O jornalista TT Catalão escreveu, sob o título acima, no blog do Noblat, um interessante artigo sobre a transposição do rio São Francisco. Diz o seguinte: É em Piaçabuçu, extremo litoral sul de Alagoas, que Deus é brasileiro. A cidade na foz do rio São Francisco foi cenário do filme de Cacá Diegues. Os guias não se cansam de mostrar onde Antonio Fagundes andou sobre as águas e o ponto exato onde Paloma Duarte levitou. O povo desfia o rosário de milagres da tela, pegam carona na ficção, e bem na cara não acontece o milagre que tarda: a revitalização do rio São Francisco é prioridade absoluta, antes, desta nebulosa transposição.
É fácil ver os bancos de areia formados pela perda de volume do rio ou checar a entrada cada vez maior do mar, pela foz, que revela o fluxo menor das águas que chegam e empurram o rio para o interior. Não é teoria, não é “ouvir falar”, não é “filme”. Na barra do rio é que se dá o choque de realidade. É a metáfora viva do país em desalinho. Na serpente do rio sob maltratos desde a nascente na Serra da Canastra, em Minas Gerais, o rio chega exausto.
Martirizado pelo signo mais estúpido dos que se dizem “civilizados”: jogar lixo e esgoto no leito generoso da vida. Ao ser o “rio da integração nacional” o Velho Chico incorpora o colapso deste equívoco ambiental baseado na exploração industrial da natureza sem o menor critério de reposição. Sem cuidados mínimos de uso ou – seria exigir demais – a menor responsabilidade social e cultural com a cultura de base ribeirinha que se movem em um tempo e em uma escala diversa do explorador urbano.
A sangria do rio revela a nossa incapacidade de lidar com a beleza. Despejos, despojos, despotismo, se encadeiam não como feixes no fluxo e refluxo das cheias que vão e voltam para irrigar margens e revezar água e sol pela fertilidade. Seria demais esperar uma sensibilidade, digamos, mais vibrátil e fecunda de políticos marionetes. É quando a ideologia empobrece a análise e o rótulo de esquerda e vanguarda despenca na máscara, exatamente, pela negação mais cara das revoluções: a dialética.
O rio São Francisco mereceu a radical interferência de Frei Luis com a sua greve de fome. Não parou o massacre do processo, mas deu tempo para recolocar pontos e melhorar a qualidade das reflexões. Para a questão não virar mais um Fla-Flu de botequim (como foram as ridículas “teses” e passionais “contrapontos” do recente plebiscito sobre armas) basta navegar pela foz do Chico para perceber os impactos do abuso e sua agonia lenta. São inúmeros os casos de fome, doença e cardumes escassos.
O ribeirinho sente as alterações de ritmo, salubridade, cor e textura do corpo hídrico. Um rio é um ser. A arrogância do ser humano em se achar único, plenipotenciário e exclusiva obra absoluta da Criação impede o reconhecimento dessa teia de outros seres e formas também sofisticadas de vida. Também especiais.
O curioso é que são estes seres, não reconhecidos, humilhados em sua grandiosidade e graça os maiores responsáveis pela nossa existência soberana no Planeta. Desconhecemos a dádiva da troca. Receberemos o troco ao romper o reino de fraternidade e compartilhamento. Sem natureza não tem povo e sem gente não tem nação.
Como canta mestre Benon do grupo de Guerreiros Treme Terra de Maceió que ao cantar o vento, a terra, “os eixos que faz ela girar”, os ciclos das águas e das “fuloração”, conclui: “tudo isso é obra da natureza, oh que beleza é o motor da criação”. Talvez Fagundes caminhe sobre o Paranoá e Paloma flutue sobre as conchas do Oscar para saber se queremos, mesmo, um desenvolvimento estrutural com respeito ecológico ou tudo não passa de uma triste jogada para garantir a bilheteria do “deus brasileiro” da boca pra fora. Como pode ser brasileiro um deus que mata rios? A foz, do Chico, exige a nossa voz.
