Faltam apenas 16 dias para as eleições. Um segundo só. Apenas seis programas no horário gratuito de televisão. Um quase nada de tempo para decidir coisas que só seria possível em 12 meses. É um período de muita tensão, que requer o máximo de qualidade para que tudo corra bem. Um único erro será fatal. Nenhum dos seis candidatos pode tropeçar, porque se cair não há remédio para levantar. Os próximos dias serão de muita correria para manter sob controle as lideranças da capital e interior, a fim de evitar qualquer surpresa. Um sábio político, já falecido, experiente em campanhas políticas, dizia que eleição se vira ou se consolida nos três dias que antecipam o pleito. Com certeza as noites de quinta, sexta e sábado que antecedem o domingo em que ocorrerão as eleições, serão extremamente barulhentas, com muitas conversas e inversões de posições em todas as áreas. Ontem uma liderança política reclamava dos candidatos proporcionais que integram coligações. A grande maioria deles trabalha para se eleger e depois terá uma nova conversa caso a decisão vá para o segundo turno. Os candidatos a deputado estadual ou federal geralmente abandonam suas bases, prejudicando o majoritário, que não pode controlar todos os municípios.Experiente, essa liderança defende que cada candidato intensifique o trabalho junto a seus eleitores na base, para que favoreça a quem disputa o governo do estado e Senado Federal. Realmente é impressionante como lideranças que têm um eleitorado que o segue há anos, seja eleito e não transfira os votos que obteve para o majoritário. Evidente que é muito difícil isso acontecer porque não dá para controlar a vontade do povo, que é o senhor de todas as decisões quando está teclando na cabine. Entretanto, dentro de uma assistência permanente, sem abandonar as bases, esses candidatos podem reduzir a diferença dos votos que saem para eles e o que é dado aos que disputam governo e senado. Esse comportamento existe em todos os lados, independente de coloração partidária. Isso também ocorre porque o proporcional não recusa o voto de quem quer que seja e até aconselha o seguinte: “desde que vote em mim, não interessa o restante”. Qual a razão de acontecer coisa do gênero? Simples. Depois da apuração dos votos, com o diploma na mão, tem parlamentar eleito que vai para o melhor lado, num simples estalar de dedos. Não é possível deixar de citar o presidente Lula (só para não perder o costume), que se envolveu em escândalos porque fez alianças com pessoas que não tinham – e ainda não têm – qualquer compromisso com o seu programa de governo e muito menos com a ética. Não faz muito tempo, um médico estava com seu carro esperando o sinal abrir em um cruzamento, um cidadão pediu autorização para colocar o adesivo de um candidato a deputado federal. O médico respondeu que não. Votaria no majoritário contrário: “não tem problema companheiro, o senhor vota em nosso candidato e em quem quiser para governador”. Esse assédio é natural a todos os proporcionais, porque por maior fidelidade que tenham ao partido, o importante é a sua eleição. Evidente que os majoritários também não podem ter pruridos sobre a procedência do voto, mas são mais inflexíveis quando está em jogo a coligação, porque quem chega ao governo quer realmente administrar com aliados. Nesse momento de reta final, praticamente na boca da urna, os proporcionais que quiserem trabalhar com mais intensidade para os majoritários terão condições de vencer o pleito em bloco, o que é bom também para o estado. Evita-se muita coisa: uma oposição forte que cria obstáculos para a governabilidade. Ou o terno jeitinho de conquistar pessoas na oposição para ter condições de fazer algum coisa. A hora é de decisão com unidade, para que se tenha quatro anos de tranqüilidade administrativa, melhores condições de colocar adiante um projeto voltado para a sociedade que acreditou em propostas e deverá cobrá-la posteriormente. As lideranças políticas da capital e interior têm muita responsabilidade nesta hora de arrancada final. É bom ficar de alerta, conferir suas bases e cumprir compromissos assumidos com a coligação que defendem e que consideram melhor. Agora, chegou a hora… LARANJEIRAS O médico Ricardo Hagenbeck Sobral disse ontem que o fato de querer abrir o hospital de Laranjeiras não passa de propaganda política. Segundo Ricardo, que foi diretor do hospital, adverte: “até o espaço físico dele não está de acordo com o Ministério da Saúde”. SUSPEITAS Ricardo afirma que existe suspeita de que foram feitas doações do Ministério da Saúde ao hospital antes das eleições de 2004, por um deputado federal. O hospital estava fechado no período e as verbas teriam sido utilizadas na campanha para a Prefeitura de Laranjeiras. INFORMAÇÃO A informação é de Brasília: o deputado Jackson Barreto (PTB) apresentou duas emendas para a Associação Beneficente Hospital São João de Deus. De Laranjeiras. Aconteceu nos orçamentos de 2004 e 2005, no valor de R$ 100 mil cada uma. Apesar do repasse dos recursos, o hospital se manteve fechado até agora. A administração da Associação é de pessoas ligadas a Ione Sobral. LULA O presidente Lula (PT), candidato à reeleição, chega a Aracaju amanhã, por volta das 18:30 horas.Do aeroporto segue direto para o comício na praça Dom José Tomaz, no Siqueira. Falta confirmação se o presidente dorme em Aracaju ou segue viagem para João Pessoa, onde tem compromissos no dia seguinte. CONVERSA Depois do comício o presidente Lula terá uma conversa com lideranças que apóiam a candidatura do prefeito Marcelo Déda a