A produção do açúcar deu ao vale do rio Sergipe, associado, tanto ao vale do rio Cotinguiba, quanto ao vale do rio Japaratuba, uma posição destacada na economia sergipana. Com a emancipação política e a instalação de governo próprio, a partir de 1820, as povoações ligadas à bacia do rio Sergipe experimentam rápido crescimento. A Mesa de Rendas, ou Alfândegas, estava instalada em sua margem, na Barra dos Coqueiros, e o fluxo dos saveiros, trazendo a produção para os trapiches,prenunciava a mudança da capital, de São Cristóvão, no vale do Vasa Barris, para Aracaju, às margens do rio Sergipe. Sergipe consolidava uma vocação de produtora de alimentos, deixando que a Bahia e Pernambuco, que ele abastecia, para a produção de gêneros de exportação. Por mais de dois séculos Sergipe produziu e garantiu o abastecimento de carne, de açúcar, para o consumo interno, e produziu algodão, couro, e muitos outros produtos da pauta de comércio brasileiro. Foi também em Aracaju, no início dos anos 20 do século XX, que surgiram os primeiros indícios da existência de petróleo em Sergipe. Indícios foram comentados pelo professor austríaco Ludwig Shevennhagen, em conferencias proferidas no Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, no final do ano de 1925 e início de 1926. na primeira conferencia, o sábio de Viena defendeu o aproveitamento da força hidráulica da Cachoeira de Paulo Afonso, em prol do desenvolvimento econômico do vale do São Francisco, sugerindo a retificação dos limites com a Bahia, para assegurar direitos da Cachoeira de Paulo Afonso. Na segunda conferencia Shevennhagen tratou, especificamente, das riquezas minerais sergipanas – potássio, salgema e petróleo – apresentando aos presentes amostras de cristal, de Riachuelo, e de mármore, de Porto da Folha. O progresso de Aracaju reproduziu os ciclos econômicos do Estado, tanto nos aspectos positivos, como nas diversas crises, notadamente a decadência da produção agrícola, o fechamento das usinas de açúcar, a redução da produção de algodão e de outros produtos. Com a descoberta de petróleo em 1963, no campo de terra de Carmópolis e, cinco anos mais tarde, com a descoberta de gás e de óleo em lâmina d’água na plataforma continental de Aracaju renasceram as esperanças na exploração das riquezas minerais, confirmadas e cubadas pela PETROBRÁS. Tem a PETROBRÁS representado uma presença fundamental em Sergipe, na formulação de um modelo de desenvolvimento que, sem desprezar a vocação histórica, do gado e do açúcar, avança no sentido de buscar tecnologia de ponta para industrializar as diversas matérias-primas existentes no Estado, parte dela na bacia do rio Sergipe, que abrange uma área de 3.270 Km2, o que representa 14,9 % da área total do território sergipano. É também, a bacia com a maior concentração urbana e maiôs densidade demográfica.
Em 1759, conforme a Notícia geral de toda esta Capitania da Bahia desde o seu descobrimento até o presente anos de 1759, de José Antonio Caldas, estavam instalados e funcionando, para exportação nos portos do rio Sergipe e Garajaú (em Maruim), os seguintes engenhos, identificados pelos seus proprietários. Sebastião Pedroso de Góis, Manoel Pereira de Andrade, Manoel José de Vasconcelos, Gonçalo Pinheiro da Costa, Francisco de Araújo Silva, Domingos Dias Coelho, João de Andrade de Moura, Francisco de Góis Teles, Manoel Martins Brandão, Gonçalo Paes de Azevedo, Filipe Pereira do Lago, Manoel Zuarte de Andrade, Luiz Pacheco de Oliveira, Catarina Borges, Gonçalo Botelho, Francisco Pacheco de Lima, Gaspar Maciel, José Pacheco da Paz, José Pacheco de Almeida, João Paes de Azevedo, Lourenço da Rocha pita, Luiza Maria, Constantino Velho de Moura, Manoel de Sande Ribeiro, José Correia de Araújo, Francisco Correia Vasconcelos, Albano do Prado Pimentel, Manoel José de Vasconcelos, Antonio Dutra de Almeida, João Gonçalves Franco, Manoel Rollemberg, José Correia da Gama, Lourenço de Pina Cruz, João Teles Barreto, Antonio Pereira de Simas e Antonio Correa Dantas. Eram 38 engenhos, de boa produção, contra 8 engenhos que exportavam seus açucares pelo rio Vaza-Barris.
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