Pior é o que vem depois: até o cheiro!

Diz-se do Reacionário, aquele que à margem da Revolução Francesa, teve sua cabeça cortada, por primeiro.

Falo dela, da Revolução Francesa, porque vem daí o termo reacionarismo…

Por reacionários, foram denunciados todos os inimigos da nascente República Francesa gestada e parida a partir do regicídio primeiro, na guilhotina, com o Rei Luís XVI, o Capeto, abrindo o caminho a muitos que o seguiriam, sem choro nem vela: sua mulher, a “austríaca”, Maria Antonieta (1755-1793), difamada como adúltera e promíscua, acusada de abusar de tudo, sexualmente, inclusive, do próprio filho, uma criança em menor idade, conjunção moderna das romanas; Agripina e  Messalina; exemplos piores em lascívia e nocividade.

Agripina, para quem não lembra, era a sanguinária mãe de Nero, o imperador romano tido e havido como tirano e alucinado, um dos primeiros perseguidores dos cristãos, jogando-os às feras no Coliseu.

Messalina,  esposa do Imperador Claudio, celebrizou-se como sinônimo de “meretriz”, “prostituta” e “adúltera”.  Mulher de quem se dizia, possuir um terrível furor uterino, que no leito conquistava todo poder Romano, corrompendo homens e mulheres, insaciavelmente…

Os homens têm essa mania de difamar os vícios femininos, eximindo-se dos próprios em  luxúria pior.

Em verdade, tais comparos sempre são úteis, para delimitar por supremacia assim maximizada, por pior dos piores, ou maior dos maiores, no reparo a ser assacado contra a realidade que precisa ser denunciada gravosamente, ensejando um monstro que não mais assombra, mas que precisa assustar, quiçá mesmo, assombrar, só para ser credível, como ideal perigo a execrar.

Para Jaques René, Hébert (1757-1794) o jornalista de “Le Père Duchesne” (O pai Duchesne), e seu colega Marat, Jean-Paul (1743-1793) de “L’Ami du peuple” (O Amigo do Povo), Maria Antonieta, valia qualquer acusação contra a Rainha Destronada, cerne principal do Reacionarismo a combater,  isso sendo bem aceito por um Promotor Público, disponível por  parcial e atrabiliário, como o fora Antoine-Quentin Fouquier-Tinville (1746-1795), e  até ferisse o bom senso e a realidade racional de um Maximilien de Robespierre (1758-1794), o verdadeiro líder do Terror Revolucionário que aí se iniciava.

De tais jornais toscos, em rotativas derramando sangue, eram reivindicados em nome do povo e da nova pureza instituída, todo tipo de perseguições aos grupos políticos mais odiados, atingido depois os moderados, todos acusados de conspiração contra a revolução, quase igual ao que se vê nos tempos atuais, como ontem, pintando o mesmo perigo, tentando reavivar o velho furor intolerante contra os novos reacionários; hoje os “bolsonaristas”, em renomeios de fascistas!

Porque no noticiário atual, nada tem sido mais odiento e ominoso do que esta propaganda celerada contra os “golpistas do oito de janeiro”; os novos reacionários a perseguir.

Como a humanidade é a mesma, sempre capaz das repetidas misérias, contemplo nessa nova perseguição aos reacionários bolsonaristas, a velha caça às bruxas que no medievo incinerava magos e hereges em praça pública, no mesmo padecimento do qual escapara a mãe de Johannes Keppler, mas que não salvara Giordano Bruno,  no seu imaginar e refletir um universo infinito, e que levou Sócrates bem antes numa Atenas democrática, temendo a sua maiêutica e a sua caverna escura, sendo condenado a beber veneno, sem “engüiar”, tudo às claras, e contra a sua vontade…

Em verdade, essas pessoas, pelo seu pensar divergente, ousaram entrar em conflito com o estado vigente, uns por sua ciência, outros por suas crenças, enfim, algo que os tornaram perigosos, a serem punidos, pelos Héberts e Marats , sempre disponíveis nas tintas e papéis fartos a serem flagelados e até eliminados, seja em forca como Tiradentes, na fogueira como Joana d’Arc, ou no vil garrote, todo aquele que resistisse ao “fiat justitia et pereat mundus” dos Habsburgos espanhóis, “querendo impor sua vontade, nem que o mundo perecesse”, tudo em praça publica e à luz do sol em pino, sem jamais lhes extinguir o sonho mártir de liberdade; dos Mineiros de Vila Rica, dos Franceses de Domrémy-la-Pucelle  e dos Neerlandeses de Nassau, que quase plantaram uma republica batava junto ao Beberibe e o Capiberibe, no Recife com suas pontes.

