O tripé da educação no Governo Jackson

Repetindo medidas experimentadas e fracassadas em governos anteriores, o Governo Jackson Barreto a cada dia confirma que a sua política de educação é baseada no tripé fórmulas mágicas/propaganda enganosa/negação de direitos.

Sobre o primeiro eixo do tripé, o projeto apresentado pelo Secretário de Educação (SEED) a integrantes do Governo na semana passada, adjetivado como “ousado e transformador” por um jornalista sergipano, não representa nenhuma novidade em termos de modelo de educação, mas apenas confirma a tendência tanto dos últimos gestores de Sergipe quanto de governos de outros estados: acreditar que os problemas estruturais da educação pública se resolverão com fórmulas mágicas.

As principais “novidades” do projeto, segundo a divulgação da própria SEED, serão a instituição de um sistema de avaliação e a criação de um prêmio em dinheiro para “boas práticas educacionais”. Medidas que visam apenas desviar as atenções da sociedade da realidade da educação pública em Sergipe.

Na mesma semana em que apresentou o projeto, o Governo de Sergipe iniciou uma agressiva campanha nos meios de comunicação específica sobre a educação pública. Na propaganda veiculada em emissoras de televisão, é dito que “o Governo de Sergipe investe com seriedade e compromisso na educação e na valorização dos professores”. Se essa afirmação for verdadeira, por que Jackson insiste em não pagar o reajuste do piso salarial dos educadores e educadoras? Ou então por que Jackson não toma a iniciativa de reestruturação da carreira do magistério? Ou ainda por que Jackson não revoga a Lei 213, de 2011, que desvinculou a formação em nível médio do quadro permanente de educadores da rede estadual?

Ao não tomar nenhuma dessas posições, Jackson deixa claro que a sua campanha de televisão é baseada em mentiras. São dados e informações que nem mesmo o staff do Governo deve acreditar. Na propaganda é dito, por exemplo, que o Governo “já investiu mais de R$ 200 milhões na reforma de escolas em todo o estado”. Se a informação for verdadeira, por que o Governo não apresenta a lista das escolas reformadas e os valores investidos em cada unidade escolar? Ou por que o Governo não divulga a lista dos professores que, segundo a sua propaganda, ganham salários de até R$ 10 mil?

Tanto o projeto quanto a campanha na mídia são apenas uma cortina de fumaça que o Governo Jackson cria para tentar ofuscar a sua negligência com a educação pública e a sua sucessiva política de negação de direitos dos trabalhadores e trabalhadoras do magistério.

Em outra oportunidade, nesta mesma coluna, escrevi o seguinte: “é sabido que Jackson Barreto tem um passado de luta em defesa da democracia e de resistência ao autoritarismo. Mas história não se faz apenas com o passado. História se constrói também no tempo presente”.

Os fatos, até aqui, não deixam dúvidas: a história presente de Jackson no que diz respeito à educação pública caminha na contramão da sua história passada em defesa dos direitos. Se em outros tempos Jackson resistiu ao autoritarismo e às mentiras do regime militar, agora o autoritarismo e a mentira são suas parceiras de todas as horas.

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