Sirvo-me do poema “Cor de rosa choque”, musicado por Rita Lee e Roberto do Carvalho como mote e inspiração do noticiário político, lá do Ceará, com o “chamado à ordem”, externado pela Sra. Michele Bolsonaro, contra os acordos espúrios ensaiados pelo PSL, que, presuntivamente, já se sente órfão, desarrimado, do Ex-Presidente Jair Messias Bolsonaro, numa morte já, déjá, demorada e esperada, e cobiçada por demais…
Morte que não veio ainda, mas os seus despojos já estão sendo compartidos, com uma lupina rapidez e em rapacidade de hienas.
A política é assim: não permite vácuo.
É igual a um barco que afunda, á água ocupando e preenchendo todos os seus espaços.
Em outra via, e por antecipo impaciente do desfecho, o noticiário se incomoda com a sobrevivência do Ex-Presidente, mesmo sabendo-o privado de tudo, sem poder falar e pior ser ouvido, incapaz até de desdizer o que tantos relatam de suas revelações não escutadas.
Dos críticos do Ex-Presidente, sabe-se de longas datas, serem os filhos Zero 1, Zero 2 e Zero 3, assim nomeados, como troica perniciosa a combater, desde que, por obras do imponderável desejo popular, o seu pai, Jair Messias Bolsonaro, um “Deputado Falastrão do Baixo-Clero”, caiu no gosto da massa ignara e subiu a rampa do Palácio do Planalto, cercado de mil amigos e colaboradores, em buscas comuns de benesses, todos a lhe quererem tolher os passos.
Seguiram-se quatro anos de luta renhida travada por Flávio, Eduardo e Carlos, para a manutenção do seu Pai na Presidência da República, contra todos os “muy amigos fiéis” e tantos inimigos revéis, surgidos “desinfiéis de tudo”, e nutridos em todos os quartéis, e/ou granéis, no mais que indigitado “gabinete do ódio”, vazio e baixio, composto por eles, e só por eles, os três Zeros, ou “mi-zerados”, irmãos sozinhos, num quase terreno baldio, à falta de gente que lhes desse apoio.
Gabinete que restou sem reboliço, e sem enguiço, num verdadeiro quebra-feitiços, contra toda censura e rasura, e até a vilã conjectura, que de fora e de dentro chegava todo dia sem trégua e regra, num espaço cediço sem dolo e mistério identificado, mas que restou assim e por fim: execrado e odiado; e demonizado!
Uma demonização que continua, porque o Jair Messias Presidente, várias vezes foi refém de muitos golpes, só conseguindo com sucesso findar o seu mandato, porque restou sustentado por vasta aceitação popular…
Quando não teve mais jeito, e a sua reeleição por um traço de giz naufragou, com o decisivo apoio do eleitorado baixio do Nordeste, inventaram um “Golpe contra a Democracia”, sem provas e sem nenhum convencimento, mas que restou urdido e desferido junto com o Pateta, o Pato Donald e o Mickey Mouse lá na Disney, e assim eis o Jair, já condenado e cumprindo pena em presídio exclusivo e bem fechado…
Tudo feito sem auxílio dos Irmãos Metralhas, do Mancha Negra, da Maga Patológica, ou qualquer malfeitor mirim, nem também todas moedas do Tio Patinhas, afinal nunca se provou nada na vida que ficasse em desabono ao falastrão Jair Messias Bolsonaro, posando cada vez mais como herói, e curtindo desde então um sofrimento, por vil tormento, em prévias, quem o sabe!?, de martírio e via-crúcis!
Como sem Via-Crúcis, ninguém vai aos Céus, no abaixo dos céus todos podem sofrer, por desabusados iudices calamitosos, hoje não se pode dizer baixinho e à sorrelfa, que a Corte que o julgou, o foi aparelhada e composta, por seus hostis adversários, a quem bem exigiria confissão prévia do melhor impedimento.
A parte tudo isso, enquanto o cadáver não jaz defunto, seu halo vira cada vez mais Mito, respirando, até quando ainda!, com soluços e sem embuços…
E os seus ecos mal-ouvidos, e bem pior; reverberados, permitem que cada um dê a sua versão e interpretação nos apoios que todos dele querem, como cabo-eleitoral principal nas eleições que se aproximam, com tanta gente exilada ou trancafiada nos calabouços. sem perdão nem anistia, esperando que um Salvador Messias, instile alguém que promova um eventual adiamento eleitoral, que possa pacificar a pátria, sucessivamente lesada e subtraída, e para sempre mal-amada e contrariada, até no nosso hino!
E ao falar em “nosso hino”, ninguém o confunda com o “Nó suíno”, ou “Nó górdio”, ou ainda, “Nó Frígio”, segundo outros contadores, proposto Alexandre, o Grande, pelos Frígios, na Trácia, quando este grego maior, e macedônio, cruzou o Helesponto, o maravilhoso Chifre de Ouro na Turquia, que vale a visita no Bósforo e no Dardanelos.
Pois o Nó Górdio, ou Nó Gordio e sem acento, era, por lenda antiga, a expressão maior de suprema dificuldade e sem solução, destinado por seu desate ao conquistador do Continente Asiático que o resolvesse enquanto enigma.
