Direitistas, esquerdistas, em velha idiotia.

O muro que dividia a cidade de Berlim, na Alemanha, foi derrubado pelo povo berlinense, no distante 1989.

 

Era um paredão vergonhoso, erigido a partir de 1961, em substituição a uma antiga cerca de arame farpado que tentara separar aqueles nacionais como gado.

 

Tal isolamento acontecera, por conta da rendição incondicional da Alemanha Nazista, potência derrotada na 2ª Grande Guerra.

 

Entenderam os vitoriosos da guerra, à frente os Estados Unidos da América, a União das Repúblicas Socialista Soviéticas (URSS), o Reino Unido Britânico e a República Francesa, que o Reich Alemão, por sua contumaz periculosidade bélica, em sucessivas guerras contra seus vizinhos, deveria ser repartido em duas nações desarmadas, ambas republicanas, uma sobre o controle Russo-Soviético, batizada então como “República Democrática” e com sede em Berlim, e a outra sobre a tutela tripartite de Americanos, Ingleses e Franceses, que foi chamada de “República Federal”, com capital sediada em Bonn.

 

Por conta deste acordo esdrúxulo, a cidade de Berlim ficara totalmente imersa no setor Soviético, e assim teve que ser repartida entre as duas Repúblicas Alemãs renascidas, daí a razão da cerca, e do muro, que foi erigido depois.

 

A cerca, e o muro que a sucedeu, surgiram da absurda imposição de conter o intercâmbio entre as duas metades germânicas, interação sobremodo acrescida com o passar do tempo, porque os nacionais da paradisíaca “República Democrática” passaram a fugir de seu encantador socialismo, em busca da vizinha “Federal”, que progredia abraçando o amplo emprego no “deletério” livre mercado.

 

Os que recordam daquele tempo, lembram que tais fugas eram repelidas a tiros de metralha, algo que bem pode ser comprovado ainda, na segunda década deste terceiro milênio, na vizinhança do distante Paralelo 35, lá no extremo oriente, no limite que reparte as duas Coreias.

 

Se a cerca berlinense durou algum tempo, o muro vigeu por quase trinta anos.

 

Durante esse tempo, loas eram cantadas, mundo afora, enaltecendo as delícias igualitárias promovidas pelas repúblicas soviéticas.

 

Um contexto que posso testemunhar, porque na minha adolescência e até no meu universo, enquanto estudante universitário, todo discurso motivador de acendradas palmas era povoado por esses chavões que enalteciam a Rússia Soviética, a Alemanha Comunista e a República livre de Cuba, onde se destacavam os Comandantes Fidel Castro e Ernesto Che Guevara.

 

O próprio nome, “Soviética”, nunca fora bem traduzido no ocidente. Não precisava, afinal se a versão fosse divulgada, ver-se-ia que era falsa, como tudo que o comunismo pregava e promovia.

 

 ”Soviético”, por origem edulcorada, vinha de “Soviete”, conselho popular, constituído por delegados de operários, camponeses e soldados, tudo aquilo que bem ilude o igualitarismo romântico dos mais rasos segmentos marginalizados da sociedade, afinal desta reunião não participariam, nem a burguesia, colocada como inimigo a extirpar, aí sendo repelidos os malditos bem-nascidos, nem os bem letrados, por hostis à classe obreira, a quem era destinado o paraíso fraterno nascente.

 

Haveria melhor quimera que uma sociedade sem classes, mando e comando, o Estado, sendo gestado e fruído pelo cidadão comum?

 

Seria um devaneio mais que sonhado, não fosse o floreio da paulada necessária para a sua execução.

 

E foi com muitos golpes de ponteiro e marreta que o povo aos poucos tudo derrubou e esqueceu, os tijolos do muro sendo carregados como troféus para não serem mais erguidos.

 

Troféus à parte, enquanto o “muro da vergonha” era “derribado” em 1989, só para utilizar uma alusão ao arriba, ou aquilo que está erigido por alto e ruim, o Congresso Nacional, em terra pátria, nos antecedidos do ano anterior, 1988, estava a discutir aquilo que resultou na “Constituição Cidadã”, tentando sepultar tanto “entulho autoritário”exaltado, e plantando na mesma cova males piores.

