Um Tabu Que Se Ergue Como Estandarte.
Entende-se por tabu, uma proibição, um interdito, algo que ninguém pode falar, ousando no máximo sussurrar, como se estivesse a partilhar um segredo qualquer, vedado, por maldito ou demonizado, passível de uma punição terrena, e até algo mais que terrível, a suscitar uma condenação celeste, infernal: expiatória!
Na história humana, o desconhecido sempre ensejou estes perigos.
Cada tempo, em tantos mitos por tabus, teve a sua caça às bruxas.
E em alguns casos, hoje tidos e havidos por exagerados, costumava-se incinerar em praça publica; bruxos, fadas e feiticeiros, para delírio da multidão, sempre ela em busca de gozos e delírios, e ampla cura para seus medos e temores, sem falar dos muitos “autos de fé”, onde eram esturricados vivos, a título de expiação, os ditos incréus e hereges, recalcitrantes e resistentes à conversão vigente, pertencentes a uma fé distinta daquela que aos comuns mortais o tempo e o poder vigente o permitiam.
Poder-se-á dizer que tudo não foi assim, porque o mesmo Deus acolhedor, se fazia feroz e condenador, quando era necessário, sempre ao sabor e ao lavor das palavras de seus intérpretes e pregadores…
O homem em suas sombras e angústias sempre temeu o diferente, o excêntrico, o estravagante, aquele que fugia da regra do comum, posando de incomum, parecendo perigoso, por hábitos e mal perfume, azedumes e maus conceitos…
No contexto religioso, isso se manifestou em ampla latitude e longitude geográfica onde o homem deixou raso rastro, cada um contando sua história de muitos martírios, em tantas crenças e religiões, havendo casos infindos de padecentes supliciados e imolados, crianças muitas vezes, sacrificados por obscuras concepções e para esconjuro de muitas ideologias…
Uma vez alguém me disse que “ninguém morre ou morreria por uma verdade científica”, só o fazendo aqueles exóticos anacoretas, por uma “verdade de fé”.
Nesse contexto, a fé cristã, com o suplicio dos primeiros apóstolos e a sucessão de pregadores e mártires, pagando com a própria vida por suas crenças, fortalecia o valor expressivo da veracidade de seu sacrifício.
Os mártires, desde Jesus Cristo, não teriam morrido em vão, mesmo porque os seus seguidores e propagadores, desde Maria Madalena, e outras Marias; e a Pedro, João, discípulos conhecidos, aí incluindo os anônimos caminheiros de Emaús, e até Tomé, o homem de pouca fé, que exigiu pegar nas feridas do crucificado redivivo, nunca renegaram sua Esperança de ressurreição, enquanto promessa a toda humanidade de crentes.
Tomé, cujo gesto fora mais útil, enquanto descrença comum da humanidade, do que a festiva fé em elegia, deMadalena, a discípula bem-amada…
Algo que não foi reprovado, enquanto lição derradeira do próprio Cristo, que pontuou em Tomé, um valor bem aplicado a nós todos, afinal o apóstolo que a tudo desacreditara, por fim só creu depois que viu, quis tocar e escarafunchar as feridas do crucificado, mesmo recebendo a lição final destinada, todo e sempre, a nós todos, enquanto comunidade dos viventes: “Felizes são aqueles, que não viram, mas creram!”
Uma lição que pontuou terminal, só para dizer que Cristo não iria realizar aparições sucessivas para dirimir definitivamente todas as dúvidas, mesmo porque tais manifestações restariam insuficientes encenações diante dos eternos insaciáveis de sempre!
Insaciabilidade que o próprio Paulo, um homem de concepções vigorosas, alguém que jamais vira fisicamente Jesus Cristo, nem ouvira de sua própria voz o relato do que se contava no seu Evangelho, enquanto Boa Nova, afirmou sem condicionantes e ambiguidades: “Se o Cristo não tivesse ressuscitado, vã seria a Fé, dele Paulo, e a nossa também”.
Só para dizer que em questões de Fé, tem-se ou não, e que ninguém se alardeie de as ter em suficiência, ou não as ter por irrelevante desnecessidade, afinal quem não se reconhecer neste campo com tantas fragilidades e duvidas, que prossiga na sua própria caminhada.
E que nesse prosseguir, também não seja a Fé, algo imposto, a ferro e fogo, como no medievo muitos disso o padeceram.
Mas não é dos erros cometidos pela a humanidade que eu pretendo falar.
O importante não é o que foi, nem aquilo que aconteceu.
O importante é o que pode, na mesma verve, por próprio inspiro e alucinação; acontecer!
Porque, no seu caminhar, a humanidade comete os mesmos erros; daí os tabus, estas coisas prejulgadas e proibidas, a deslindar bruxos e magos perniciosos.
Eu quero falar de Tabu, porque a Fé, segundo alguns, fora e ainda o é, um tabu a proibir.
E a ensejar martírios de fogaréus, afinal o Carbono, qualquer um, se une ao Oxigênio, em brilho próprio de luz e calor, com a mesma entalpia, a produzir cinzas nos seus propagadores.
O que nenhum fogaréu consegue, todavia, é extinguir uma ideia alimentada numa fogueira.
Porque ela, a Ideia, tem vida mais longeva, não se extinguindo na chama e na fuligem em tanto brilho passageiro.
