Os cães raivosos e outros bichos

O vereador Danilo Segundo estreou como líder do prefeito na Câmara de Aracaju num debate de rádio em que atacou os adversários de Edvaldo Nogueira de estarem agindo com tamanha cólera e desatino que mais parecem “cães raivosos babando”. O ataque do jovem e impetuoso parlamentar teve endereço certo e não foi dirigido à oposição no Legislativo municipal. Mas a um grupamento político que ficou loucamente assanhado depois que ganhou a eleição em Aracaju, em outubro passado, e incomodado depois que o prefeito resolveu mostrar à sociedade as obras que realiza na cidade há cinco anos.

Na eleição passada, o ex-governador João Alves Filho voltou a perder como sempre para Marcelo Déda, que pela quarta vez consecutiva, num intervalo de 10 anos, venceu a eleição evitando o desgaste do segundo turno. Ganhou de primeira. Mas bastou o fato de Déda, desta vez, não ter vencido na capital, para ressuscitar esperanças já quase perdidas na oposição. A lógica da turma do antigo pefelê e derivados é: se vencemos em Aracaju, poderemos finalmente ganhar uma eleição municipal, a do próximo ano, que será o trampolim para retomar o poder no Estado em 2014. Pronto, a eleição de 2012 foi antecipada.

Nada demais, faz parte do jogo político, conquistar o poder é o objetivo dos partidos e seus representados. Diga-se que há um prêmio extra na disputa: é que desde a redemocratização do Brasil, em 1985, aquela turma nunca venceu uma eleição municipal em Aracaju. Jackson Barreto saiu-se vencedor quatro vezes – duas vezes indiretamente, elegendo seu candidato –, Marcelo Déda duas vezes e Edvaldo Nogueira uma vez. Assim, por aquela lógica, João Alves, que foi prefeito biônico, indicado pelos militares, nos anos 70, estaria com a faca e o queijo na mão para eleger-se prefeito da bela e progressista Aracaju, ou fazer um seu representado. Já em janeiro ele chegou a dizer que se fosse um jogador de pôquer apostaria todas as cartas como os oposicionistas vencerão as eleições em Aracaju. Será?

Mas isso é história, é claro que muito entulho vai passar por debaixo dessa ponte. O que importa dizer é que nunca uma eleição foi tão antecipada e de forma tão contundente. A turma de lá já está em campanha. É tudo ou nada, é agora ou nunca: ou se ganha 2012, ou se vai amargar o ostracismo eterno. E engendrou-se uma campanha sistemática para tentar desconstruir a aprovada gestão do prefeito Edvaldo Nogueira. Claro que não é uma campanha propriamente limpa. Usando como ponta-de-lança o programa do deputado-radialista “aliado” Gilmar Carvalho, os opositores lançam factóides diários, quase sempre adornados com pilhérias, com o intuito deliberado de atingir a administração municipal. Quando não inventam mentiras ou usam os nomes de pessoas indevidamente.

Agora mesmo, o promotor de Justiça Paulo Lima desmentiu categoricamente, no blog do jornalista político Cláudio Nunes, uma notícia veiculada pelo vereador-radialista e oposicionista Jailton Santana, de que teria sugerido que investigasse determinado contrato da Prefeitura: “No que diz respeito à afirmação de que o Sr. Jailton Santana deveria investigar os contratos da empresa Torre com o Município, informamos, a bem da verdade, que tal assunto nunca foi tratado por este Promotor de Justiça, não compreendendo qual o interesse do citado vereador/radialista em propalar tal notícia”. E o promotor conclui com um ensinamento básico do bom jornalismo: “Por derradeiro, como manda a boa prática jornalística, antes de publicar qualquer informação, deve-se ouvir o outro lado, pois quando se publica o que não é verdadeiro, o resultado é o intenso dano à honra ou à imagem à pessoa”. Pouco antes, eles mesmos, Gilmar e Jailton, e o ex-deputado José Carlos Machado tiveram que ouvir que era mentirosa uma denúncia com relação a outro contrato envolvendo a Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb).

