OS TRABALHADORES DA SEXUALIDADE
Lisboa, 5 de novembro de 2004
Caros amigos de Sergipe,
O deputado e barbudinho Eduardo Valverde, do PT de Roraima, acaba de apresentar um inusitado e (por que não dizer?) orgástico projeto no Congresso Nacional propondo que os prostitutos e assemelhados passem a contribuir com o INSS, como qualquer trabalhador brasileiro.
Por prostitutos e assemelhados os senhores entendam como strippers, agenciadores do sexo, transexuais, bibas fechosas e demais trabalhadores da cultura sexual nas chamadas “casas de tolerância”, além, é claro das meninas e meninos da ‘vida fácil’. Quer dizer, daqui por diante até porteiro de cabaré vai ter que contribuir para a previdência, ‘mofiu’.
O nobre representante popular e barbudinho convicto argumenta (não sem razão), que os chamados trabalhadores da sexualidade atualmente são prejudicados por não poder usufruir dos benefícios que gozam (no bom sentido é claro), os demais trabalhadores brasucas, como o salário família, a licença para ir ao banheiro ou a aposentadoria por tempo de serviço.
Se o projeto virar lei de verdade, as meninas da madruga vão ter que tirar a DRT para apresentarem na hora de entrar no lupanar. Vai ser uma loucura!
Alguns amigos mais bem informados na chamada contabilidade sexual, já afirmam categoricamente que o rala e rola vai ficar bem mais caro para consumidor final. Chega a ser um absurdo.
Coloque aí em cima dos cachês habituais, mais 16% de desconto em carteira, mais contribuição sindical, décimo terceiro, férias proporcionais e veja o quanto a coisa pode subir na hora do ‘ái jisus’. É de perder a ereção. Aonde vamos parar, senhores? É o que vos pergunto.
A propósito, será que vai haver cobrança de adicional de periculosidade no caso de um coito com o portador de uma verga descomunal?
E para aquele incorrigível tarado que quer levar junto para a mesma cama a garota de programa e a sua cadelinha de estimação? Como se posicionaria diante disto a Sociedade Protetora dos Animais? Boneca inflável pagará excesso de bagagem? São perguntas que não querem calar e que exigem respostas urgentes dos diversos segmentos da sociedade brasileira. Que se posicionem pois.
A propósito, haverão determinadas posições mais caras na tabela do sindicato ou os serviços serão cobrados apenas por hora trabalhada, não importando as estripulias que os amantes desenvolvam na alcova do motel ou nas esquinas do pecado? Ou por outra, será por cabeça ou a la carte?
Juntando essa nova moda da DRT prostibular, digamos assim, com o projeto de Lula de extinguir todos os documentos oficiais do cidadão transformando-os no Cartão Único, o já afamado CU, prevejo que o Brasil passará pela maior reforma trabalhista já vista no país desde os tempos de Getúlio Vergas, digo Vargas.
Bom, enquanto a tal reforma não chega, creio que só resta mesmo aos senhores aproveitarem as promoções que ainda grassam à mancheia na economia informal das calientes noitadas brasileiras, afinal, não se sabe por quanto tempo ainda vai durar esta mamata.
Até semana que vem.
Um abraço do
Apolônio Lisboa.
O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.