Chegou o momento do “fim do quase” (quase Jackson, quase Dutra) e do grande enfrentamento das “esquerdas” com a “direita corrupta” em Sergipe, nas próximas eleições. Essas proféticas palavras foram pronunciadas por ninguém menos que José Eduardo Dutra, ex-presidente da Petrobrás e atual secretário de Articulação da PMA, durante a inauguração da nova sede do PT na Av. Ivo do Prado, na última sexta-feira.
Gostei do que ouvi. Aliás, gosto sempre de ouvir o ex-senador Zé Eduardo falando, pois sei que ele não é muito dado a isso. E quando abre a boca costuma ser sincero em suas palavras.
Ultimamente, o silêncio de Dutra – pode ter certeza, caro leitor – tem sido por demais doloroso, angustiante. Um homem com perfil e histórico político impecáveis não deveria estar sendo tratado com tamanho descaso pelos “companheiros” petistas. Zé Eduardo está de escanteio, no banco dos reservas, esperando a hora de entrar em campo. Mas o técnico do time, Marcelo Déda, prefere fazer nova contratação: um reforço vindo do PSDB, o ex-governador Albano Franco. Uma contratação tão absurda que a torcida petista torce o nariz só de pensar nessa possibilidade.
Ninguém é idiota para não entender que o discurso de Zé Eduardo, na sexta, fora um desabafo. De quem estaria falando Dutra ao se referir à “direita corrupta”? Estaria Albano fora do rol dos “corruptos”? Ou Albano não pertence mais à direita?
Sem dúvida, um desabafo e tanto do ex-senador, cansado de ser sempre visto como a última opção do partido na hora de escolher candidaturas majoritárias. E a história, pelo visto, mais uma vez se repete.
No entanto, de nada adianta espernear. Diante de pesquisas pouco animadoras (já perde inclusive na espontânea para João Alves), Marcelo Déda, assustado, quer porque quer Albano no mesmo palanque, nem que isso signifique um estremecimento de sua “amizade” com Zé Eduardo, ou o fim de seu antigo discurso contra as chamadas elites sergipanas.
Pelo visto, Déda está aprendendo direitinho a fazer uso de artimanhas e táticas políticas antes condenadas. Mas a obsessão pelo poder é sempre assim: cega.