A ressalva é necessária, afinal para muitos, o Brasil é um Nó Górdio ou Gordio, em suprema dificuldade, um desafio até aos milagres de “Nossa Senhora Desatadora de Nós”, hoje com muitos devotos e outros ex-votos a requererem a soltura dos modos, para resolver problemas, liberar bloqueios e harmonizar energias.
No caso de Alexandre, o Grande, este resolveu o problema cortando o Nó em duas bandas com a própria espada, mas há outros Alexandres que não são tão grandes nem tanto heróis, como fora o filho de Filipe II da Macedônia, mas que bem possuem a sua finória ousadia, enquanto adaga que tudo corta.
Ousadias à parte, como dito antes, são muitos os finórios que bem desejam se aproveitar, lestos e fagueiros, dos espólios anunciados do Ex-Presidente Bolsonaro, negando até a eventual herança de Michele, sua mulher, e a de seus filhos, já acima nominados.
É aí que vale o canto e a graça de Rita Lee, a nossa melhor roqueira, em maior saudade, na música que tem por título: “Por isso não provoque é cor de rosa choque!”
Lembremos o canto da roqueira que trinava tão ternamente:
Nas duas faces de Eva
A bela e a fera
Um certo sorriso de quem nada quer
Sexo frágil
Não foge à luta
E nem só de cama vive a mulher
Uma ternura que firmava a fervura, por ameaça de sua nervura.
Por isso, não provoque
É cor de rosa choque
Oh, oh, não provoque
É cor de rosa choque
Conselho repetido novamente, sendo admoestado docemente;
Não provoque
É cor de rosa choque
Por isso, não provoque
É cor de rosa choque
Não que fosse um eletrochoque, mas uma coisa de fio desencapado, por exótico e perigoso, e por ser por demais delicioso!
Mulher é bicho esquisito
Todo o mês sangra
Um sexto sentido maior que a razão
Gata borralheira
Você é princesa
Dondoca é uma espécie em extinção
Onde aqui vale um parêntese, por divagação, pois no “Todo o mês sangra”, o poema encerra a beleza fundamental da vida da mulher, pois este seu sangrar era para os machistas Hebreus, e assim estava inserido na Bíblia, como impureza e pecado, quando tal hemorragia era e é, e continua, sendo a natureza se desfazendo e se desconstruindo em ciclo, com frustração de não criação.
Mas voltemos ao refrão em suave repetição.
Por isso, não provoque
É cor de rosa choque
Oh, oh, não provoque
É cor de rosa choque
Não provoque
É cor de rosa choque
Por isso, não provoque
É cor de rosa choque
Baixando a bola agora, e voltando ao tema, direi que provando ser rosa choque, Michele Bolsonaro foi ao Ceará e fez ali o maior “auê”, e o “fizuê”, termos comuns da roqueira para exaltar bom tumulto, confusão, e até um agito, por regurgito e indigito, reclamando bom feito, à ordem, torpedeando a aliança do PSL, o Partido de Bolsonaro, com o egresso pessedebista, Ciro Gomes, um dos maiores críticos do Ex-Presidente Enjaulado.
“Cangaciro”, como assim muitos o agraciam seus críticos, tem uma metralhadora na garganta que não poupa ninguém. Todos lhe são defeituosos
O próprio Bolsonaro era por Ciro atacado como “ladrãozinho de galinha”, corrupto de rachadinha e até de aporte indevido de gasolina, sem falar que o seu PDT foi o responsável pelo processo que resultou na sua inelegibilidade
Quem entra na política, sofre de tudo, sobretudo o ataque desmedido do adversário, sempre alimentado e estimulado pelo desamor dos medíocres.
Digo dos medíocres, à falta de uma classificação mais consistente com o fracasso da deficiente ação de cada um, e de seu valor bem menor.
Ser medíocre é ser mediano, é estar na média, cota onde todos se afundam e se reprovam nos certames e nos desafios da vida.
Se nós medianos estamos todos em vasta maioria, culpe-se os que pontuam bem no abaixo da média, a Estatísticaprecisando desvalorá-los com o Desvio Padrão, o Desvio Padrão do Valor Médio e a Curva de Gauss, aquele sino invertido que não ressoa nas bandas.
A parte todo ressoar, enquanto sino que retina em mesma nota, nada igual à mulher na defesa de seu marido.
Mulher que gosta do seu marido zela por ele.
E não adianta a opinião dos irmãos virando uns “Zeros à Esquerda”, reprovando a madrasta “rosa choque”, ao dizer que as alianças políticas devem ser feitas “Tapando o nariz!”
Se isso é um sinal de rusga na família Bolsonaro, só o tempo o dirá.
O discurso de Dona Michele no Ceará soou melhor que o toque do Olifante, aquele que não salvou Roland, o sobrinho herói de Carlos Magno, que morreu combatendo os infiéis na Batalha de Roncesvales, no distante ano de 778, nos Pirineus, e que virou Canção de Gesta, marco inicial de reconquista da Europa frente aos Mouros.
O discurso de Dona Michele trinou como um toque de cavalaria ao ataque, e não um retoque acovardado de debandada!
Que fazer se foi um eletrochoque em rosa choque?