Orla: inversão de valores

   Aos sábados este espaço é aberto para artigos e análises escritas enviadas por leitores. Aqui já foram publicados alguns artigos com opiniões divergentes deste jornalista. Mas o espaço é do leitor, que não apenas lê, cobra, sugere e escreve opiniões das mais diversas. A coluna recebeu um relatório interessante e detalhado sobre um assunto que não tem a devida atenção por parte da nova administração estadual. Trata-se da Orla da Atalaia. É certo que a estrutura implantada pelo governo anterior é grande, mas através de parcerias o alto custo da manutenção pode ser reduzido sensivelmente. Porém, é preciso cuidado para que não deixe continuar alguns vícios, como por exemplo, o complexo de tênis da orla que é hoje administrado por Edmilson Barreto em nome da Federação Sergipana de Tênis e que faz uma verdadeira segregação em um espaço público. O espaço construído com o dinheiro de todos os sergipanos é usado apenas por quem tem condições de pagar. Ou seja, o jovem carente que deseja jogar ou mesmo tentar ser um atleta no tênis de campo não tem a devida oportunidade.

   Essa inversão de valores precisa ser mudada pelo atual governo. É certo que alguns espaços da orla para que tenham a devida manutenção precisam ter alguma entidade gerenciando. Inclusive, no caso da Federação de Tênis parece que não existe nenhum comodato legal. O novo governo precisa mudar essa realizada fazer com que os alunos das escolas públicas possam também usar aquele espaço. Deve fazer um comodato sério, onde se estabeleça alguns horários diários para o uso das quadras pelos jovens carentes. Assim deve fazer também no kartodromo.

   Para o leitor que está pensando que é um assunto vago, alguns pontos do relatório  recebido por esta coluna. Qualquer pessoa que utiliza as quadras públicas da orla tem que pagar uma taxa da seguinte forma: O senhor Edmilson arrecada R$ 600,00 mensal de cada professor com contrato. São sete professores e, entre eles o filho dele que, segundo o relatório, não paga a quadra, ganha as bolas do pai e ministra aula na melhor quadra. Sem falar que qualquer pessoa que chegar procurando informação sobre aula o secretário do senhor Edmilson indica, prioritariamente, o filho dele. Além disso, arrecada-se com o aluguel da quadra pelo dia, por hora, R$ 15,00 para não sócio e a noite R$ 35,00. Sem falar do pagamento dos tenistas associados.Para realizar um torneio no local são cobradas altas taxas. Até a lanchonete local é explorada pelo senhor Edmilson onde cobra mais caro do que qualquer lanchonete da orla.

   Mesmo com uma receita alta, que ninguém sabe o valor total, os funcionários, como por exemplo, Rivaldo e José Dílson, não tem carteira assinada. Até o telefone era pago pelo governo. Fez um serviço de pintura em troca de publicidade no local com uma empresa de material de construção, sem nenhum contrato.

  O que ganha o governo do Estado com essa “parceria” que não existe? Não seria melhor fazer um processo licitatório ou entregar a um grupo de professores, com um contrato justo onde o vencedor ficasse responsável também de utilizar um tempo determinado com alunos da rede pública estadual? São 13 anos da exploração do espaço pela Federação sem nenhuma prestação de contas para o governo estadual. Os alunos da rede pública onde têm tênis, como o JK, utilizam o espaço do Petroclube. Está correto? Os professores de tênis que querem dar aula de graças para os jovens carentes, são discriminados e orientados a não dar aula de graças. A frase é: “aos poucos temos que ir eliminando esses pobres daqui”. E o pior: chegou até a elaborar um projeto de tênis carentes para conseguir o apoio do Banco do Brasil. Mas para estas crianças alugou um ônibus caindo aos pedaços e para raquetes e bolas sempre eram as mais velhas, quando o projeto financiou tudo novo.