 

Os que lembram daqueles embates constitucionais bem recordam que houve uma tentativa de transformar o Brasilnuma República Socialista e Popular, sem luta, nem Revolução, e muito reboleio quase em carro alegórico de retrocesso e enganação.

 

Foi quando surgiu o “Centrão”, a união de Deputados e Senadores Constituintes, que sem se ousarem assumir partidários da “direita”, nem posarem piores, enquanto críticos da “esquerda”, definiram-se independentes e bem consequentes, posando de isentos e assim parecerem melhor coerentes e confiáveis, a favor do que aconteceria lá fora, com a queda do muro de Berlim.

 

E o resultado foi esta cerebrina constituição, lauta em concessões sociais, desmandos sucessivos e, sobremodo, excedentes disfunções conflituosas entre os que deviam mandar e aqueles a quem sempre cabe obedecer.

 

E nesse padecer de indefinição ideológica, vingou, de lá para cá, uma eterna insatisfação loroteira: Todos os partidos políticos, mais de trinta, quarenta ou cinquenta são de “esquerda”, esta coisa zero a esquerda, que não avança e teima em demonizar quem não lhe pensa igual.

 

Em Sergipe por igual, e a partir do regime militar autoritário, vingou primeiro uma esquerda que logo restou corrupta, denunciada, sendo escorraçada do poder com tal fama, que ninguém pensaria fosse tanto, tão venal, realmente.

 

A essa canhota dita-corrupta, sucedeu uma outra esquerda, posando mais pura, por ideológica!

 

Era um conjunto de barbudinhos egressos de Diretórios e Grêmios Escolares, gente recém-saída da adolescência, alguns malvestidos, quiçá malcheirosos, em pose hippie de pouco banho e parco escanho, e que como azougue, diziam não querer se reunir com ninguém.

 

Seu discurso, em abocanho de rebanho, era luminoso; era luz fria a seduzir as miríades de infindáveis vagalumes em tantas mariposas imprudentes.

 

Em sua chegada, os bem-falantes e ululantes da nova esquerda, postavam-se enojados com a leva dos primeiros caídos, justo aqueles que se firmavam como vanguarda da “oposição consentida”, digo eu, e que cambaleante resistira às noites trevosas do regime autoritário.

 

Digo “oposição consentida”, porque fora assim, por assentimento, tolerância, e até quem o sabe displicência, que vingaram alguns lépidos e lestos, nunca cassados, nem tolhidos nos seus direitos políticos, embora cantassem loas e troas do padecimento nunca de todo sofrido.

 

Do padecer e do penar, quem da luta foi ceifado, restou perdido, bem olvidado e nunca pranteado, porque entre os corredores d’água do Rio Real ao Velho Chico, o ovo continua goro e sem vingar Fênix!

 

Mas, quem precisa de Fênix, se as trevas por nix e fix, só por negrume, ocultam tudo, o que vale, e o que não vale: esquecer?

 

E nesse deslembrar por desvario, as esquerdas se revezaram e se perderam em acordos de conciliábulos que ninguém explica nem desvenda.

 

E nessa delenda real, acontecida, sem que ninguém o perseguisse e lancetasse, após o predomínio e o empalme do poder constituído, nunca tantos de esquerda, raiz ou sem cariz, se perderam tanto no rodo perdiz da última refrega eleitoral.

 

Não ficou um; unzinho sequer!; nem sindicalista, livre grevista, anarco-pensador assembleísta, piqueteio e panfleteiro, e se um líder sem-terra soçobrou, louve-se à justiça eleitoral, que por caminhos e escaninhos indigitados, limpou-lhe a cena, queimando os votos, dados errados a quem não devia, nem o merecia: posar de arena.

