Derrotando a “Troika”, André, Amorim e Valadares, Edvaldo cancelou um projeto político cuja feição retrógrada evidenciou-se quando puseram na TV, a desfilar sandices, o energúmeno Feliciano, inimigo da modernidade, algoz da evolução social.
Edvaldo recebeu o apoio fundamental de Jackson e expressou o sentimento dos aracajuanos que, diante das agruras de hoje, exigem gestão eficiente.
Ele não deve cair na tentação recorrente da ladainha de críticas e culpas jogadas sobre o antecessor.
O eleitor cansou desse expediente.
Na concepção urbanística da cidade há predominância dos interesses imobiliários. É preciso compatibilizá-los com uma política forte de reorganização urbana sem a exclusão condenando pobre a viver nos guetos distantes. Deve haver uma visão includente, somada à revitalização do centro, onde há espaço para inovações.
A cidade deve livrar-se dos efeitos de um esgotamento sanitário que gera a pestilência do cheiro putrefato, negando assertivas otimistas sobre qualidade de vida. Deve-se pensar numa ação conjunta, município, governos, população, Ministério Público. Na DESO, o presidente, Carlos Melo, contratou consultoria para identificar as causas da fedentina. É urgente despoluir os rios do Sal, Sergipe, Poxim e os canais que cortam a cidade.
Aracaju deve atrair congressos, seminários, elaborando um calendário de festas, de competições esportivas, de iniciativas culturais, de promoções de vendas, reunindo comércio, indústria, hotelaria. Inovando, ousando, indo além do corriqueiro.
É nefasta a ideia atemporal de permitir construções na reserva ambiental do Tramanday. O privilégio de ser uma cidade cercada por manguezais, deveria ser valorizado, iniciando-se pela regeneração do mangue da 13 de Julho.
O fluxo do transito teria seus problemas amenizados com planejamento, a retirada das maquinas de multar das mãos ávidas dos agentes, colocando-os a agilizar o tráfego nos locais onde semáforos são ineficientes , ou inexistem . A Via Perimetral está sendo construída pelo estado. Se poderia analisar, agora, o aproveitamento da antiga linha de ferro para o VLT em bitola estreita, além de planejar o transporte fluvial.
Aracaju, cidade luminosa, poderá tornar-se modelo no uso da energia fotovoltaica. Cuidar, também, de arejar o ar, com um controle rígido das emissões e uma frota de coletivos e de veículos oficiais, utilizando o álcool, o biodiesel.
Na Educação, nos últimos 4 anos houve avanços, haverá retrocesso, se aberto espaço ao corporativismo, aos excessos de militância ideológica, em detrimento do ensino eficiente.
Na Saúde, o essencial é manter afastada aquela máfia dos responsáveis pelos problemas tão conhecidos.
O Mercado Municipal, ponto popular de convivência, pode tornar-se um polo dinâmico de eventos, e atração turística.
Edvaldo poderia dar continuidade ao que fizeram ele e Déda, na arborização da cidade.
Meta de 100 mil árvores em 4 anos não seria irreal.
Um Jardim Botânico seria excelente, além de mais verde nas praças, onde há o erro do cimento em excesso.
Edvaldo, se é que já não o fez, poderia percorrer a destroçada avenida na Coroa do Meio, às margens do rio, um dos locais mais belos da cidade. A avenida precisa ser recuperada.
Há também, desprezado, o espaço privilegiado da Orlinha, na foz do Sergipe.
Por fim, cidade que respeite o povo não terá os pontos de parada de ônibus vergonhosos que temos.
A VOZ DAS RUAS E A CONSTITUIÇÃO
Afinal este país é pautado por uma Constituição ou pela voz das ruas?
Ministro do Supremo, aliás um dos mais ilustres, diz : “Agi em sintonia com as vozes das ruas”.
Não se esperava ouvir isso de um Ministro do STF, menos ainda, que fosse ele o culto, sensato e respeitado Marco Aurélio.
Magistrado deve julgar apenas em sintonia com a lei e a sua consciência. Nada mais.
No exato momento em que se precisa, com urgência, votar medidas que contribuam para superar a assustadora crise, uma decisão jurídica não pode desprezar o peso das circunstâncias.
Nesse episódio do afastamento de Renan da presidência do Senado, o Supremo, sem ouvir “as vozes das ruas”, nem sempre portadoras de sensatez e conhecimento de causa, tomou uma decisão que é jurídica e política e, nisso, exerceu também o papel de Poder Moderador.