EMPRÉSTIMO
O empréstimo do BNDES para construção da ponte Aracaju/Barra dos Coqueiros, no valor de R$ 80 milhões, será liberado até a semana que vem.
Através do senador, Renan Calheiros (PMDB-AL), o líder do PFL, senador Agripino Maia (RN), falou com o presidente do banco, Guido Mantega, que assumiu o compromisso.
DÉDA
Para fechar esse ponto do acordo, o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), telefonou para o prefeito de Aracaju, Marcelo Déda, do PT, pedindo seu aval.
Déda concordou, mas exigiu que o governo estadual assinasse convênio com a prefeitura, de R$ 6 milhões, para a urbanização da área da ponte.
BRECOU
Na opinião de um político do PFL em Sergipe, que preferiu não se identificar, se o prefeito Marcelo Déda teve que dar o aval, é porque tinha brecado antes.
Isso fortalece mais a denuncia, segundo o deputado, de que setores da oposição trabalharam para impedir a liberação do empréstimo.
ESTRANHO
O primeiro sinal de insatisfação da oposição pelo empréstimo do BNDES para a ponte Aracaju/Barra foi dado pelo deputado Jackson Barreto (PTB), no início do ano.
“Imagino que o governador, ao receber esse dinheiro, quer sobra de caixa. O governo Lula, liberando esses recursos, enfraquece o candidato do PT ao governo, Marcelo Déda”.
RIFLE AR-15
Indignado, Jackson teria dito que “agora, com empréstimo de R$ 100 milhões no caixa do governo, é como se João Alves fosse à reeleição com um AR –15 e a oposição apenas com um revólver calibre 38”.
A partir dessa manifestação de Jackson, segundo do governo, foi que se iniciou o boicote ao empréstimo do BNDES para a ponte, por parte da oposição.
VIAGEM
O prefeito Marcelo Déda viaja amanhã para um breve descanso e retorna no dia 30 para participar do reveillon.
Ficará uma praia não tão distante de Aracaju. Tanto que retornará para lá no domingo (01/01) para continua mais alguns dias ao lado da família. Desligará o celular.
ALMEIDA
O senador José Almeida Lima (PMDB) disse ontem que do ponto de vista político, de candidato a governador, fará uma campanha diferente de todas as outras que já fez.
Também será diferente da dos seus concorrentes: “vou apostar no eleitor, sem desmerecer as lideranças políticas”.
BRASÍLIA
Almeida Lima garante que não existe um gabinete em Brasília “que receba tão quanto o meu”. Seja liderança política ou não.
Evidentemente que vai procurar um entendimento com essas lideranças, “mas meu objetivo é estabelecer um acordo com o povo”, disse.
JORGE
Almeida Lima disse que não tem estabelecido nenhuma agenda com o deputado federal Jorge Alberto (PMDB) em relação à sua candidatura.
Disse que o encontra nos corredores do Congresso, mas ainda não tivemos nenhuma conversa sobre candidatura ao governo.
PARA VICE
O senador Valadares (PSB) disse ontem que o seu partido não tem projeto político coletivo, sob o comando do prefeito Marcelo Déda (PT), que não passa por cargos.
No momento da indicação do vice, o PSB vai apresentar Belivaldo Chagas ou Paulo Viana como candidato, mas “se houver veto, tem que ser explicado”.
CONVOCAÇÃO
Caso haja convocação da Assembléia Legislativa, os deputados do PT estão proibidos de participar, como manda o código interno que rege o funcionamento do partido.
Além disso, o código prevê que os parlamentares petistas devem combater com vigor esse tipo de anomalia. A vedação consta do item número três do artigo 69 do estatuto.
TUCANOS
No jantar do PSDB, quarta-feira, a maioria defendia a candidatura majoritária de Albano Franco. Alguns o queriam disputando o governo do estado.
Quanto à coligação estava dividido: um grupo queria com o governador João Alves Filho (PFL) e outro preferia o prefeito Marcelo Déda (PT).
