Os que me acompanham, sabem que o meu opinar é respeitoso e pouco sinuoso.
E nesse encurvamento cuidadoso, evito parecer vaselinoso, covarde mesmo, afinal nunca me arroguei, nem justiceiro, nem andante cavaleiro, como Dom Quixote, sem sua Dulcinéia, campeando moinhos-de-vento, como se fossem parapentes do Ferrabrás, insolente demônio, a zombar de fracos e de tantos desvalidos.
Sem requerer melhor valia, procuro ser cauteloso, cuidadoso mesmo, afinal como já disse em textos outros; Hic num sont dragonis!”, ou seja: comigo aqui ninguém encontrará dragões.
Por quê digo assim, se nesses Tempos Quaresmais; quadra de reflexão, de perdão e de abstinência até, por sacrifício…?
Por quê falar de perdão, sé é tão difícil perdoar, absolver; anistiar!; palavra que está posta em jogo no noticiário, só para denunciar o atrabiliário insolente e o inclemente salafrário, por intolerante, sempre recidivante, como urtiga, hoje se achando melhor herói paladino “in novel cantiga”, por “defensor da democracia”, usando até os feitos acontecidos e romanceados, no filme “Eu estou aqui!”, cuja versão é veraz e contumaz, por antraz persecutória, de contemplar com antolhos e viseiras a intolerância de modo lateral e desviante, relembrando o regime autoritário militar que passou, e vingou por algum tempo, mas que já se foi e se escafedeu, sem resistência e sem luta; e só por fadiga e pleno cansaço!, afinal permaneceram os mesmos homens, todos combatentes em combinadas “guerras de tesouras”, que aos “milicos” sustentaram sempre, sob escolha eleitoral da nação em urnas nunca denunciadas, nem fraudadas, no antes daquele regime, durante todo o seu dirime, e no depois sem quase arrime; afadigado!
Sem falar que no “apois”, no “adepois”, e no “ora pois”, que vingou no pós-regime militar, permaneceram os seus mesmos cortezões e apoiadores, agora refazendo as leis e renomeando os nomes-dos-mesmos-bois, dizendo estar a “sepultar todo o entulho autoritário” sucedâneo, até com uma Constituição Nova, a sétima!, dita “Cidadã” sendo gestada, hoje não tanto louvada como deveria, por já trintona, balzaquiana e má “cidadona”, em sua conduta esquerdista, e desviante por levógira, e que se incomoda no hoje repetido, e no agora por se contemplar declinante, com o povo derivante, preferindo o livre pensar da direita, considerada terrível; por fascista!
Fascista por quê?
Ninguém o responde, afinal se antes chorava-se tanto “com tanta gente que fugiu num rabo de foguete”, hoje ninguém vê que o pranto é igual àquele do “irmão do Henfil” que partira, com tantas famílias mourejando perseguidas e indefesas, culpadas pelo nunca real de todo apurado; “golpe de estado desarmado de oito de janeiro”; o já famoso “golpe do batom”, que o povo no presente momento começa a fustigar nas ruas seus algozes, muitos Asmodeus corifeus, e tantos carrascos inclementes, que se postam em escritos ominosos contra a anistia e o seu perdão.
E é aqui que eu me pergunto: Por que ser contra a Anistia, se ela a Anistia, é um desarmar de espíritos; é um exercício de tolerância; é um reconhecimento de próprios erros, pois todos o temos por atos, omissões e desejos, frente a tudo que nos incomoda?
Não é a Anistia, um arrefecimento necessário para pacificação de ânimos, ou queremos sempre reiniciar uma batalha?
Não foi com Anistia, com pacificação de espíritos, que os povos construíram o seu viver, profligando a melhor convivência em tantas diferenças?
Ou tudo pode restar sob o tacão da intolerância com primos se matando pouco ou longe, igualmente a Israel nos ensinando que tem que eliminar o seu vizinho Hamas, sem perdão e piedade?
E nessa atual herdade, por espólio, Ó Senhores Congressistas, é dos Senhores que é requerido o bem gerir deste momento trevoso por qual passa o nosso infelicitado país.
Nesse sentido, apelo a Vossas Excelências a combater o bom combate e não se arrefecer diante dos ganidos da sempre hidrófoba perfídia, das imensas víboras e das contumazes serpentes, sempre presentes a cercear a tolerância e o desarme dos espíritos.
Se alguns, uma grande multidão, invadiu a Praça dos Três Poderes num dia de domingo, ninguém foi ali porque estivesse feliz.
Aquele povo estava infeliz, e continua!
Se alguns quiseram ali destruir cristais, é porque o desembesto aconteceu simplesmente.
De novo podendo acontecer, afinal ninguém pode se assentar sobre sabres e baionetas, muito menos pelo temor de a todos encerrar em masmorras de presídios.
Nos presídios e nas masmorras, a sociedade só aceita que ali sejam enjaulados aqueles que nos ensejam algum perigo, por criminalidade e/ou necessidade, por segurança.
No mais, encerrar debaixo de grades, eventuais “patriotas” ou “desvairados idiotas”, chamemo-los como quisermos, mesmo porque todos nós o somos bons ou maus compatriotas, não soa bem pior remédio para uma moléstia que a todos atinge e nos contamina sem vacina?
E nessa antivacional alucinação, não estão os anistiados de ontem a requerer novas chacinas e já em buscas de outras carcaças a exibir, sem se acharem os piores atores e contraventores contra a Anistia requerida hoje?
Não anima a estes anistiados de ontem uma alucinatória revanche pelo perdão recebido, ao qual bem o denuncia como insuficiente e insatisfatório ainda, por vendeta?
Eis um recado bem dado, só por advir de gente ruim, que não se crê tanto assim…
Estaria essa gente, por abstruso, posando de Hamas, a merecer, por absurdo, nenhuma alforria, senão o seu extermínio final; definitivo!?
E nessa disparatada imprecação, existe tanta gente assim no mundo, ruim, pior e tóxica, que só bem merece, sua aniquilação pura e simples?
Se ela existe, eis uma toxidez perniciosa a combater, nunca para eliminá-la, afinal os homens devem saber conviver sem se destruir.
Infelizmente, é bom repetir, tal toxidez costuma rebrotar nos tempos terríveis e atrabiliários, como agora!
É contra estes seres tóxicos que eu estou ainda aqui!
Tudo isso para dizer que eu campeio pela Anistia!