OS PRINCIPAIS GERADORES DE IDEIAS PARA A INOVAÇÃO (*)
“Embora 96% dos executivos pesquisados considerem que a criatividade é essencial para a sua empresa, surpreendentemente apenas 23% deles disseram que tiveram êxito em torná-la parte integrante da empresa ”.
Em outras palavras, mais uma vez se verifica as dificuldades naturais enfrentadas pelos executivos para a tornarem a prática do pensamento criativo comum nas culturas de suas organizações. Todavia, não é difícil se compreender essa dificuldade, uma vez que, o nosso sistema educacional não estimula a curiosidade dos seus estudantes, daí sempre temos medo do novo, do desconhecido e da mudança.
Vale considerar que ainda compreendemos muito pouco o que significa a criatividade como um diferencial de competência e desconhecemos a sua importância em qualquer atividade que exige inovação contínua. Além disso, a maioria ainda acredita que só os artistas precisam ser criativos e, pior ainda, pensamos que basta brincar com “massinhas” ou fazer desenhos nas atividades escolares que as crianças se tornarão criativas. Confirmando isto, ainda esta semana, assisti uma chamada do Programa Ação da Rede Globo, e uma repórter que estava visitando uma Ong deu uma visão bastante deturpada do que seja criatividade quando disse: “As crianças estavam trabalhando com massa para desenvolver a criatividade.” É lamentável, mas ainda presenciamos isso, ainda hoje.
Por outro lado, as confusões não terminam ai. A visão da inovação como apenas tecnológica é ainda uma muito limitadora, pois fica focada apenas na pesquisa. Um levantamento da IBM , realizado em 2006 com 765 executivos presidentes de empresas e líderes empresariais de todo o mundo, os mesmos apontam como certas as seguintes fontes mais significativas das ideias para a inovação: 1º – funcionários (41%); 2º – parceiros (38%); 3º – clientes (37%); 4º – consultores (21%); 5º – concorrentes (20%); 6º – associações, feiras comerciais e conferências (18%); 7º – vendas internas e unidades de serviço (17%); 8º – pesquisa e desenvolvimento internos (16%); e 9º – academia (13%).
Portanto, se a fonte mais significativa das ideias está centrada nas pessoas (funcionários, parceiros e clientes), será bastante salutar, estratégico e inteligente que a empresa ou instituição incentive, monitore e estimule um ambiente organizacional favorável à geração de ideias e, principalmente, que se escute bastante essas três fontes de ideação. E, o motivo é claro, quanto mais ideias tivermos mais possibilidades de conseguirmos ideias geniais, com valor agregado e que, como consequência, poderão se transformar em serviços, produtos ou processos inovadores.
Esses resultados nos fazem lembrar, portanto, que além do departamento de pesquisa e desenvolvimento constata-se que muitas ideias significativas poderão ser geradas em outras áreas da empresa aproveitando-se o potencial criativo de todos os seus empregados.
Como resultado disto as empresas altamente inovadoras não concentram a geração da inovação em um único lugar ou um único departamento, na realidade desenvolve-se uma cultura favorável à inovação em todo o ambiente empresarial, um exemplo claro disto é a Google na qual todos inovam e os seus processos são perfeitamente claros e definidos.
Muitas vezes, o que impede o florescimento da inovação no ambiente organizacional é o fato de não estar ainda claro para muitas pessoas o que é inovação e o que é criatividade. E, o que acontece é que excelentes ideias que poderão ser acrescidas de valor e tornarem-se inovação, por falta de gerenciamento, perdem-se nos processos organizacionais, portanto, fica bastante claro que criatividade, ideias geniais e novas tecnologias sozinhas não surtem nenhum efeito ou resultado se não houver um forte gerenciamento que faça com que esse trio se transforme em resultados empresariais.
(*) Fernando Viana
(www.fbcriativo.org.br)