Para criar o futuro, é preciso antes imaginá-lo

Por mais que teimemos em querer fazer diferente para podermos criar o futuro, seja de uma pessoa, uma comunidade, uma cidade ou um país é preciso antes imaginá-lo. Em outras palavras é preciso criar esse futuro na mente. Tudo que é criado, antes é imaginado. Pode ser que sequer pensemos em relação a isto, mas antes criamos em nossa mente. Esse é o caminho natural.

 

Partindo desse princípio essencial poderemos entender então porque as pessoas são estimuladas a definir um projeto de vida, porque as empresas, instituições, comunidades, cidades e países definem os seus planejamentos estratégicos. Ainda por este motivo as instituições e organizações definem as suas visões e missões.

 

Na realidade praticamente tudo que existe hoje em dia foi imaginado no pensamento de alguém; assim sendo tudo é criado já faz parte da segunda criação, conforme afirma Covey[1].

 

Ai é que, na verdade, começa o problema. Se tudo que existe, antes foi imaginado entendemos que, como poderemos imaginar coisas boas e coisas ruins, somos responsáveis – de certa forma – pelo que acontece de ruim. Isso é verdade!  Quem não conhece aquela pessoa, aquele amigo, aquele parente que sempre está dizendo que tudo que é ruim acontece com ela? Esta é outra verdade. Se essa pessoa olha para um copo de água pela metade, ela afirma que o copo está quase vazio. Essa é outra verdade!

 

Mas e agora isso tem cura? Sim! Se quisermos poderemos educar a qualidade do nosso pensamento e o processo criativo nos ajuda bastante para que isto venha a acontecer.

A maioria de nós, desde crianças, foi educada a viver e conviver num mundo regido pelo “ciclo da sobrevivência”: escassez, competição, controle, repetição e sobrevivência. Esse é ainda um traço cultural muito forte, principalmente, os interiores nordestinos. “É assim porque Deus quer…” “Isso é só para pessoas ricas…” “Nesse país pobre não tem vez….”

 

Todavia, sabemos que esse atitudinal poderá ser corrigido. Existe um exemplo mundial de sucesso que foi aplicado na África do Sul no início do governo Mandela, quando milhares e milhares de pessoas da população majoritária negra aprenderam a trabalhar com o pensamento criativo. Na verdade não se trata de magia, como muitos chegam a pensar. Trata-se apenas de se desenvolver a qualidade do pensamento, uma habilidade que pode ser treinada e desenvolvida.

 

Um exemplo clássico é citado na bibliografia mundial uma empresa que, visando ampliar os seus negócios em outras fronteiras, selecionou dois vendedores e os mandou visitar países do terceiro mundo. Ao voltarem da viagem de exploração cada vendedor teve que escrever o seu relatório destacando as oportunidades. Assim sendo, um informou: “Acredito que não adianta investir nesse país, pois o povo é pobre e não tem o hábito de usar sapatos”. Daí o outro vendedor fez o seu relatório e afirmou: “Vejo, um campo de possibilidades neste país. Embora seja um país pobre, as pessoas não têm o hábito de usar sapatos poderemos fazer uma campanha orientando-os para as vantagens de usar sapatos e lançar produtos básicos e acessíveis”.

 

Daí ficou claro, enquanto o vendedor que não enxergou oportunidades estava utilizando o mapa mental do “ciclo da sobrevivência”; o segundo vendedor, por sua vez, utilizou o modelo mental da “espiral criativa”: fratura, colaboração criativa, risco/aventura, possibilidades e criatividade.

Como tudo na vida é uma questão de escolhas, fica uma pergunta final: Qual o modelo mental que você costuma a usar?

 

 

(*) Fernando Viana

www.fbcriativo.org.br

 



[1]  Covey, SS n- Os sete hábitos das pessoas muito eficazes. 

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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