Eu não me senti ofendido com a cascata de repúdio ao Governador Zema, de Minas Gerais, defendendo uma unidade dos Estados Sul e Sudeste contra o predomínio atual do, assim chamado, Consórcio Norte-Nordeste, famoso por denúncias pouco apuradas em respiradores da COVID.
Se a COVID está amainando, ninguém sabe até agora quantas vitimas abateu no ano que passou.
Se foi mais, se foi menos, que no ano anterior, o número de mortos, entre guerras de vacina, muitas máscaras em parcas ivermectinas, com o noticiário necrológico sendo exaltado e acrescido, em exagero encomendado.
Agora que tudo passou, o Governador mineiro está vilmente execrado via mesma grande imprensa, sendo repetido pela prensa local, o que é terrível, e como é de costume; acriticamente!
Todos daqui e de fora restaram sobremodo ofendidos, denunciando, senão um racismo exacerbado, um divisionismo nazista que vem se espalhando cada vez mais por estes vastos brasis, sobretudo após a espremida vitória de Lula, mal deglutida ainda, pelo vasto eleitorado esclarecido, em urnas pouco isentas, que no meu pensar continuam inconfiáveis; por mal conferidas!
Em verdade, este mal conferir, agatanhou a nação em múltiplas dúvidas e insatisfações, a gerar denúncias vastas de golpismo enfurecido, requerendo a edição de hodiernos “Index Librorum Prohibitorum”, entre muitos dogmas e impedimentos, por “indexis religionis”, justo aquilo que se pensava ultrapassado pela democracia, mas que ressurgiu herético em pior idolatria.
Assim, em “index novarum haeresis” próprio instituído, eis promulgado o que se deve ou não, dizer, pensar, acreditar e professar, em promessas de cadeia, ameaças de multas vastas, quais surras de peias, em variadas punições e torturas, dignas do velho Santo Ofício.
Um ofício sempre bisado e revisitado, modernizado, pouco expungido e repaginado, para ser sempre pior e intolerante.
E a imprensa, dita consórcio, firmou um litisconsórcio em apoio dessa cruzada, querendo caçar, espicaçar e perseguir, catar como piolho em cabeleira imunda, pouco fecunda dos infelizes infiéis que resistiram impenitentes ao lado do Ex-Presidente Bolsonaro, agora vendo alvejado os seus presumíveis sucessores.
O problema é que vem do Sul essa esperança de renovação da política, com os Governadores Romeu Zema de Minas Gerais, e Tarcísio de Freitas de São Paulo, este sendo acusado de não ser tolerante com a bandidagem reinante.
Interessante é que o tal consórcio, nesse samba desafinado de nota só, revela-se crescentemente carente de leitores, chegando a oferecer o impensável: assinaturas gratuitas (por três meses) dirigido ao universo feminino, e em preços módicos de pouca monta (R$9,90 ao mês) generalizado para todos os gêneros.
A parte tudo isso, fala-se que tais jornalões perdem leitores…
Em verdade, os jornais de antigamente eram conhecidos pelo dono, geralmente figuras que tinham um explícita pretensão política.
Em Sergipe, por exemplo, os jornais assinados na minha casa desde a infância eram o Diário de Sergipe, que tinha meu pai, Manoel Cabral Machado, como um dos seus Diretores, firmando a voz do Partido Social Democrático, o PSD, o partido dos irmãos Francisco Leite Neto e José Rollemberg Leite.
Do lado oposto, corneteava o Correio de Aracaju, porta-voz da União Democrática Nacional, a UDN, o partido de Leandro Maynard Maciel e Luiz Garcia.
Desnecessário dizer que cada um tinha o seu viés em respeito à fidelidade e o proselitismo de seus leitores.
Outros semanários permeavam diferentes caminhos, menos polarizados politicamente, como o Sergipe Jornal do Jornalista Paulo Costa, pai do escritor e jornalista Luiz Eduardo Costa, este que nos brinda até hoje com textos magníficos a merecer o respeito e admiração de todos.
Campeando mais à esquerda, estava O Nordeste, jornal do Partido Trabalhista Brasileiro, o PTB, agremiação do Deputado Francisco de Araújo Macedo, o Seu Macedo” e do polêmico Jornalista, Nunes Mendonça.
A Igreja Católica tinha sua voz em A Cruzada, periódico da Diocese de Aracaju, possuidora de um brilhante naipe de articulistas sob a batuta do Padre e depois Arcebispo, Luciano José Cabral Duarte.
O jornal de maior sucesso, sem dúvida, foi A Gazeta Socialista de Orlando Vieira Dantas, Diretor e Proprietário que nunca abdicou de lavrar os seus próprios editoriais, sempre combativos e mui respeitados, orientação que se estendia ao seu corpo de colaboradores, todos notáveis, como Ariosvaldo Figueiredo, os irmãos Francisco e José Rosa, e Zózimo Lima com as suas magníficas crônicas, Variações em Fá Sustenido.
