Conversa desagradável, e dois textos bem melhores.

De repente você encontra aquele sujeito que há muito tempo não via e este lhe delimita o que devemos conversar.

– “Só não devemos conversar sobre política. Isso acabou tantas amizades!”

Curioso, é que as amizades foram perdidas porque os “Bolsonaristas” foram chamado de tudo, inclusive de escrotos.

E com tanta grosseria espalhada, o Mito Capitão permanece vivo, aplaudido pela multidão que o segue, mesmo amarrado na prisão, e agora conseguindo uma defesa plenária crescente de Trump, amparado pela Lei Magnitsky, essa bondade que nos está vindo do alto, via taxação, por cima de nós todos.

Mas eu não quero falar de política.

Por que falar disso agora se esse povo está começando a ver que suas escolhas os derrotaram?

Faz o ELE, cambada ruim! Tome sua taxação no lombo!

Pena que ele, o tarifaço de 50%, não venha seletivamente a quem de direito, pagando o justo pelo pecador!!

Em outra via, e por lição antiga, do pecado, bem fornido e mal pago, alguém já disse  que, se uma amizade por nada acabou, um incômodo Bolsonarismo, por exemplo, é porque ela, a amizade, nunca existiu. Melhor restar separado. Vamos brincar afastado como se diz no carnaval!

Sobretudo no frevo de agora, porque o pior já ocorreu, e os acusadores de golpistas se revelaram piores que Asmodeus!

Em ilusão, livre-nos Deus, sobremodo!, mais das vezes, a amizade é feita de conveniências, algo inerente a uma afinidade de pele!

Como sarna e lepra perigosa, algumas amizades são nutridas por interesses outros e até furunculosos.

Na alegria, por exemplo, as amizades são vastíssimas.

Nas tristezas escassíssimas.

Coisas da vida, apenas!

E melhor é disso não falar ainda.

Melhor é falar de coisas outras, querendo dizer também que no peito de um Bolsonarista, também bate um coração.

Falemos do Dia dos Pais, sobre o domingo que passou.

Antes façamos uma reflexão sobre o Filho Pródigo, quele que pediu ao Pai Misericordioso, sua parcela na herança familiar, porque sabia bem melhor como gastá-la, junto àqueles da sua patota.

E soube tanto gastar, que não lhes faltaram amigos a sorrir da sua piada, a aplaudir o que lhes dizia, preenchendo-lhes goelas e vísceras, com acepipes e licores deliciosos, até quando nada mais lhes coubessem.

Depois, o relato prosseguiu, mostrando que não há recurso que não escasseie, quando é sôfrego o consumo.

E tudo um dia acabou; o mordiscado e o deglutido foi digerido e processado, sem diarreias nem más aperturas de ventre, a fome requerendo novos consumos, e os amigos que lhe eram tão companheiros, ficaram distantes, cada um com a sua desculpa, se é que existe alguma sem culpa, naquele que foi um bom conviva, enquanto durou, portando-se tão bem e distinto na sua mesa acolhida.

E o conto despencou terrível, porque o alegre filho dissipador, sem veste faustosa e anel no dedo a brilhar, teve que deles até, se desfazer, e passou a mendigar esmolas para viver e dar um ameno à fome, afinal aquele que muito devora, cedo quer que lhe preencha o estômago, sempre voraz, famélico, insaciável!

Eis então, sem castigo ou mal mitigo, que a vida o levou à penúria do seu existir.

Faltando-lhe o mérito e a utilidade para uma melhor serventia, sobrava-lhe uma atividade menor a título de paga e remunero, no conto e na rabeira da degradação social, qual seja a de cuidar das pocilgas lodosas, e partilhar com os porcos do mesmo coxo, e da mesma vala.

É aí que o Pai é lembrado. “Na casa de meu Pai, – recorda ele – nem os empregados sofrem tanto!”