Marco Aurélio poderia ter segurado a liminar, a decisão monocrática envolvendo um outro Poder e esperado pelo julgamento em plenário. Mas a sua consciência determinou que procedesse de outra forma, e isso não pode ser objeto de criticas virulentas feitas por outro ministro, Gilmar Mendes. O clima de radicalização deveria ficar longe do STF.
Já Renan, errou, e errou feio, ao recusar-se a assinar a ordem judicial do afastamento e, mais ainda, ao fazer críticas pessoais a Marco Aurélio.
O que deveria mesmo fazer todo agente público tornado réu sob acusação de peculato, seria licenciar-se do cargo até o julgamento final, quando a ele retornaria, inocentado, ou dele definitivamente sairia, se condenado.
NOTA DOS MINISTÉRIOS PÚBLICOS TRANSCRITA EM RESPEITO AO CONTRADITÓRIO
A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) e a Associação Sergipana do Ministério Público vêm a público repudiar a coluna intitulada “A blitz no sertão e o papagaio no armário”, publicada pelo Jornal do Dia, de Sergipe. Sem apurar os fatos, o colunista Luiz Eduardo lança calúnias, falsas afirmações e acusações contra a atuação da Fiscalização Preventiva Integrada do São Francisco da Tríplice Divisa (FPI). A iniciativa envolveu mais de 400 profissionais – entre eles membros do Ministério Público Federal e Estadual e tem como objetivo preservar a qualidade ambiental da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, nos estados de Alagoas, Sergipe e Bahia.
Entre as diversas acusações, estão os crimes de maus tratos a animais e invasão de domicílio. Nada mais descabido para uma ação que foi planejada com antecedência, por servidores públicos do mais elevado grau técnico. Somente em Sergipe, a atuação da FPI visitou 10 cidades e contou com equipes de diversas áreas: saneamento mineração, fauna, flora, espeleologia, aquática, abate, patrimônio cultural, comunidades tradicionais, gestão ambiental e agrotóxicos.
Ao contrário do que diz o colunista, em nenhum momento as equipes invadiram as casas das pessoas para recolher aves silvestres. Ao contrário disso, todo o trabalho de resgate da fauna silvestre envolveu a assinatura de Termos de Entrega Voluntária dos animais.
Diferentemente do publicado, também não houve maus tratos aos animais. Na verdade, apenas em Sergipe mais de 1,4 mil aves silvestres foram recuperadas com apoio da Polícia Rodoviária Federal e triadas por uma equipe com profissionais veterinários, biólogos, ornitólogos, dentre outros.
As Coordenadoras da FPI de Sergipe, a procuradora da República, Lívia Nascimento Tinoco, a Promotora de Justiça, Allana Raquel Monteiro Batista Soares Costa, como organizadoras, e todos os demais profissionais envolvidos têm a solidariedade e o apoio de Procuradores da República de todo o Brasil e dos Promotores de Justiça sergipanos, para continuarem trabalhando na defesa de tão importante patrimônio ambiental da região.
José Robalinho Cavalcanti – Procurador Regional da República, Presidente da ANPR.
Nilzir Soares Vieira Júnior – Promotor de Justiça, Presidente da ASMP
NOTA DO ESCREVINHADOR OU “CALUNIADOR”:
Contrariando hábito que cultivo desde a adolescência, quando comecei a rabiscar notas para jornais, entre eles os mimeografados, vistos, em certos momentos, como armas da subversão, permito-me recorrer, constrangido, à primeira pessoa.
Em quase 60 anos de jornalismo, pela primeira vez sou acoimado de “caluniador”.
Já participei de acirrados embates políticos, de debates acalorados, também produzi acusações contra políticos bandoleiros, que motivaram ações saneadoras do Ministério Público e do Poder Judiciário.
Há mais de 20 anos divido meu tempo no trabalho que ainda exerço em Aracaju, e os fins de semana em Canindé, onde comecei a conviver com a realidade sertaneja, com o telúrico e humano drama do semiárido.
Não sou um aquietado contemplativo, talvez, a premência do tempo facultado aos idosos, me faz, a cada dia, mover-me com inquietude em busca da transformação em realidade, daquela visão mirífica da cadela Baleia, que, exaurindo-se, fuçava a terra ressequida, enxergando um sertão molhado, repleto de preás gordos. Gracilianista que sou, ando a cata da metáfora dos preás gordos neste sertão, há 6 anos, sem o cheiro oloroso da terra molhada.
