O vidro quase invisível

As aventuras de um consumidor no Brasil

O vidro quase invisível

A história de hoje conta a aventura de Consuminho para se livrar de uma dívida a qual ele fora obrigado a contrair em razão de quebrar incidentalmente com a sua cabeça, uma porta de vidro do hotel onde estava hospedado.

Consuminho estava de férias e resolveu descansar uns dias em uma cidade com praia. Ficou em um hotel de luxo onde as portas da frente eram enormes e que de tão limpas mal dava para percebê-las. Na noite que antecedeu a sua saída do hotel, ao sair conversando com alguns amigos, não percebeu a porta de vidro e acabou batendo a sua cabeça na porta. A pancada foi tão grande que voltou e ficou zonzo quase caindo, não fossem os colegas para lhe segurarem.

Era uma porta muita grande e para abrir a gente tinha que empurrá-la. Ocorre que devido ao choque com Consuminho a porta acabou se abrindo toda não voltando mais à sua posição de fechar, ou seja, quebrou a peça que controlava a posição de abrir e fechar da porta.

Os seguranças do hotel ao ouvirem a pancada logo se aproximaram e trataram de render Consuminho, que sem conseguir explicar o que tinha acontecido, foi logo levado para uma sala isolada com os seguranças. Os colegas de Consuminho argumentaram que ele tinha batido a cabeça sem querer e que aquelas portas deveriam ter uma sinalização, vez que o acidente fora provocado justamente por não ter percebido a porta.

O hotel não quis saber e tratou de segurar os pertences de Consuminho até que ele assinasse uma fatura no cartão de crédito no valor da porta para garantir o pagamento da mesma, sob pena do hotel sequer permitir a sua saída. Consuminho achou aquilo um absurdo, mas diante dos seguranças todos armados, cedeu à pressão e assinou a tal fatura. Sabia que ali o fornecedor mandava, mas tinha certeza que podia depois recorrer à Justiça para anular aquela arbitrariedade, o importante naquele momento era garantir a sua integridade física.

Após assinar a fatura, Consuminho foi até uma delegacia e registrou uma ocorrência. Deixou para ligar para a administradora de cartão de crédito do aeroporto. Não queria mais problemas com o hotel. A administradora disse que só poderia cancelar a fatura com a permissão do hotel. 

Diante dos fatos, Consuminho ao chegar a sua casa enviou uma carta para o hotel registrando o repúdio com o fato e o denunciou em todos os órgãos de defesa do consumidor possíveis: Procon, delegacia de defesa do consumidor, Ministério Público, Comissão de Defesa do Consumidor da OAB, etc.

Não satisfeito, ingressou com uma ação na justiça pedindo que seja declarada a nulidade da dívida além da condenação do hotel ao pagamento de danos morais.

Faça como Consuminho e lute pelos seus direitos. Agindo assim, estará contribuindo para a melhoria da qualidade das relações de consumo.

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