Pelo que se vê nesse vale-tudo político o que menos importa é a honra e a imagem das pessoas. Se não há proposta concreta, por que fazer oposição honesta? Veja o que disse outro reconhecido jornalista político, Adiberto de Souza, quando em janeiro João já se jactava da vitória no próximo ano: “Nada demais se ele e os que o seguem fizessem uma oposição inteligente, apresentando propostas factíveis e debatendo com argumentos sólidos os erros e acertos do governo. Não é isso que se vê. Na Assembléia, seus aliados destilam raiva por todos os poros, enquanto na Câmara alguns chegam ao desplante de, sem qualquer prova, acusar os colegas de se venderem ao prefeito Edvaldo Nogueira (PC do B), como fez o vereador Josenito Vitali (DEM). Sem perceber, estão perdendo um tempo precioso, pois quando chegar a campanha não terão nada, além de xingamentos, para apresentar ao eleitorado”. O articulista conclui que, sem contar com a força da máquina, “apeado do poder e integrando um partido à beira da morte”, João Alves pode dar com os burros n’água.

Mas estranho mesmo é ver como a virulência da oposição contaminou determinados setores da imprensa. É verdade que é uma minoria, mas uma minoria festiva e barulhenta, é claro, porque dispõe de veículos que são usados muitas vezes para destilar suas idiossincrasias, ou para atender interesses pessoais, quando não de grupos políticos. E não dão voz ao contraditório, valorizam o denuncismo sem checar a veracidade da informação e sem ouvir o outro lado. O princípio da imparcialidade passa distante. Para esses, mais vale uma denúncia vazia do que a informação concreta de uma realização bem feita.

Até se chegou a dizer que Edvaldo vive um inferno astral, que o ano de 2010 foi péssimo e que este se afigura pior para o prefeito. Será mesmo? Pelo que consta, o ano passado foi pleno de realizações. O presidente Lula inaugurou um novo bairro em Aracaju, o 17 de Março, construído pela Prefeitura para abrigar pessoas que moram ou moravam em áreas de risco, em condições degradantes. Edvaldo construiu escolas de arquitetura moderna, uma unidade pediátrica, reordenou as carreiras e melhorou sensivelmente os salários dos servidores municipais, que reconquistaram a assistência do Ipes, inclusive os aposentados.

Uma pesquisa do Ibope, contratada pela TV Cidade e divulgada pelo Jornal da Cidade, confirmou em 2010 que os moradores de Aracaju têm uma avaliação muito positiva da gestão municipal. Quando a população foi perguntada “como o senhor classifica a administração do prefeito Edvaldo Nogueira?”, 86% dos inquiridos responderam positivamente, como ótima ou boa. Dentre os aracajuanos que possuem nível superior, a aprovação era ainda maior: 93%. Índices comparáveis aos obtidos pelo presidente Lula e pelo governador Déda.

Quando instados a responder sobre quem gostaria que fosse candidato a vice-governador junto com o governador Marcelo Déda, 22% disserem querer o prefeito Edvaldo Nogueira, que foi superado apenas pelo então deputado federal Jackson Barreto, com 24%, que se efetivaria como candidato. Em terceiro lugar apareceu José Eduardo Dutra, com 14%, depois Eduardo Amorim, com 10%, e Belivaldo Chagas, com 6%. Claro que Edvaldo não era candidato a nada, que seu projeto é concluir o mandato em 31 de dezembro de 2012, mas bastou a derrota do governador em Aracaju para o mundo desmoronar? Foi a derrota momentânea de um projeto político liderado por Déda e do qual Edvaldo é peça importante. Mas isso é inferno astral? Ou é um inferno virtual levado a cabo sistematicamente para atingir um projeto?

Em 2011, Edvaldo já inaugurou outras obras importantes, como a Orla Por do Sol e a nova Orla da Aruana, vai iniciar um novo conjunto residencial que vai abrigar centenas de famílias carentes, está ampliando a malha cicloviária, modernizando as praças, mantendo ruas e praias limpas, o que é sempre motivo de elogio dos turistas. Além disso, no plano pessoal, quando faz 50 anos de vida e festeja 30 anos de militância no PCdoB, seu único partido, vive uma relação de amor bem resolvida com a empresária e agora esposa Danusa Silva. Sem esquecer que festeja cinco anos de uma gestão que tem ajudado a transformar Aracaju, cada vez mais, na cidade da qualidade de vida. Se isso é inferno astral, quem há de dizer que os astros estão conspirando contra Edvaldo?

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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