Uma das coisas que refuto como sendo das mais importantes na vida é a escolha dos amigos. Não pense ser esta uma tarefa fácil. Encontrar, ao longo da vida, dez verdadeiros amigos é algo mais difícil que acertar na mega-sena. O matemático Oswald de Souza, que popularizou as estatísticas ligadas aos sorteios e apostas, costuma afirmar que, no caso da mega, a probabilidade de se acertar é de uma em 52 milhões. Imagine, então, o grau de dificuldade de se acertar na escolha de um amigo verdadeiro, daqueles que não se incomodam com o seu sucesso. Provavelmente, nesse caso, a estatística dobre.
Quando associamos essas considerações a alguém que está no poder, em postos-chaves, em cargos cobiçados, aí então a coisa se complica ainda mais. O atual momento por que passa o governador de Sergipe, Marcelo Déda, aplica-se muito bem a toda essa situação e poderá nos servir de exemplo.
Eleito, Marcelo Déda, como todo bom político, procurou se cercar dos “amigos” para governar e promover as mudanças consideradas indispensáveis ao Estado. E assim o fez. Convocou um seleto grupo de amigos de anos e anos de convivência na militância de esquerda, trouxe para perto de si outros não tão próximos assim, formatou um governo de coalizão capaz de colocar em prática as urgentes mudanças que tanto Sergipe necessitava. Resultado: tem se decepcionado.
A grande maioria dos “amigos do peito” mostra-se inapta para os cargos. Vaidosos, beiram a arrogância suprema, sendo incapazes até mesmo de apontar soluções para reles problemas comezinhos. Ao invés de ajudarem ao governador, simplesmente, colocam-no em situação difícil diante dos servidores de suas respectivas pastas. Há, entre tantos exemplos, o caso emblemático de uma empresa de economia mista onde Marcelo Déda foi quase que uma unanimidade nas eleições do ano passado, mas que, agora, diante das “soluções” administrativas promovidas por seu presidente, passa por um momento de desilusão coletiva. Se a eleição fosse hoje, seria um verdadeiro desastre para Déda.
Isso para não falarmos dos amigos de outrora que são sindicalistas. Ou dos amigos sindicalistas que hoje são secretários ou assessores. É pura decepção. Ninguém quer assumir o governo como sendo um projeto de todos. Até parece que continuam vivendo nos bons e velhos tempos do governador João Alves, quando disparavam impropérios e palavras de ordem para angariar simpatias entre os servidores públicos como forma de chegar ao poder. Ora, e já não chegaram?
Caberá, portanto, ao governador Marcelo Déda chamá-los à razão ou, como bom causídico, colocar aquela locução muito comum no Direito Administrativo – demissível Ad Nutum – em prática. Até porque fica difícil, agora, estando no governo, distinguir quem são os verdadeiros amigos diante de tudo que está acontecendo sob os seus olhos.
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