Thamyres Suélen Sobral Lopes
Graduanda em História (UFS)
Bolsista do Programa de Educação Tutorial do Curso de História (PET/UFS)
E-mail: thamyres_suelen@hotmail.com
Ilusão, mistério, suspense, traição. Esses são alguns dos fatores presentes no filme O ilusionista. A obra cinematográfica foi lançada no Brasil em 8 de dezembro de 2006 trazendo como diretor e roteirista o norte-americano Neil Burger, também responsável por outros títulos, como Sem Limites(2011) e Divergente(2014).
A história se passa em Viena, no século XIX, e narra a vida de Eduard Abramovich (Edward Norton), mais conhecido como Eisenheim, um jovem filho de carpinteiro que em um dia comum encontra um velho chamando sua atenção através de mágicas, desaparecendo logo depois.
Após o ocorrido, o jovem fica obcecado por magia. Passados quinze anos, Eisenheim – O ilusionista, faz shows incríveis que viram sucesso em todos os lugares pelos quais passa, sendo reconhecido pela população burguesa e até pela família real. Em uma destas apresentações o príncipe Leopold (Rufus Sewell) comparece, com a intenção de desmascarar seus truques e na ocasião, leva consigo a Duquesa Sophie (Jessica Biel), paixão secreta de infância do ilusionista, que agora é noiva de Leopold. Após o reencontro, o mágico começa a preparar sua última ilusão, um último grande truque.
A história demonstra a estratificação entre nobres e plebeus na sociedade europeia do século XIX. No longa, percebemos desde o principio a separação entre a Duquesa Sophia Von Teschen e Eduard Abramovich.
Por ser carpinteiro, o pai do jovem começa a trabalhar na casa da duquesa, aproximando os dois jovens, que começam a alimentar uma paixão juvenil. Porém, eles são proibidos de se ver, pelo fato de Eduard ser um plebeu. Em um determinado momento do filme, quando a governanta da duquesa descobre que Sophie está em um encontro com Eduard, ela adverte: “Duquesa Von Teschen, não pode ficar num lugar como esse. São camponeses! Lembre-se de quem é”. Sendo assim, percebemos nesse trecho que a monarquia não podia se igualar ou se subordinar aos burgueses ou camponeses.
Hoje, percebemos que quadros como este já estão se modificando como no caso de Princesa Diana, também conhecida como Lady Di. “Plebeia”, Diana Frances Spencer, era neta dos nobres Albert Spencer (7° conde Spencer) e Edmund Burke-Roche (4º Barão Fermoy). Mesmo com os Spencer tendo suas origens numa família agrária, devido ao seu parentesco histórico foram aproximando-se cada vez mais da família real. O Príncipe Charles, que desejava apenas uma moça virgem e que fosse capaz de gerar filhos para a coroa, viu em Lady Diana, doze anos mais nova do que ele, os requisitos necessários para ocupação do “cargo”. Em 1981, Diana teve seu sonho realizado, casando com um príncipe e tendo sua cerimônia de casamento transmitida para todo o mundo.
Após a separação do casal, em 1996, graças à infidelidade do príncipe, este casou-se com outra plebeia chamada Camila Rosamaria Shand, que hoje é conhecida como Camila, Duquesa da Cornualha.
Outro caso, ainda na família real inglesa, é o de Kate Middleton, mais conhecida como Catherine de Cambridge. Vinda de uma família de classe média e descendente de carpinteiros e operários, não possuía nenhum vínculo com a nobreza, sendo a primeira mulher de um herdeiro real sem ligação de berço com a aristocracia. Ela conheceu seu marido, o Príncipe William, enquanto os dois estudavam História da Arte na Universidade de St. Andrews, na Escócia, e moravam juntos numa casa universitária, dando início ao namoro em 2003. Sete anos e meio depois, o príncipe William e Kate se casaram, tendo em 2013 seu primeiro e único filho até agora, George Alexander Louis de Cambridge, o terceiro na linha de sucessão do trono inglês.
Portanto, notamos que esse tabu está sendo quebrado aos poucos, e que a linha que separa a classe média da nobreza, está muito pouco representada cotidianamente.