O carnaval é uma das festas mais esperadas do ano. Comportar de um jeito diferente. Fazer coisas que normalmente não faz. O carnaval é assim para muita gente. A principal proposta é a brincadeira e assumir papeis distintos dos vivenciados no dia a dia. Para algumas pessoas, o carnaval é o período de inversões de funções na sociedade. Tudo se transforma em alegria e diversão.
A mudança de comportamento no carnaval às vezes leva a pessoa a esquecer de que, viver alegremente, pode a colocar em situações de risco de adoecimento e até da perda da vida.
Os fatores de Risco no Carnaval
Um grande aliado na mudança de comportamento durante o carnaval é o uso excessivo das bebidas alcoólicas. As pessoas dizem tudo e muito mais quando exageram no consumo de bebidas alcoólicas. As bebidas impactam o sinal de alerta do cérebro responsável pelo autocontrole, que costuma prevenir o arrependimento. As pessoas são capazes de externar pensamentos e comportamentos que ficam reprimidos. O abuso das bebidas alcoólicas está sendo a causa principal de acidentes trânsito e violência urbana.
Infelizmente, durante o carnaval, ocorre o aumento no consumo das drogas ilícitas, principalmente, maconha e crack. È frequente acompanharmos na mídia, a notícia de que “a polícia apreendeu uma grande de maconha que estava sendo levada para ser usada no carnaval de alguma cidade”. As drogas ilícitas também mudam o comportamento das pessoas, tanto para usuários ocasionais como para os dependentes químicos. E ai tudo pode acontecer, no trânsito, com um maior registro de acidentes, no relacionamento com outras pessoas, levando a atitudes de violência e até homicídios, e na vida sexual, onde, dificilmente, as pessoas, sob o efeito das drogas, usarão camisinha, caso consigam manter alguma relação sexual ocasional ou não, com alguém com uma infecção sexualmente transmissível.
Um fato comum no carnaval e que pode se transformar em um fator de risco para a mudança de comportamento e, consequentemente, uma maior exposição às infecções sexualmente transmissíveis é quando casais brigam, separam-se durante o período carnavalesco e ficam sozinhas. O sentido de liberdade momentânea às vezes leva a terem relacionamentos amorosos ocasionais e nem sempre com o preservativo, pois não esperavam que a relação sexual pudesse acontecer.
É frequente também, durante o carnaval no interior do estado, principalmente, em cidades que possuem praias, o fato de pessoas alugarem casas que vão alojar parentes e amigos (casas que alojam até 20 a 30 pessoas). Como nós estamos diante de uma epidemia de dengue, chikungunya e até o Zika Vírus que se tornou um fator de risco para o grave problema de saúde pública que é a microcefalia, é o momento de alerta para essas casas que, possivelmente, estavam abandonadas e com locais funcionando como criadouros do mosquito Aedes aegypti e que agora vão receber muita gente.
Conhecendo alguns fatores que podem expor as pessoas ao risco do adoecimento, cabe a cada um ter atitudes de prevenção já amplamente divulgadas, para que possa ter saúde suficiente e que permita brincar em outros carnavais que virão.