  O relatório recebido por esta coluna já foi entregue ao administrador da orla. Espera-se que o novo governo tome as devidas providencias. O certo é fazer uma licitação para o espaço, com clausulas comprometendo o administrador a ceder alguns horários para a rede pública como também torneios em determinados meses do ano. Para quem tem dinheiro existem várias quadras privadas. O espaço da orla deve ser mantido por uma administração, para que haja a devida manutenção, mas da forma que vem sendo utilizada pela Federação o espaço publicou está totalmente privatizado. E o pior ninguém sabe nada desta Federação de Tênis. Quando tem eleição e quais são os membros da diretoria. É preciso democratizar o espaço público, seja com licitação, seja com um grupo de professores da rede pública que ensinem tênis das escolas, mas não pode ficar como se encontra. A inversão de valores, onde o espaço público foi privatizado, discriminando os jovens carentes não é o que prega o novo governo. Ou é?

 

Condutas que constrangem a democracia

Em entrevista coletiva concedida à imprensa na manhã desta sexta-feira, 15, no Palácio dos Despachos antes da solenidade de entrega da restituição do Funaserp, o governador Marcelo Déda comentou as gravações divulgadas pela TV Atalaia em relação à Operação Navalha. “Tenho acompanhado a repercussão com muita preocupação e diria até com muito constrangimento. É algo dramático ter que testemunhar uma série de atitudes tomadas por altas autoridades do Estado, por membros do órgão que tem uma função de fazer o controle do governo. Espero que a Justiça cumpra o seu papel e que o Estado faça desse trauma uma forma de refletir sobre o seu futuro e de superar condutas que constrangem a democracia e que não deixam Sergipe crescer”, afirmou.

 

Recuperação da credibilidade política

Ao entregar a primeira parcela do Funaserp, Marcelo Déda que é necessária à recuperação da credibilidade política, onde o político deve ter o compromisso com a palavra. “É preciso recuperar o valor da palavra, do gesto, da credibilidade”.

 

Intimidades para se fortalecer

O governador também comentou as citações do nome do vice-governador Belivaldo Chagas nas gravações. “Essas são citações feitas por terceiros. É muito comum que as pessoas tentem exibir intimidades para se fortalecer. Continuo a acreditar que o vice-governador não atendeu nenhum interesse que contrariasse nenhum padrão ético”, afirmou. Marcelo Déda reconheceu que as operações conduzidas pelo conselheiro Flávio Conceição possuem abertamente o interesse de constranger o governador. “Pelo contexto dos diálogos o processo que foi ali discutido era um instrumento de intimidação do governo estadual e não uma forma de localizar um equivoco”, opinou.

 

Detalhes tão comprometedores

Segundo o governador, o apoio da bancada do governo na eleição do conselheiro Flávio Conceição ocorreu através de um acordo publicamente divulgado com o PSC. “O acordo implicava em votar no candidato indicado pelo PSC para que o partido em contrapartida votasse no nosso candidato para a presidência da Assembléia Legislativa. De modo algum as pessoas que votaram tinham conhecimento de detalhes tão comprometedores. Elas votaram na figura pública que tinha ampla aceitação na sociedade”, defende Marcelo Déda.

 

Lula contra greve do funcionalismo

Quem diria, Lula mudou radicalmente. O governo Lula vai usar o corte dos dias parados no pagamento dos salários dos servidores do Incra e Ibama como exemplo para outras categorias que estão em greve ou ameaçam paralisar suas atividades. Com isso, espera acabar com um efeito cascata no funcionalismo, com uma greve puxando outra. Recentemente, o presidente Lula disse que greve sem corte de ponto é férias.

 

Mudanças na Acadepol

E a cúpula da SSP resolve mudar o comando da Academia de Polícia –Acadepol. Saiu o delegado Everton Santos, que estava desde o governo anterior. Na próxima semana a coluna publicará novidades sobre o processo investigatório na Acadepol.

 

 

Novo secretário municipal de saúde

A indicação do cardiologista Marcos Ramos para Secretário Municipal de Saúde em Aracaju foi bem recebida. A coluna vai analisar na próxima semana detalhes da saída da secretária Lêda Couto. Tem alguma coisa de errado na pasta. Não por culpa da secretária que deixou o cargo, mas a máquina parece emperrada. Aguardem.