 

Por méritos outros, do que foi apurado na urna esclarecida, a eleição que passou cravou-lhes no peito uma estaca de madeira, gabiroba, peroba ou maçaranduba, digna de fulmino a vampiro comum da Transilvânia, porque foi uma “acabação” tão desmedida e generalizada, que incompreendida está ainda, a merecer estudos e avaliações, para conferir um cansaço acontecido e um afadigar repulsivo, e daí inferir, quem o sabe, uma funéria e derradeira; partida sem pranto!

 

Deste choro sem lamento, ninguém pode afiançar que este último naufrágio da esquerda tenha sido uma destra vitória, um real predomínio de sufrágios por uma direita livre assim destacada, ou realmente assumida!

 

Não! Ninguém, nesse aquém munquém bem mastigado, e sem referência, se ousa  postar tão doidivana; aqui e lá fora!, como sendo de direita, e por pior, de ultradireita!, esta derradeira palavra, tão execrada, que ninguém sabe o que é, nem a que vem!

 

Se as esquerdas sempre parecem cheirar bem, os da direita com desodor ou perfume, sempre ressudam mal sem igual; por cheirume!

 

Digo assim sem azedume, porque já andam dizendo mundo a fora, que a Direita vem crescendo na opção do eleitor decepcionado com a democracia que o marginaliza e o deixa sem esperança.

 

Não é o caso nosso, porque o “capitão de pijama”, tão pouco votado por aqui, está tão temido, como morto-vivo já cassado e apeado politicamente, que ninguém sabe o porquê de ainda ser notícia.

 

Como papas, dolos e bolos enganam sempre os tolos, eis o noticiário, todo ele de sinistro flanco, em cancro velho sendo bisado, exaltando, por fato novo, caros relógios e joias raras recebidas por presentes, pelo “capitão de pijama”,e Ex-Presidente, a requerer mais apuro que a chacina sem vacina, da falsa notícia em incúria alardeada.

 

De “úria” idêntica ou por simples idiotia em cheiro e exalo, eis a nova disúria derramada.

 

Em mesma farsa, só por falsa serventia, eis a injúria posta, em perjúrio, assinalado.

 

É aleive novo, pão-com-banha, gordurento e visguento, tão virulento, quão chechelento, o desalento tosco de uma “Esquerda” que não se assume, mas ataca!

 

Coisa de gente que bem arranha e azunha, em bico, verbo e unhas, mal disfarçados!

 

No mais, o que voga e não revoga, é a pura idiotia em guerra plena; de Esquerda e de Direita, todas funestas em recidiva de cobreiro!

 

E o que vem a ser um cobreiro?

 

Cobreiro é doença não letal, por causa viral em Zóster-Varicela ou Varicela-Zóster (VVZ), espécie de herpes, aplicado por comum na política, embusteiramente bazofiada, moléstia de real contamino, por contato e respiro, qual catapora, que nunca mata ou aleija; mas incomoda!

 

Do mesmo mal sofrido por zóster viral acontecido, eis sempre a calúnia política alardeada, para geral contamino. Um dia passa!

 

A estes que difamam e caluniam, porque nunca são probos reais, e nem mesmo confiáveis assim parecem, abespinha sobremodo, contemplar o Ex-Presidente Bolsonaro, crescendo ainda mais como Mito!

 

Essa coisa que empolga as multidões e não é droga que alucina ou vicie, mas fascina!

 

Livre, e ao desabrigo ainda, e enquanto o permitirem liberto assim, curtindo o seu calvário sem fim, está o Capitão Falastrão sendo calado e ameaçado, mas seguindo aplaudido e nunca pateado, por onde passa e segue! Mesmo em prévias de perder o próprio sustento, do soldo ou do comum provento conquistado, sem roubo e sem fraudes, o que nesta terra de meu Deus, não é lá grande coisa, mas emputece!

 

Como no portal do Inferno, a putaria sempre acontece, que me permitam a feia palavra, por necessária!, porque no aquém de tal fuzilaria dessa briga de Esquerda com Direita, é vã toda e qualquer esperança de razão, por pura e simples má-fé, quando não: idiotia!

 

Que Deus nos livre de todo o mal que os homens se fingindo de isentos e imparciais ainda nos possam trazer!

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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