E o Evangelho conta que o Pai o recebe em alegrias, mandando matar um novilho gordo, com luzes e músicas, novas sandálias aos pés, novas vestes, novos mantos, anel brilhante aos dedos, tudo abrandando o passado, afinal “Era um filho que estava morto e que voltara a viver!”

A estória, muito bela, fala do Pai Misericordioso, de um filho dissipador imoderado e de um segundo filho que da trama passa pior, afinal fora leal, correto trabalhador, e nunca se sentira tanto amado, como aquele que retornava do erro tão abraçado e perdoado.

Era-lhe difícil reconhecer que o amor de um pai tem que ser pleno, a ponto de absolver qualquer erro de sua prole, inclusive daquele filho que se fizera tão perdulário e desperdiçador.

O Evangelho dessa semana não foi o do Filho Pródigo, mas a semana começou com o Domingo, dia dos Pais.

Só quem é pai, reconhece a alegria do “Pai Misericordioso”, sempre pronto a amparar o “filho perdido que foi achado”, e “aquele que estava morto e revivera”.

No meu existir, minha querida, Tereza Cristina, me deu a alegria de ser pai; e pai de três filhos: Daniela, Machado e Odilon Junior, de onde me chegaram seis netos; dois para cada filho: Pedro Henrique e Joao Marcelo de Dani; Vinícius e Julia de Chado; e as gêmeas Luísa e Isabela de Junior.

Na semana que passou, fui homenageado nas escolas de meus netos.

Eu, aos 78 anos contando estorinha infantil no Jardim Escola Babylândia

 

Até como avô, fui requisitado pelo Colégio Babylândia para contar uma historinha de criança na sala da minha neta Julia, e eu o fiz, já enferrujado e desacostumado, contando algumas historietas, por lembranças de minha avó paterna, Professora Evangelina Cabral Machado, Dona Nina, que me contara em criança, setenta amos passados, ela, educadora notável, fundadora do  Asilo e Orfanato São José na Cidade de Capela – Sergipe, historinhas que persistem em suaves lembranças na minha recordação.

Também fui brindado com dois textos notáveis sobre a paternidade, um da autoria de Daniela, e o outro de Odilon Junior.

Partilho-os com meus leitores numa ousadia não combinada com os seus autores.

Antes desejo externar algo que me vem sempre à mente, quando eu falo de paternidade, até porque na parábola do Filho Pródigo, isto me soa incompleto.

O filho mais velho não se sentiu ofendido com tanta homenagem ao irmão dissipador?

Estaria ele tão errado na sua queixa, enciumada?

Para o Pai dos dois sim, afinal àquele que lhe fizera companhia ficando em casa todo e sempre, nada houvera lhe faltado…

Será que foi tanto assim, ou existe um filho favorito?

Revista Time abordando a preferencia paterna.

Para Jeffrey Kluger, que explora o profundo vínculo vitalício entre irmãos e irmãs, e a influência da ordem de nascimento, do favoritismo e da rivalidade, o favoritismo  sempre existe…

Nesse contexto, é exemplar a capa da Revista Time que gravei nos meus arquivos, num tempo em que eu assinava tal periódico.

A foto mostra algumas crianças partilhando uma torta, com uma delas recebendo um pedaço bem maior: “Por que mamãe gosta mais de você!”

 

A reportagem fala que o “mito” do filho favorito é uma realidade comprovada.

Kluger chega a dizer que tal favoritismo acontece em 95% dos casos, enquanto 5% mentem a respeito. Será que é tanto?

No meu entender, os pais devem amar os seus filhos igualmente. Uma tarefa nem sempre tão verdadeira.

Mas, vamos aos textos de meus filhos.

 

O Pai da Menina

O pai e a menina.

Daniela Garcia Moreno Cabral Martins

O pai da menina se sentia imaturo para ser pai.

Sentiu medo diante de tal responsabilidade.

Estaria realmente pronto?

Ele ainda não tinha de forma definida essa resposta,  e, quando virou pai, foi justamente de uma menina.

