A Sodoma de cada um.

Sirvo-me da 1ª Leitura da Missa do Domingo, o 8º (ou 17º ) do tempo comum do ano Litúrgico da Igreja Católica, para refletir contratempos atuais, onde muitos se querem deuses em contendas expostas e piores, por mal explicadas.

Minha leitura foi retirada do Gênesis (Gn 18,20-32).

 

Trata-se de um diálogo entre Deus e o Grande Pai dos Hebreus, Abraão, um colóquio, que mais parece uma transação comercial, porque resvalou por uma negociação, a cobrar e receber, diante de uma penalidade inserida, qual seja, em pagamento dos erros imensos cometidos em Sodoma e Gomorra, cidades pecadoras, que se fizeram um desafio tamanho à suprema tolerância Divina, que nem o próprio Deus o pensaria diferente.

Quem diria que vingasse em Abraão, um simples pastor de Ur, na Caldéia, um melhor pleiteante inserindo-se, abelhudamente, perante o Deus julgador, reformando o Seu prejulgado, como se fora um rábula defensor, um “amicus curiae” enxerido, justo numa corte monocrática, e devero-crática, onde não há lugar nem o deveria, por mínimo que fosse em contraditório.

Deus já o decidira. Iria destruir as duas cidades pecadoras, mediante um bombardeio preciso e definitivo.

Coisa próxima do que fez agora Donald Trump, no recente noticiário, junto com Israel, na chamada  “guerra dos oito dias”, definitivamente extinguindo, ou adiando, sine diae, o sonho  nuclear iraniano, que vinha sendo construído abaixo do solo, inacessível, mesmo enterrado num rochedo inexpugnável.

 

E calando, por melhor, tanta bravata externada, porque a garganta pode tudo, perante o devaneio e a ira, em zumbidos de muita ferocidade e pouco senso.

Sensato fora mais que Deus, o pai Abraão, em paternidade e tolerância sobretudo, querendo bateiar na peneira algum justo que servisse para poupar da cidade a destruição já decidida…

– “E se ali estiverem 50 justos, – disse o pai Abraão – o justo morrer com o ímpio como se o justo fosse igual ao ímpio, o Juíz de toda terra não pouparia a cidade?”

-“Se eu encontrasse em Sodoma 50 justos – disse Deuseu pouparia a cidade inteira por causa deles!”

E um diálogo continuou em regateio: “E se não existirem 50 justos, mas 45, 40, 30, 20, chegando até 10.

E a leitura acabou, com Deus afirmando no final: “Por causa dos dez, não destruiria a cidade”.

A leitura não explícita, mas Abraão queria poupar o seu sobrinho Lot, e a família deste, esposa e filhas, que residiam nas cidades pecadoras…

Seu regateio chegara a dez justos somente.

 

Deus, que tudo sabe e tudo bem vê, irá salvar a Lot, sua  esposa, família e filhas…

Retira-los-á da cidade antes da destruição, salvando-os todos para contar a história que nos chegou, por relatos sem muita explicação, surgindo ali naquele cenário desolado o Mar Morto, com sua excessiva concentração salina.

Há coisas que não se aprendem nem com desenho.

Que o diga a mulher de Lot se transformando numa  estátua de sal, só porque virou pra trás do caminho só para ver as cidades ardendo, o que não deveria!

Sem ser Deus ou bancando sê-lo, o Presidente Trump está a denunciar a perseguição continuada do nosso Supremo Tribunal contra o Ex-Presidente Bolsonaro, uma constatação crescente, que está reverberando, cada vez mais, universalmente, um processo de “caça às bruxas”, onde muitos sofrem nas masmorras do nosso “canhestro estado democrático de direito”, tudo sem direito a ampla defesa, ao juízo natural, ao recurso em corte superior, por necessário, e ao ordinário proceder, diante de um “golpe de estado” digno de todos os gracejos, “à brasileira”, como peru sufocado em farofa, não fosse pior farsesco, e pouco denunciado, e sem Deus descendo dos céus para corrigir.

Como Deus não desce do céu para bater, e Sodoma e Gomorra são cidades míticas e longínquas, o Brasil recebeu uma carta de Trump e nela não acredita ainda nas ameaças ali contidas, afinal nenhum Bolsonaro qualquer o mereceria tanto escorço.

E aí nos chegará sobre nossas cabeças um tarifaço de 50%.

Não será, por hora, uma bomba como aquela jogada nos persas falastrões que desaprenderam de Ciro, o grande tolerante, mas que se fizeram radicais aiatolás, em sucessivos desavios.

Desavios e desafios outros pode o poderoso Presidente Trump nos taxar, só por querer bem poupar um Bolsonaro, seu amigo, e toda a sua grei, só porque a estes valem apenas o mal julgado por seus inimigos, ao pior arrepio da lei?

Se não é assim, sofreremos todos; os justos e os mal ajustados! Os lulopetistas e os bolsonaristas, e um bocado de gente tirado a artista, que só quer ver o circo incendiar.

Quanto custará um encarecimento em 50% nas nossas exportações num esforço paulatino e continuado, de longas datas minerado, agora com o nosso melhor consumidor fechando as portas para nós todos?

Haverá choro e ranger de dentes, não de todos, mas de muitos!

E ninguém diz isso ao Presidente Lula e sua camarilha, querendo se perpetuar no poder e afundar o país, com um mouco e rouco, mal-amor servil pelo Brasil.

“Sempre haverá Paris!” – Dirão alguns, que em tudo vêem gracejo e realejo, e encontram algum motivo para tripudiar e sorrir, como a mulher de Lot que só virou para trás, para ver pra crer, o que lhe era saudade, em vã folia ou algaravia, terminar como estátua de sal deliquescente.

E o  Brasil continuando delinquente e deliquescentemente, um eterno gigante, na parvoice de seu povo, e de seus líderes, sempre audazes e pujantes no arroto e no perdigoto.

A um Bolsonaro falastrão, mas apolíneo, sobrou-nos por pior, quem quiser que diga o contrário,  um Lula, dionisíaco, com a sua burla bravateira, querendo nos levar progressivamente ao esgoto!

É a Sodoma de cada um.

Por enquanto com a Lei Magnitsky, começa assim, a conta-gotas, virando pária universal! Depois virão Sodoma e Gomorra. Quem o saberá?

E que Deus tenha pena de nós, porque nenhum filho de Abraão intercederá por nós!

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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