governador. Também, se houver tempo, o presidente fará uma gravação para o programa político da coligação que apóia Déda. PERFIL O presidente Lula ainda não está definindo nomes para cargos, mas tem concordado em discutir perfis e citar exemplos de pessoas que podem caber nesses modelos. Já foram mencionados vários nomes do PT, entre eles o ex-prefeito de Aracaju e candidato ao governo de Sergipe, Marcelo Déda. VAI BEM Hoje, o PT só está realmente bem nas campanhas do Piauí, de Sergipe e do Acre, um circuito político de não despertar a cobiça irrefreável por parte de ninguém. O caso de Pernambuco é analisado, junto ao presidente Lula como uma eleição em que o PT poderia estar em melhor situação se não tivesse provocado a divisão entre aliados. CLEONÂNCIO Entre os mais fracos arrecadadores, está o candidato a deputado federal em Sergipe pelo PP Cleonâncio Fonseca. Segundo os relatórios que entregou à Justiça Eleitoral, ele conseguiu captar R$ 3.100 e gastou apenas R$ 650. PRESSÃO Segundo denuncia de um candidato a deputado federal está havendo ameaças de pessoas ligadas ao PT, às famílias do sertão que recebem Bolsa Família. Dizem que se eles não votarem em membros do partido, principalmente para presidente, não receberão mais o dinheiro do programa. MAX NEGA Os presidentes da Federação das Câmaras de Diretores Lojistas, Max Andrade, e do CDL Aracaju, Gilson Figueiredo, negam que já tenham optado por candidatos proporcionais. Max diz que não apóia ninguém, mas tem simpatia pelo deputado federal José Carlos Machado, que sempre esteve pronto para defender a classe. OUTROS Max Andrade está participando da equipe de campanha do governador João Alves Filho, candidato à reeleição, e não acha conveniente declarar apoio a proporcionais. Lembrou que os candidatos a deputado federal Albano Franco (PSDB) e Eduardo Amorim (PSC) também declararam compromissos com a classe lojista. IBOPE-1 O professor Fernando Rocha, coordenador de esportes da Seel, também recebeu telefonema de uma pessoa que se dizia do Ibope e revelou o nome do seu candidato majoritário. Disse que pensou que realmente era uma pessoa do Ibope e respondeu: “se a PF precisar do depoimento de pessoas que receberam tais telefonemas, estou à disposição para depor”. HELOISA Está confirmada a presença da senadora Heloísa Helena, candidata a presidenta da República pelo Psol, para palestra na sede da CDL. Notas IBOPE-2 O diretor de Operações Públicas e Pesquisa do Ibope, agência de Salvador, Jorge Maia, informou ontem a Plenário que o Instituto não faz pesquisas políticas por telefone e nem está trabalhando em Sergipe neste momento. Estranhou o uso do nome da empresa e disse que iria tomar providências junto à matriz. Jorge Maia explicou, ainda, que as pesquisas realizadas em Sergipe são administradas pela filial de Salvador e registrada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Sugere que se houver identificação do pesquisador denuncie à polícia. ALMEIDA O senador Almeida Lima (PMDB) afirmou que o presidente da CPI dos Sanguessugas, deputado Antonio Biscaia (PT-RJ), fez declarações que não coincidem com os depoimentos dados à comissão. Disse que ficou chocado quando assistiu uma entrevista de Biscaia, distorcendo o que tinha acontecido na comissão. “Não caí porque estava sentado”, declarou o parlamentar, durante a reunião do Conselho de Ética do Senado para ouvir o senador Ney Suassuna (PMDB-PB) suspeito de envolvimento na máfia dos sanguessugas. PLEBISCITO A menos de 20 dias do primeiro turno das eleições de 2006, o senador Almeida Lima (PMDB) lamentou projeto de decreto legislativo (PDS 519/05) de sua autoria, que previa a realização de plebiscito, no próximo dia 1º de outubro, sobre a convocação de Assembléia Nacional Constituinte. Se o eleitorado aderisse à proposta, a escolha dos constituintes ocorreria nas eleições municipais de 2008. O trabalho de elaboração da nova Constituição federal deveria ser concluído até fevereiro de 2010. É fogo A cavalgada sobre o rio São Francisco é uma fotografia rara da situação de sua foz. Mostra que o rio está moribundo. A presença do presidente Lula vai atrair um grande número de pessoas da capital e interior. Esperam-se milhares de pessoas. Os programas de televisão estão ficando duros e até o final do período não vai acalmar, porque todos estão na corrida para subir nas pesquisas. A candidata a presidente pelo Psol, Heloísa Helena, desembarca em Aracaju terça-feira e será hóspede do deputado federal João Fontes (PDT), candidato a governador do estado. O publicitário Antônio Leite está fazendo uma boa campanha para o candidato a governador pelo PSDC, Adelson Alves. O deputado federal José Carlos Machado (PFL) está trabalhando muito para ter uma boa posição na disputa pela reeleição. Será inaugurado dia 22 o Parque da Cidade, no morro do Urubu, com a presença de Carla Peres, que fará um show para crianças. Tem teleférico e tudo… Hoje chega a Aracaju o grupo percussor do presidente Lula, que deve discutir se ele permanece em Sergipe ou viaja a João Pessoa no mesmo dia. Os candidatos proporcionais e majoritários têm apenas seis programas na televisão para levar suas últimas propostas e convencer a população. A inauguração da ponte que liga Aracaju/Barra dos Coqueiros está decidida para o dia 24 próximo. Será aberta ao público imediatamente.
Gilson compara o encontro de Helena com os lojistas da mesma forma que acontece com os políticos em Sergipe, livre de partidarismos.
O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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