 

 

Ainda sobre o trânsito em Aracaju I

De um leitor: “Ainda sobre a matéria dos fotosensores que serão aferidores de velocidade nos semáforos, destaco o artigo abaixo, e seus parágrafos, relativos à resolução 214 do CONTRAN, que estabelece a obrigatoriedade da sinalização. Art. 5º A. É obrigatória a utilização, ao longo da via em que está instalado o aparelho,  equipamento ou qualquer outro meio tecnológico medidor de velocidade, de sinalização vertical, informando a existência de fiscalização, bem como a associação dessa informação à placa de regulamentação de velocidade máxima permitida , observando o cumprimento das distâncias estabelecidas na tabela do Anexo III desta Resolução.

§ 1° São exemplos de sinalização vertical para atendimento do caput deste artigo, as placas constantes no Anexo IV. § 2° Pode ser utilizada sinalização horizontal complementar reforçando a sinalização vertical”.

 

Ainda sobre o trânsito em Aracaju II

Continua o leitor:Pois bem, existindo a medição de velocidade nos cruzamentos onde há semáforos, estes devem estar devidamente sinalizados, a fim de não deixar dúvidas ao condutor, assim como ocorre de maneira acertada ao logo das vias. Ressaltemos que a medida visa o controle, e o caráter educativo deverá sempre prevalecer ao punitivo, no entanto, ao se esconder da população (sem a devida sinalização) os cruzamentos em que estão estes aparelhos, há a quebra do princípio da publicidade, importantíssimo quanto aos atos da administração, além do descumprimento texto da resolução, que obriga a prestação visual da sinalização.Espero que a SMTT, ao optar pelo uso desse instrumento, o faça com clareza, para não ficar parecendo apenas mais um meio que vise unicamente à arrecadação, e sim a preservação de vidas”.

 

 

Mais denúncias contra direção do SESI

De um funcionário do SESI: Estou lendo as notícias de sua coluna acerca das operações navalha, xeque-mate, caipora, etc.Enquanto isso…O diretor Regional do SESI/DR-SE, se encontra na Bulgária.Em que condições? Simplesmente assumiu o lugar do professor X, que treinando e orientando os alunos e alunas de natação, conseguiu que uma delas se classificasse, tendo direito a uma viagem para Bulgária, em disputas da mesma modalidade.Segundo procedimentos formais do SESI, o professor tem o direito de acompanhar os alunos, obviamente na condição de técnico dos mesmos.Aqui foi diferente, o senhor Acrísio José de Campos Souza, diretor Regional do SESI/DR-SE, mesmo não sendo formado em educação física, simplesmente olvidou o direito do professor e sem maiores satisfações viajou para a Bulgária.De resto ao viajar, deixou com seus subalternos à ordem assinada para demitir mais um. Desta feita a psicóloga Mirela que trabalhava há mais ou menos um ano na sede do SESI.Segundo informações, o tratamento que ele dispensa aos funcionários é algo incomum. Ele simplesmente desmoraliza qualquer um”.

 

Ofício do ministro solicitando segurança

O  ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, que esteve ontem, 15, na cidade de Propriá, enviou antes um ofício ao governador Marcelo Déda comunicando que estava fazendo visitas a região e solicitando segurança. Em nenhum momento convidou o governador para a solenidade que foi realizada em Propriá. O governador estranhou, mas educadamente enviou a segurança solicitada.

 

Frase do Dia

“Não devemos acreditar numa coisa simplesmente porque ela nos é dita, nem aprovar as tradições apenas porque elas descendem da Antiguidade, nem admitir os escritos sábios apenas porque eles foram escritos pelos sábios. Nós devemos aceitar apenas aquilo que recebe a aprovação de nossa consciência; é por isso que eu vos ensinei a crer apenas quando vós sentirdes aquilo que vos apresentam em vossa própria consciência interior. Depois disto, podeis aproveitar largamente”.Buda.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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