Com a fundação do Aeroclube de Sergipe, em 1939, ganhava movimento o Campo de Aviação situado nas proximidades do Matadouro Modelo, com aviões de várias companhias aéreas, destacando-se a PANAIR, a Santos Dumont, a Real, a VARIG, o Loide, a VASP, a Sadia, a Transbrasil, e muitas outras, que entraram e saíram do mercado. A importância do Aeroclube, como escola de pilotos, ganha relevo em 1942, quando na patrulha da costa sergipana, localiza náufragos dos torpedeamentos de 15 e 16 de agosto, e revela ao Estado e ao País a agressão alemã, levando o povo às ruas exigindo uma resposta pronta e enérgica, ou uma declaração de guerra, quebrando a neutralidade que fora desrespeitada pelo submarino alemão U-507. Com o fim da II Guerra, os serviços aéreos foram modernizados e exigiam campos de pouso adequados. Ainda na década de 1940 foi escolhida uma área, nas proximidades do Canal de Santa Maria, na Atalaia, para a construção de um novo aeroporto. As obras, lentas, foram algumas vezes interrompidas. Questões pendentes, de áreas próximas, na Barreta, no Bacupari, foram parar na Justiça. Até que, a partir de 1955, o Governador Leandro Maciel iniciou a construção de uma ponte sobre o rio Poxim, com o intuito de garantir o acesso fácil ao aeroporto em construção. A ponte ficou pronta em 1956 e inaugurada em 1957 e além de servir ao aeroporto, serviu para incorporar o balneário de Atalaia ao centro da cidade, deixando Aracaju de ser apenas uma cidade ribeirinha, para crescer, também, a beira mar, idéia complementada, definitivamente, pelo então Prefeito João Alves Filho, ao conceber o bairro Coroa do Meio, incorporando como solo urbano os terrenos de Marinha ou acrescidos de Marinha, em 1976. Em 19 de janeiro de 1958 o Presidente Juscelino Kubitschek, voando num Super Convair 440, da Real Aerovias (o avião presidencial, um Viscont, sofreu pane em Fortaleza) desembarcou no Aeroporto de Santa Maria, inaugurando-o. Sendo o Presidente de um partido, o PSD, e o Governador de outro, a UDN, a festa ficou restrita ao Aeroporto. Os aliados do Governador Leandro Maciel queriam que o Presidente inaugurasse, formalmente, a Ponte que levava o seu nome, mas os pessedistas, liderados por Leite Neto, conseguiram restringir o evento à inauguração da pista do Aeroporto. Falaram, além do Governador e do Presidente, os deputados federais Seixas Dória, pela UDN, Armando Rollemberg, pelo PR, Leite Neto, pelo PSD, e o representante do PTB, que seria eleito Prefeito de Aracaju, José Conrado de Araújo. No Governo Luiz Garcia, foi inaugurado, em 1962, o Salão de Passageiros do Aeroporto de Santa Maria, ornado com painéis de Jenner Augusto, e dotado de melhores condições do que a pequena casa existente desde 1959. Desde então, foram feitas reformas e ampliações, a última em 2000, tornando o Aeroporto de Aracaju um dos mais modernos do Brasil. Para lembrar os 50 anos do Aeroporto de Aracaju a Superintendência da INFRAERO organizou, no salão térreo, uma exposição Memorial, com um Centro de Pesquisas sobre a aviação, e um Espaço Cultural, para recepção turística. Atualmente, apenas duas empresas aéreas operam em Aracaju: a TAM e a GOL.
Desde 1920 que os aviões passaram pelos céus de Aracaju. Em 8 de julho de 1922 sobrevoou a cidade o Fayre 17, com os portugueses Gago Coutinho e Sacadura Cabral, que voavam de Lisboa ao Rio de Janeiro celebrando o Centenário da Independência do Brasil. E em julho de 1923, um Raid Rio-Aracaju trouxe à capital sergipana 4 hidroaviões, que formavam uma frota de defesa do litoral, comandada por Protógenes Guimarães. O Tenente José Lobo, filho do ex Presidente Pereira Lobo, estava entre os visitantes, e por isto mesmo o Presidente Graccho Cardoso considerou o jovem oficial como o primeiro sergipano a chegar pelos ares em Aracaju. Foram 11 dias de festas, visitas, homenagens, missas, e vôos panorâmicos, com autoridades e convidados. Em fins dos anos 20, os pequenos aviões do Sindicato Condor, representados pelo alemão Carlos Loeser, começaram a pousar no estuário do rio Sergipe, dando início a um movimento de transporte que passava a servir ao Brasil. Foto aérea de Aracaju, tirada pelo Tenente J. Kfuri, em julho de 1923
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