Nada igual, mas igualmente intolerante, por assino à condenação da manicure Débora, que com batom garatujou “perdeu Mané!”, sem vírgula e em má grafia, mas por melhor nojo varonil…

E por incivil repulsa, viril e necessária, a confundir o direto objeto de sua, e de nossa aversão, pelo menos de 50%, no mínimo dessa nação, excluindo aqueles que se bestificam ainda, na indiferença dos néscios, dos pascácios e dos beócios, com o vocativo da melhor das intenções.

Porque o “perdeu, Mané!” vem crescente como nuvens que se ajuntam em prévias de tempestade…

É só ver o prelúdio sinistro do que se insiste em persistir no erro iniciado e que está urgindo coibir com o bom remédio tolerante da Anistia.

– E esse povo que grita “Não à Anistia!” quer o quê? – Pergunto eu.

– Querem enjaular metade da nação? Desafiar o tolo protesto de Terços e Bíblias exibidos, junto com laicas bandeiras verde e amarelo, ingênua e inutilmente desfraldadas?

– Por acaso a insatisfação de um povo pode ser sufocada por uma toga que se enodoa a cada dia, pelo seu erro insistentemente e continuado?

– E se nenhuma mancha transparece de todo ainda, querem convencer a quem, que um golpe foi desferido, e que a democracia esteve assim tão estupidamente ameaçada?

Ameaçada por quem, se o tal “golpe” persiste mal investigado, embusteiramente com câmaras cada vez mais apagadas, só para valer uma versão manipulada, e nunca a verdade no todo e real, bem apurada, onde ninguém viu, nem flagrou, mas foi bastante comentado que alguém ali até defecou, numa cagadaque parece, e transparece, só ter vindo de audaz caganeira, ou por vil protesto atrevido, mas altaneiro, por mal-educado e desaforado, jamais um vil petardo por golpe de estado como querem que o país engula, com toda a bosta e sua fedentina?

Porque a bosta, qualquer uma, perdoem-me o palavreado, mas ele existe e tem a sua boa serventia, e o seu cheiro comum, inconfundível, até por protesto!

Jamais por “Golpe de Estado”, porque aí se exigiria não uma cagada isolada, mas uma cascata ou cachoeira de muita merda, como tem sido e  transparecido, o mal grafado e o mal final remexido por pior desagravado.

Porque nesse contexto de cagada, até para feder mais e piorar tantas ventas enojadas de maus leitores, e porque os bons ledores disso tudo sorrirão, conta-se que nos idos de 1950, o Governador de Alagoas, Silvestre Péricles de Góes Monteiro, antes de passar o poder ao Governador Eleito, Arnon de Melo,pai do Ex-Presidente Collor, encomendou quilos de cocô aos presos da Cadeia Pública, e com tal matéria prima mandou proceder uma enorme força tarefa de caiação do Palácio Floriano Peixoto ou dos Martírios, Paço Residencial do Governo, não faltando parede ou teto, sem exibir tal adereço para a posse que se fez sem pompa e circunstância.

Se riso houve em muitos gracejos, o fato restou verdadeiro, não se sabendo ainda se houve algum cumprimento de promessa, afinal Silvestre prometera alforriar qualquer detento que contribuísse com quilo acima de merda.

Coisas fedidas de lamento apenas… E outras piores que viriam depois a serem pesquisados no Google, com tiroteios; não de merda!

Mas que tenho eu com isso, se sou eu somente quem está a sentir a fedentina nesse espaço?

Alguém poderá me dizer: – “Tampe o nariz, ora essa!”