Em semitons não rebaixados do Sol, nem acimados do Fá, Orlando Dantas rebatizou sua Gazeta Socialista como Gazeta de Sergipe, mantendo com novo nome o mesmo timbre, e aumentando o seu ritmo e amplitude, chegando o jornal até a tempos recentes, quando seu fundador não mais vivia, continuando sob a égide do intelectual e escritor Luiz Antônio Barreto e do não menos notável beletrista, Paulo Dantas Brandão, neto e sucessor de Orlando Dantas.
Em novos tempos, surgiram outros jornais: o Jornal da Cidade, do Empresário Augusto Franco e seus filhos, que ingressaram e tiveram muito sucesso na política; o Diário de Aracaju, do também Deputado José Carlos Teixeira; o Sergipe Jornal de Nazário Pimentel; o Jornal da Manhã, do Governador João Alves Filho e o resistente Jornal do Dia,do Jornalista Gilvan Manoel.
Dos jornais de antigamente, por seus proprietários e responsáveis, sabia-se a que vinham e o que pretendiam.
Podia se dizer que para eles valia o célebre mote propagandístico da RCA Victor, que apresentava um cachorrinho ouvindo atento um gramofone, como estivesse a dizer: “Ele conhece a voz do dono”.
Hoje ninguém sabe quem são os proprietários dos jornais e o que pretendem.
E nesse vasto nevoeiro parece que a coisa vem de tal modo diluída num “baixo-clero jornalista”, iletrado mais das vezes, muitos deles a soldo de outrem, fazendo os tais “releases”, propagandeando o vazio e o baixio, em muita mediocridade.
E nesse desvario, os jornais perdem o seu norte, sua missão, e vão se afundando.
Um afogamento sem fim, com ampla reclamação das redes sociais, que em desembesto de cavalo bravio, rouba-lhe o mote e a cilha, singrando galopes sem freio.
Ao meu pensar, o grande erro, em termos de destruição criativa, é que tal consórcio de imprensa resolveu permear um caminho único, ideologicamente falando, assumindo postura de agremiação política, afastando-se da busca da verdade.
Mas, “Que é a verdade?” – Perguntou Pôncio Pilatos a Jesus Cristo, que calado permaneceu, coroado de espinhos e cheio de hematomas no pretório açulado por uma multidão iracunda.
“A verdade é filha da duvida”, já disse alguém e vale a pena repeti-la, por bem facunda e percuciente.
“A soma dos ângulos de um triângulo independe da vontade da Cúria”, colocou Bertolt Brecht nos lábios silentes de seu Galileu Galilei.
Todavia, contrário à lei e a qualquer doutor da lei, o homem buscará sua verdade, não sendo um fora da lei, mas procurando longe da imprensa publicada a sua opinião que restará melhor embasada.
Assim eis as redes sociais onde perambulam todas as versões, insensatas inclusive, porque cada um ali se acha um gigante no anonimato para o seu pior âmago por escarro.
E nesse amplo catarral formado nas redes sociais, resta-me pior contemplar, que a mesma imprensa que se estiola, permite a glosa irresponsável, do que tudo viola, sem nome, sobrenome, identificação, RG ou CPF, num proceder criminosamente parecido, mais das vezes, do que ali expõe e se comenta.
Como a censura só existe para o lado execrado nos jornais, eis o Youtube sendo visitado nos canais tidos como foras de sua grei.
Se os Jornalões perdem leitores, se lhes sejam comparadas com as lives do YouTube, essa novidade boa e ainda gratuita, sobretudo dos programas televisivos da Barbara TeAtualizei, perseguida e assaz desmonetizada, mas formidável, do Rádio e TV Jovem Pan, em O Pingo do Ís, destaque-se também para o programa da Oeste Sem Filtro, com Augusto Nunes, o 4×4 no domingo à noite, e as publicações da Revista Oeste e do Jornal Gazeta do Povo, que ainda não foram contaminados com o “esquerdismo” vigente na grande imprensa da qual me afasto.
Ser de esquerda ou de direita, como dissera Ortega y Gasset, representa a mesma hemiplegia mental.
A grande imprensa, por outra via, quer nos fazer uma lavagem cerebral, construindo um estuário seu único e universal pensamento, que vem incomodando a muitos, afastando-os de seus escritos, inclusive a mim que dela me distancio, procurando o deleite de um bom texto, apenas!
Como seguir um caminho que não seja contaminante, sem lesa-história do que foi e aconteceu, se a diversidade ideológica pressupõe a análise crítica do amplo proceder dos homens, sem permear hagiografias desonestas e demonizações indigestas, por piores e funestas, em sendo costuras ambas, mal cerzidas e puídas por fingidas inverdades?
Se os seus heróis não são os de minha valia, que me permitam tê-las diferentemente, ora essa!
Inclusive o direito de não me sentir ofendido com o que disse o “execrado” Governador Zema, e com tudo aquilo que o seu colega, Tarcísio, vem fazendo para coibir o crime organizado em São Paulo.
Não são eles bolas da vez, apenas, de um recado maliciosamente encomendado?
O que esse povo mal-intencionado não entende é que não é à toa que o PIX do “Capitão de Pijama” vem sendo bem fornido e visitado.
Isso os incomoda!