado federal Albano Franco (PSDB) esclareceu porque não acompanhou João Alves Filho (PFL), que esteve em Itabaiana. “João Alves Filho estava com o deputado José Carlos Machado (PFL), ao lado de Luciano Bispo. Fiquei Com Newton de Zé de Dona, que me apóia”, explicou. SERGINHO O ex-prefeito de Nossa Senhora da Glória, Sergio Oliveira, o Serginho (PTdoB) garante que o município parou no tempo e vem sendo mal administrado. Serginho diz que atual prefeito (Zico) não tem trabalhado para manter o forte comércio da cidade, com o padrão de outras épocas. “Isto afeta empresas que fecham as portas”. ABERTO O vereador Fábio Henrique (PDT) espera que seu projeto que acaba com o voto secreto na Câmara Municipal seja votado até o final do ano. Fábio Henrique lembrou aos demais vereadores que a Câmara Federal vai votar esse mesmo projeto dia 5 de setembro. Notas DESCASO O ex-prefeito de Glória, Serginho Oliveira, lamenta que a prefeitura esteja tratando a saúde com descaso e abandonado os povoados. “Na minha gestão não existia tanta reclamação. Mantínhamos sempre pessoas acompanhando os trabalhos das comunidades, dando total assistência aos moradores de todos os povoados”. Sérgio Oliveira revela que a insatisfação com o prefeito está crescendo a cada dia: “fico muito triste quando vejo amigos, até famílias, deixarem Nossa Senhora da Glória por falta de trabalho. É muito lamentável”. O Tribunal de Contas da União (TCU) está empenhado no controle externo do processo eleitoral. Realiza a fiscalização de atos proibidos pela legislação praticados por candidatos e partidos políticos no período que antecede as eleições, em especial aqueles atos que envolvam recursos públicos federais. O TCE a utilização de bens públicos ou de servidores públicos em serviços de campanha, o uso político da distribuição de bens ou serviços públicos e a nomeação ou exoneração de servidores motivada por fins eleitorais. JEFFERSON Acusando ter sido tomado por “um profundo desalento”, provocado pela crise ética que tomou conta da política e da população brasileira, o senador Jefferson Péres (PDT-AM) anunciou que abandonará a vida pública ao final do seu mandato em 2010. “Para mim chega. Não vou mais perder o meu tempo – desabafou. Segundo o senador Roberto Jefferson, “dizem que não se deve falar mal do povo, mas eu falo, porque sabem de tudo e compactuam. E não é só do povão não. Temos intelectuais e artistas apoiando isso”, lamentou. É fogo Francisco Gualberto está indignado a ponto de preferir abandonar a candidatura a que continuar nesse comércio livre da compra de votos. O eleitor não está muito preocupado com tendências ideológicas. Através de adesivos, mostram que votam em candidatos do PT e do PFL. O governador João Alves Filho (PFL), candidato à reeleição, resolveu não participar de debates em emissoras de televisão. O presidente do PT, Márcio Macedo, considerou o encontro que Marcelo Deda teve com lideranças políticas do interior, no Iate, muito importante para sua campanha. O deputado Jorge Araújo (PSDB) disse a Venâncio Fonseca que não é obrigado a gravar programas de TV pedindo votos para outros candidatos, mesmo majoritários. Jorge Araújo recorreu à Justiça para ter direito ao seu tempo na televisão, o que não teve nada resolvido. Grete Reis está usando a Internet para pedir votos para ela, o irmão Jerônimo Reis, para João Alves e Maria do Carmo. O senador Antônio Carlos Valadares (PSB) também está na televisão, dando força ao filho que disputa uma vaga na Câmara Federal. O deputado federal José Carlos Machado (PFL) tem usado o programa de televisão para expor o que fez em Brasília como parlamentar. O deputado Jorge Alberto (PMDB) também tem se preocupado em mostrar o montante de recursos que conseguiu liberar para Sergipe.
FISCALIZAÇÃO
As declarações do deputado estadual Francisco Gualberto (PT), sobre a compra de votos, foram muito graves e devem ser apuradas pela Polícia Federal.
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