Porque tem gente aqui mesmo, quase colado a mim, aqui nesse mesmo ambiente democrático, que vem adorando o fedor que os perfuma…

Que fazer se alguns arfam no olfato; o seu cheiro edulcorado de vingança?

São os eternos intransigentes; aqueles que alimentam os Dons Tomás de Torquemadas, que trocam de nome, mas alimentam a mesma disponibilidade… Coisa de carrasco, de carcereiro, tudo no mesmo açoite, a bem servir se necessário.

Para estes intolerantes, em baba elástica por hidrofobia, a Anistia proposta agora, não lhes vale como a Anistia de Ontem, afinal alimenta-lhes sua própria vendeta, por revanche.

Aquele desafronto que, ilusoriamente, uma vez realizado se fará irreversível, como se tudo pudesse ser zerado, com os ânimos arrefecidos, não lhes animasse a intolerância em ação sem reação, para o mau convívio entre os diferentes.

E em tanta ausência de bom senso, não veem os senhores Congressistas, e aqui estou eu  a lamentar, porque o nosso tão miúdo Sergipe, em sua representação masculina e feminina vem se mantendo neste campo de clemência e do perdão, no meio do muro e da indecisão, Quatro Deputados a favor da Anistia, e na outra banda; Quatro Deputados que não se contemplam no próprio reflexo como intolerantes. Ou indiferentes… Pelo menos!

Logo Sergipe, que nunca se destaca em nada; nem com um herói a constituir panteão, nem com um bandido a clamar de seu, ou com muitos celerados seus, por indecisos…

Um Estado que nunca será nada…., será que é porque se faz melhor como “o país do forró!”?

E nesse forrobodó, como conter a vilania da Praça dos Três Poderes, senão com Anistia?

Mas se ela não vier logo estará tudo bem, maravilhoso, com o povo se rebelando cada vez mais nas ruas?

Pode-se silenciá-lo a golpe de peia, igual aos Habsburgos espanhóis em fatos novos brasilienses: “fiat justitia et pereat mundus”? O que me leva a questionar impertinente: Rogo, sine ulla potestate: quae lex, cuius lex? Qual Lei? Lei de quem?

Em outra ameia e sem nada impor, disse um dia Jesus Cristo, saudado por ramos no lombo de um jumentinho, na entrada da cidade sagrada de Jerusalém, no assim chamado Domingo de Ramos. “Se forem calados”,… disse ele, enquanto Deus: “Se os calarem, as pedras falarão por eles!”

Tudo isso em prévias de Sua prisão, dele Cristo, quase sozinho, abandonado, no Jardim das Oliveiras, por ser dEle, aquela missão.

Como também dissera um outro sábio, que nunca se imaginara um deus; Galileu Galilei, numa admoestação solitária, sozinho também, abandonado, justo na boca de quem lhe pensou melhor: Bertolt Brecht: “Eppur se muove!… Onde a fé teve mil anos de assento, sentou-se agora a dúvida.., todavia; as cidades são estreitas e as cabeças também…, mesmo com a verdade sendo filha do tempo e não da autoridade… Ora essa! Eppur se muove! Eu abjuro!”

E continua, ora essa!, mais bem acreditada que a própria ciência, afinal as fraquezas humanas nada têm com ela; a ciência e até a fé!:  “É perigoso ter razão contra os poderosos”, referendava Voltaire, que sentira na pele o poder de sua verve em melhor ironia: “É perigoso ter razão quando o governo está equivocado”.

Tudo me vem de novo, denunciante, e até me expondo ao pelourinho do malfadado Estado Democrático de Direito, porque ninguém se vê intolerante, celerado, e inclemente, se postando contra o que se propaga, vergonhosamente, contra os bagunceiros de oito de janeiro.

Porque para mim, foram bagunceiros somente.

E bagunça eu já vi melhores. Sem cocô e sem cagada

A cagada é o que vem no além dela; depois!

E olhe que não estou a falar dos descontos dos velhinhos.

Mas, por que iria eu falar dos roubos dos aposentados, se o pior é o fascismo?

 

Pior é o que vem depois: até o cheiro!

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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