Naquela época, a ultrassonografia ainda não era tão precisa em definir o sexo e, pasmem, quando se tornou, as pessoas preferiam a surpresa de descobrir na hora.

A humanidade realmente vai se transformando.

Quem imaginaria que a moda viria a ser descobrir algo tão importante ao lado de tanta gente e inclusive transmitido para diversos desconhecidos??

Ainda na maternidade ele experienciou as primeiras brincadeiras por ser pai de menina (pai de menina sofre!) e, atores presentes à cena relatam ele ter vivido ali o primeiro momento de ciúme. 👀

O pai da menina desejou que seu nome fosse Larissa.

Nessa, a mãe ganhou.

Mas ele assistiu com ela o filme que o levou a cogitar tal nome.

Esse e muitos outros filmes.

O pai da menina a ensinou a cantar, a dançar, estimulou-a nas leituras e desafiou-a em problemas de Física.

O pai da menina, em vários momentos da vida dela, e fora também, verbalizou com muita ênfase, em tom seguro, firme e forte, incapaz de resultar em mínima dúvida: “Minha filha, você tem pai”.

Sim, ela tem.

E ela sempre soube que ele é o melhor do mundo!

O HERÓI DAS PEQUENAS COISAS

Odilon Cabral Machado Junior

Odilon Junior e suas filhas, Luísa e Isabela.

Hoje, o meu quinto Dia dos Pais.

Agradeço a Deus por ter me dado duas meninas incríveis.

Ser pai da Luísa e da Isabela é a missão da minha vida.

Não trocaria por nenhuma outra.

A cada ano, a paternidade me traz novos aprendizados.

É impressionante.

Sempre aprendo algo com as maiores preciosidades que Ele poderia me dar.

Nem nos meus melhores sonhos, nem mesmo a inteligência artificial, seriam capazes de descrever o amor que sinto por elas.

Luísa e Isabela ensinam todos os dias como a vida deve continuar sendo leve.

Elas me preenchem de uma forma que eu aproveito cada momento, como se literalmente fosse o último.

Única essa minha relação de pai com “Ducha” e “Gudu”.

Enorme a responsabilidade de ser o pai delas.

E, ao lado da responsabilidade, caminha a perfeição, a busca por não errar.

Nunca fui um sujeito de buscar a perfeição.

Ela não me completa.

Entretanto, a paternidade impõe que eu busque essa perfeição. Não permite alternativa.

Eis que me vejo buscando, sem sucesso, essa tal de perfeição.

Mas, sabe o que acho legal?

A perfeição não existe!

Não há conceito, não há capítulo no “Livro da Vida” descrevendo o que é perfeição.

Eu não quero ser perfeito!

Eu quero ser o herói da Luísa e da Isabela!

Um herói sem superpoderes, mas o herói das pequenas coisas.

Aquele que, com um simples olhar, entende quando uma está com sono e a outra apenas quer colo; que transforma o banho num lugar de inúmeras brincadeiras; que faz da reza antes de dormir um momento de proteção; que canta as mesmas músicas repetidamente (embora já murmurem U2 — assunto para outro momento); que faz vozes engraçadas nas histórias; e que dá os melhores beijos e abraços do mundo, mesmo quando o dia não foi tão bom assim.

Ser o herói da Luísa e da Isabela é entender que cada “papai, olha isso!” é um chamado de Deus a mostrar a minha melhor versão.

É saber que, mesmo cansado ou mesmo inseguro, a minha presença vale mais do que qualquer presente, principalmente quando elas soltam um “eu te amo”, sem mesmo saber o que é amor (ou sabem?).

Elas são o meu motivo, a minha fortaleza, minha missão mais bonita… é a missão da minha vida.

Obrigado, Deus. Obrigado, Luísa. Obrigado, Isabela.

Luísa e Isabela, SEU HERÓI AMA VOCÊS.

10.08.2025

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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