O crescimento desordenado das cidades e o desmatamento, especialmente na Amazônia brasileira, são os principais problemas ambientais da América Latina, onde a maioria das geleiras pode desaparecer em 20 anos, adverte o primeiro atlas ambiental da região, elaborado pela ONU e divulgado no Panamá. “A falta de planejamento e o crescimento urbano desproporcional são os principais problemas ambientais na América Latina”, disse à AFP Graciela Metternicht, coordenadora do Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) para a América Latina. Segundo os especialistas, 8 em cada 10 latino-americanos moram em cidades, o que faz com que haja muitas construções em áreas vulneráveis aos efeitos climáticos, como chuvas, furacões e terremotos. De acordo com este documento, sete países do Caribe estão entre os mais propensos do mundo a sofrer algum desastre natural, resultante do mau planejamento. Além disso, segundo Metternicht, a superpopulação “provoca falta de serviços sanitários básicos, maus sistemas de transporte ou uma disposição inadequada dos dejetos que podem produzir efeitos secundários, como a contaminação atmosférica”. A Costa Rica apresenta uma taxa de crescimento populacional e de desmatamento do Vale Central que está entre “as mais altas do mundo” e Além disso, por causa da concentração populacional e dos “padrões de consumo”, a Colômbia apresenta índices de contaminação na maior parte de sua água e o México passou de uma disponibilidade de “O desmatamento é outro dos grandes problemas na região e de alguma forma é consequência das atividades realizadas na cidade e da demanda por recursos de populações muito concentradas”, disse à AFP Silvia Giada, coordenadora do atlas. A cada ano, a América Latina perde cerca de No quesito desmatamento, a situação mais crítica se observa na América do Sul, especialmente na Amazônia brasileira, onde a cada ano continuam sendo destruídos Na Argentina, onde 80% das atividades produtivas são agrícolas, pecuaristas e florestais, mais de 60 milhões de hectares são sujeitos a processos de erosão. No Equador, o desmatamento está provocando o desaparecimento de A desertificação afeta, atualmente, mais de 600 milhões de hectares. O Pnuma advertiu, ainda, que a maioria das geleiras tropicais da região “terão derretido entre 2020 e 2030”, devido à alta das temperaturas provocada pelas mudanças climáticas. No Chile, país com maior quantidade de geleiras (22.000 Km2), 87% apresentavam recuos evidentes, 7% se encontravam estáveis e apenas 6% delas apresentavam avanços. “O atual modelo de desenvolvimento não está baseado no uso sustentável dos recursos”, disse Giada. “É preciso reconsiderar os modelos de desenvolvimento que temos na região. A natureza não é a única culpada pelos desastres”, acrescentou Metternicht (jbonline).
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