E no Brasil, terra pouco afeita a pogroms e autos-de-fé, estamos a viver um novo tabu, queira-se ver ou não: o Tabu Bolsonariano, por mais que isso seja considerado, algo fugaz e provisório, não fossem tantos os excessos cometidos contra alguém, o Ex-Presidente Jair Messias Bolsonaro, culpado de tudo e sempre um réu sem crime, padecendo sucessivas perseguições, mas aplaudido freneticamente pela multidão, que a tudo contempla descrente.
Querem-no erigir como mártir?
Como não pensar assim, com tão sequente golpeio e estapeio ao arrepio do seu menor merecimento?
Que culpa tem esse homem para merecer tão suprema expiação?
Vale-lhe tudo, por proselitismo político-partidário apenas?
Como não pensar diferente, se tudo o que sobra, em condenação sucessiva, revela só excesso, a lhe realçar, não só a sua excelência como a sua, dele, inculpabilidade de tudo que lhe indiciam?
Que o digam os seus julgadores posando neste novo credo, num papel a debulhar pior do que fora aquele de Anás, de Caifás, e de todo o Sinédrio, sumos sacerdotes que defenderam a morte de Cristo no Credo verdadeiro, com a desculpa de estarem preocupados com o bem-estar de Israel, quando em verdade estavam em locupleto para si e seu grupamento politico, restados piores que Asmodeus, o gênio profano do mal, e sendo cantados até no Inferno onde Dante Alighieri bem os colocou como hipócritas, justo no Canto XXII, afinal “De todos os homens maus, os maus religiosos são os piores”.
E também os maus julgadores, digo eu, até me arriscando a dizê-lo impulsivamente, pois por meio da mentira eles zombam de tudo o que é bom e profanam o que é, ou pelo menos deveria assim ser e restar sagrado!
E a Lei também, como assim não se devia falsear, sobretudo neste novelo infiel, neste desapreço cruel, contra a Democracia do Brasil, que está a olhos vistos de todos, disfarçadamente ameaçada, com um julgamento que sobrará formal, mas amoral!
Um amoralismo sobremodo crescente, a ser reconhecido até pelos cascalhos inertes do caminho, porque o Ex-Presidente Bolsonaro, o “sempre acusado de tudo”, vem sofrendo o que nem o diabo em sua caldeirinha o pensaria, sobretudo quando inocente e padecente continua sem o consolo ou o refrigério, ao qual merecem os imaculados, inclusive da imprensa que no todo coonesta e se consorcia, noticiando-o desairosamente, todo dia.
A parte tudo isso, como o Brasil a tudo enxerga e por maioria também reprova, muitos se lhe bancam seguidores, espertamente querendo-o como cabo eleitoral, apoio para as eleições que se aproximam.
E nessa esperteza acintosa e desonesta, todos o querem como cabo eleitoral, como símbolo de uma “direita”, que ninguém sabe o que é mas virou moda como preferência eleitoral no vácuo do padecente e quase-mártir, Bolsonaro, tendo o seu filho, o Deputado Eduardo Bolsonaro, tido como tolo, por “bananinha” e “fritador de hamburguer”,denunciado tal canalha aos quatro ventos nas libertárias e benfazejas redes sociais.
Uma denúncia que o fez se evadir do país, só para não ser encarcerado e cassado o seu mandato, estando atualmente auto expatriado nos Estados Unidos da América, e a toda exação denunciando, porque sabe falar inglês e é muito bem relacionado junto ao Presidente Donald Trump, que solidariamente vem aplicando sanções financeiras e penais, jamais pensadas contra o Brasil, inzoneiro, bom de samba e pandeiro, sem conseguir um mínimo de arrefecimento a tanto acossamento continuado.
Como o sofrimento sempre pode aumentar de parte a outra, em tanto processamento renovado, procura-se cassar os direitos eleitorais de toda a família Bolsonaro, estirpe que as pesquisas têm revelado um apego popular crescente, resistente e inusitado, sempre entendido como um Tabu a proibir, a cassar e a extirpar, das conversas e das opções, difundidas por toda imprensa uníssona, por entender ser gente nociva e “golpista contra a democracia”, desde o mais que fatídico e misândrico, por incompreensível, “golpe militar de oito de janeiro”
O “golpe do batom”, do “pipoqueiro”, e do “vendedor de algodão doce”, como está cada vez mais conhecido, e que as forças da ordem, ou da pior desordem, ainda procuram localizar as armas de extermínios letais, nunca encontradas, mas utilizadas, em tantas úlceras detectadas, sem serem filmadas mas imaginadas por vãs fantasias, e por tantas câmaras de segurança, convenientemente desligadas, a invejar o infausto incêndio do Reichstag alemão em 1933, com tantas detenções e condenações acontecidas, preenchendo as cadeias, mais de mil espalhados, pelos amplos Brasis!
Como a verdade, por esperteza, só tem um lado, cada dia com sua agonia só aumenta o martírio infligido ao “‘Capitão de pijama’ falastrão”, Jair Messias Bolsonaro, este que vai se tornando cada vez mais um Mito, uma elegia, um herói a cultuar nessa terra árida de poucos super-homens e mais que excedentes bandidos.
Só para confirmar que em terras de fora e até por aqui, enquanto bastião do lerdeio, o “Bolsonarismo” está se tornando mais que um tabu; um estandarte!