Este ano, as craibeiras floriram pela primeira vez em Aracaju. Déda, que começou a plantá-las quando prefeito, disse, num dia triste a este “caluniador”, que perdera a esperança de vê-las recobertas de flores amarelas.
Este, a quem os promotores classificam de “caluniador”, tem alguma experiência em lidar com o sertão e com a sua gente. As craibeiras estão em muitos outros municípios. Foram trazidas de Canindé, onde este “caluniador” e sua esposa, mantêm o Instituto Vida Ativa, que já produziu e distribuiu mais de 800 mil mudas de árvores, do bioma Caatinga, também da Mata Atlântica, da Restinga. Sem receber um tostão de quem quer que seja, inclusive dos poderes públicos.
O Instituto tem participado, ao lado do MP, de ações ambientais, envolvendo o plantio de árvores, iniciadas pelo Procurador aposentado Iroito Dória Leó, tendo continuidade com os procuradores Jose Carlos Oliveira e Eduardo Matos.
Em Canindé, com o procurador Fernando Matos, quando Interventor, os promotores, Fábio Viegas, Etélio Prado. Em Lagarto, com o Promotor que salvou nascentes, Antônio Vila Nova de Carvalho, e tantos outros, pelo estado, aos quais a memória do “caluniador” pede desculpas.
Citei, por oportuno, apenas ações do Instituto com a presença do MP e quase esqueço a participação da ilustre e proativa Promotora, citada na Nota dos MPs como ofendida, Allana Raquel Batista Monteiro Soares da Costa.
O “caluniador”, pelas ações ambientais que desenvolve, já mereceu, em outros tempos, citações elogiosas do MP Sergipano.
O que faço é muito pouco, irrelevante quase, mas me satisfaz e gratifica ver, que no terreno em Canindé que possuo, até quando assim permitirem, não há mais terra nua ou desertificada, tudo está agora com inteira cobertura de braúnas, faveleiras, mulungus, paus-ferro, catingueiras, mandacarus, xique-xiques, facheiros, umburanas, juás, mororós, umbuzeiros, quixabas, aroeiras, algarobas, leucenas, gliricídias, paus-de-morro, angicos, e por aí vai.
Por toda a extensão do cíclico e cambiante verde-cinzento, acomodam-se muitos pássaros, soltos, que recebem, diariamente, a ração que inclui frutas e água, ovos inteiros para os cancãos e sofrês e eles por ali ficam, como refugiados da seca alongada, das caatingas devastadas, do uso indiscriminado de pesticidas. Agora, por lá apareceu uma Asa Branca. Foi solta antes que viessem os homens apreendê-la. Alguém a encontrou, ferida e vulnerável, apanhou-a e a levou ao local onde ele sabe que bichos e plantas são protegidos e multiplicados.
A área de proteção torna-se extensa, porque tem continuidade na propriedade vizinha do procurador Moacyr Motta e da sua esposa, a desembargadora Iolanda Guimarães; no sertão, são eles cuidadosos e pioneiros preservacionistas. A esse território, livre da caça, da devastação, outros vizinhos se juntam e o exemplo produz resultados práticos e permanentes.
Sem guardar rancores, nem veleidades de conselheiro, sugeriria aos autores da Nota, uma reflexão tranquila, apascentada, sobre os efeitos reais de uma ação tão ampla e abrangente, especificamente sobre a bacia do rio que se exaure.
Sem perder a ternura, pelas próximas semanas, rabiscarei novas considerações sobre o sertão e a Nota, tão descabidamente ríspida, tendo em vista a sintonia com a elegância e o espírito aberto para o contraditório, que uma instituição como o MP, fruto essencial do Estado de Direito e da convivência democrática, teria, em quaisquer circunstancias, de preservar.
JEFERSON E A BUSCA DO TEMPO PERDIDO
Quando vier de Brasília um técnico para ocupar a Pasta da Fazenda, ele terá de sair em busca do tempo perdido. O caminho para isso Jackson já constatou que existe, numa conversa com o Secretário da Fazenda de Alagoas, responsável pela reorganização das finanças daquele estado.
Jeferson Passos, com aquele jeito ensimesmado, trancou-se no seu gabinete, e à sua janela passou o tempo para agir. Alagoas obteve recursos que Jeferson entendeu inexistentes. Agora, é mover-se rapidamente em busca do tempo perdido. No caso, não seria o tempo proustiano das memórias no correr da vida. Seria, o tempo não preenchido pela competência.