FABIANO
O deputado Fabiano Oliveira diz que Albano Franco deve ser candidato ao Senado ou – em última hipótese – deputado federal.
Admite que Albano Franco será muito importante para Sergipe em Brasília, ao lado de um presidente do seu partido.
SHOPPING
Os lojistas do shopping Jardins reclamam da prepotência do empresário João Carlos Paes Mendonça, seu sócio majoritário.
Ao ouvir reclamação de um deles, João foi grosso: “quem tiver insatisfeito vá embora. Não faço questão de ter lojista sergipano”. Acha que quem levanta shopping é loja de griffe.
Notas
REELEIÇÃO
O presidente da Câmara Federal, Aldo Rebelo (PCdoB), condenou ontem, em entrevista, a proposta de acabar com as reeleições. “É uma desfaçatez as pessoas que fizeram de tudo para aprovar a PEC (proposta de emenda à Constituição) da reeleição defenderem agora o fim do dispositivo”, disse.
Aldo Rebelo avisou, em sua resposta mais enérgica na sua entrevista coletiva concedida a jornalistas “Os interessados que esperem 2007. Enquanto eu estiver como presidente, a Câmara não vai debater a proposta”.
REFORMA
O Plenário pode votar duas propostas de emenda à Constituição que mudam regras eleitorais e a legislação partidária. A PEC 548/02, do Senado, acaba com a obrigatoriedade de verticalização. Já a PEC 446/05, do deputado Ney Lopes (PFL-RN), permite que a mudança possa valer para as eleições de 2006.
A proposta exclui do princípio da anterioridade (necessidade de ser aprovada um ano antes da eleição) também a votação em listas preordenadas, a criação das federações partidárias e o financiamento público de campanhas.
TRIBUTÁRIA
Também será votada mais uma parte da reforma tributária (PEC 285/04), que vem sendo aprovada de forma fatiada. Um dos principais objetivos da reforma é disciplinar a cobrança do ICMS e acabar com a chamada “guerra fiscal”, reduzindo para no máximo cinco as alíquotas do imposto para todos os estados.
A reforma também aumenta em um ponto percentual (de 22,5% para 23,5%) o repasse de parte de tributos da União para o FPM. Prefeitos de todo o Brasil fizeram manifestações ao este ano, pela aprovação desse dispositivo.
É fogo
O PSC está se preparando para conversas com candidatos majoritários, de preferência o governador João Alves Filho (PFL).
Segundo uma fonte do PSC a legenda tem suporte político para reivindicar uma posição na chapa majoritária.
A senadora Maria do Carmo Alves (PSDB) disse ontem que só vai ao Congresso Nacional no dia 15 de fevereiro.
O governador João Alves Filho reuniu cerca de 120 pastores de Sergipe. Oitenta por cento deles liderados por Virgínio Carvalho Neto.
O governador João Alves Filho disse que não há nada definido para uma convocação da Assembléia Legislativa.
O ex-deputado Gilmar Carvalho (PSB) está esperando os festejos de final de ano passar para iniciar uma série de manifestações.
O prefeito Marcelo Déda (PT) está absolutamente convicto que este será o momento das oposições.
Uma coisa Déda percebeu com clareza: a oposição nunca conseguiu manter um grupo unido por mais de dois anos. O de agora já vai com quatro…
O deputado Luiz Mitidieri (PSDB) ainda não ocupou o gabinete na Assembléia Legislativa. Ele ocupou a vaga deixada por Gilmar Carvalho (PSB).
A TAM assinou contrato de compra firme de 10 aeronaves A350-900 Airbus, para vôos internacionais. Já acertou a opção de compras de outras cinco.
As vendas no varejo nacional cresceram 5,3% na semana de 12 a 18 de dezembro, comparativamente no mesmo intervalo de 2004, informou a Serasa.
As vendas do setor supermercadista recuaram 2,33% em valores reais (deflacionados pelo IPCA) em novembro ante igual período do ano passado.