O POVO JÁ ESTÁ PICADO

Diante do que assistimos hoje em nosso estado, sou obrigado a concordar com o secretário da Saúde, Rogério Carvalho, quando diz que “não temos, tecnicamente, uma epidemia de dengue em Sergipe”. É verdade. O que temos é, na prática, uma loucademia de gestores públicos inexperientes, muitos deles esnobes e avessos ao trabalho. Pessoas capazes de tudo para aparecer bem diante de microfones e câmeras, mas incapazes de enxergar um palmo diante do nariz por causa dos holofotes do poder. Holofotes que ofuscam a visão, o raciocínio lógico, o bom-senso, impedindo o mínimo vislumbre dos problemas da população.

 

 

Sabemos que não é fácil ser gestor público no Brasil diante das dificuldades orçamentárias, das limitações impostas pela burocracia estatal. Mas sabemos, também, que muitas vezes pior do que ser um gestor público, confortavelmente instalado em suntuosa sala com refrigeração ambiente, é ser um cidadão pobre, carente, desinformado e completamente dependente do Estado brasileiro.

 

 

As cenas de terror provocadas nas famílias sergipanas pelo Aedes Aegypti, nas últimas semanas, mais parecem cenas de um thriller de suspense a “La Hitchcock”. Quanto medo nas ruas! Quanta dor expressa nas faces das famílias – cinco até agora – que perderam entes queridos pelo descaso e ineficiência do poder público.

 

 

Há vários dias, além do “Pipita”, não se falava de outra coisa nas ruas a não ser na dengue que grassa pela capital e se alastra pelo ar no interior. Na TV, no rádio e nos jornais, um dos principais assuntos era e continua sendo a dengue. E só “eles” não perceberam a gravidade do que estava e está acontecendo com a população, mesmo diante de hospitais públicos e particulares superlotados e de mais de 2.000 casos da doença registrados oficialmente.

 

 

Toc-toc-toc… Já passou da hora de acordar para esse grave problema. Não queremos e nem podemos nos transformar num Rio de Janeiro, em estado de quase calamidade pública. Chega de baixas nessa guerra contra o mosquito. Chega de letargia, adormecimento, entorpecimento, insensibilidade…

 

 

Ou será que não perceberam ainda que “o povo já está picado”?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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