TRUMP E A GEOPOLITICA DO IMPERIO ARROGANTE
Trump, desatinado arrogante, não é, como equivocadamente imaginou-se, um homem apenas instintivo e incapaz de elaborar projetos consistentes. Ele tem algo daquele sentimento de missão que movia um Hitler, e, como o sinistro alemão, utiliza-se da frustração social raivosa e aciona um projeto de poder, inimaginável numa democracia.
A ideia de aproximar-se de Putin e acabar um confronto hoje na verdade sem sentido, fará uma mudança radical na geopolítica do mundo. Dois homens com feição totalitária, tendo à disposição imenso poder militar, enxergarão o mundo como aquilo que, em outras circunstancias e formato, Hitler denominou “lebensraum”, o espaço vital necessário para a expansão do povo germânico.
Mete medo.
LIVROS, LIVROS, LIVROS
Há em Sergipe uma espécie de faina literária. Para ela contribuem o incansável Domingos Pascoal, a ASL, a Loja Maçônica Cotinguiba, a Editora da SEGRASE, a UNIT, a UFS. Surgem livros, revelam-se escritores, outros, já consagrados, dispõem-se a mais escrever. O desembargador aposentado Pascoal Nabuco, faz nova incursão pelo tema que mais o atrai: a politica. Mistura de forma inteligente, sociologia, memórias, e verve. O livro sai no novo ano. Centenários de vultos ilustres despertaram o interesse em biografá-los, e o Juiz, poeta e escritor Anselmo Oliveira, dedicou-se a contar a vida intelectual, política, acadêmica e religiosa do seu professor Cabral Machado, seguindo trilha já percorrida exemplarmente por Clóvis Barbosa.
Sai agora a 23º edição de um livreto muito requisitado, principalmente por pessoas religiosas. É coletânea de 1000 aforismos criados pelo autor, o padre José Enaldo Menezes Rezende. O ex-governador e acadêmico Albano Franco faz o prefácio, considerando o livro um guia para as relações humanas e revigoramento da fé.
Já Gilfrancisco, prossegue no seu labor. Rememora vultos sergipanos, contextualiza seus atos no espaço histórico das suas vidas. Acaba de aprontar uma biografia de Ranulfo Prata, romancista, médico, avô de Henrique Prata, o empresário e humanista que mantem em Barretos o Hospital do Câncer.
AS PRISÕES O IBAMA E OS ROLA
Nas redes sociais: “A prisão de Zé de Rola foi um descuido do IBAMA”.
Só a propósito, relembrando: Em 46, quando o presidente Dutra, no seu governo constitucional autoritário fechou os cassinos, o megaempresário do jogo, Joaquim Rolla, faliu. Circulou no Rio um jornaleco com a manchete: “Ofensa ao pudor: pediram a prisão de Rolla”.
O EXEMPLAR JUIZ E O NATAL
Do desembargador aposentado Netônio Machado e sua esposa Léa, transcrevemos, pela originalidade oportuna, o texto do cartão natalino enviado pelo casal: “O Brasil está mudando e nós precisamos estar juntos nessa tentativa de mudança, com mais honestidade, empenho e solidariedade, para encontrarmos a paz. É isso que esperam de nós e é isso que esperamos dos outros. Um natal cheio de esperanças para um Ano Novo Feliz”.
MÍRIAN E O MANDATO FUGAZ
A ex-vereadora Mírian Ribeiro ficou suplente quando concorreu à reeleição há 4 anos. Com esse afastamento de titulares e convocação de suplentes em tempo curto, Mírian, sensatamente, avisou à Secretaria da Câmara : Se o meu nome aparecer não o considerem. Passem adiante.
Atitude rara, nessa corrida inútil a mandatos inúteis.
Mirian, junto a nomes como Rosalvo Alexandre, Marcélio Bonfim, Antônio Samarone, Jorge Araujo, Rafael Oliveira, Guido Azevedo, Jackson Barreto, Padre Arnóbio,
Chico Buxinho, Milton Santos, Agonalto Pacheco, Acival Gomes, Evaldo Campos, Manoel Vicente, Pires Winne, Tânia Soares, Luciano Prado, Jonas Amaral, Pedro Firmino, Edvaldo Nogueira, Nazaré Carvalho, Juvêncio Oliveira, este, retornando agora, são lembrados como vereadores que deixaram bons rastros na Câmara de Aracaju, entre outros, e em tempos diversos.