Desde ontem que todos os partidos estão absolutamente definidos. Quem for candidato nas próximas eleições terá que aceitar o jogo da legenda que escolheu. A maioria, evidentemente, foi em busca de condições eleitorais, sem qualquer compromisso com projetos e programa partidários, mas preocupados com o quociente eleitoral que poderá levá-lo a conquistar um mandato eletivo ou permanecer nele por mais quatro anos. Algumas legendas se tornaram frágeis, como é o caso do PPS e PTB, que vão depender de um chapão para tentar fazer um dos seus candidatos federal, evidentemente esperando o que sobrar de legendas maiores e da performance de quem está disputando um novo mandato ou a reeleição. Em termos de bloco, a oposição sofreu baixa mais significativa em individualmente, mas se mantém eleitoralmente forte quando se analisa através de suas lideranças. Não há dúvida que o PMDB e o PSDB passaram a ser um peso significativo para o lado que pender, principalmente os tucanos, que têm condição eleitoral mais acentuada. Os partidos nanicos, que estão se unidos em coligação, podem até eleger um ou outro deputado estadual e também se constituem em boa ajuda para o bloco majoritário ao qual se unir. Esse quadro partidário que está configurado, deve ser analisado a partir da próxima semana, por candidatos majoritários, para que tenham uma idéia da força eleitoral que passaram a acumular para o pleito duro de 2006. Será também a partir de agora que se colocará em prática alguns interesses individuais de lideranças partidárias, que passam a exigir posições para se vincular a um ou outro grupo político. Como a previsão é de que o jogo não será decidido no primeiro tempo, a tendência é que todos se preparem para fortalecer o time neste momento e no pequeno período em que se inicia o segundo tempo. A conclusão das filiações partidárias ainda poderá trazer muitas surpresas, caso se concretize a mudança nas regras do jogo, cuja votação pode acontecer em dezembro e valer para a próxima eleição. Quem entrou em algum partido na certeza da queda da verticalização pode se complicar, porque isso ainda não está absolutamente definido. Nem mesmo que haja mudança nas regras. É bom lembrar que todas as legendas que terão candidatos a presidente da República querem as regras atuais em se tratando de coligação nacional, embora apelem que a reforma seja aprovada e modifique todo o perfil de campanha milionária que ainda está em vigor, inclusive favorecendo o uso de caixa-2. A situação do candidato a deputado federal pelo PPS não é ruim, porque o presidente nacional do partido, Roberto Freire, desistiu de sua candidatura a presidente da República. Só assim, em termos de Sergipe, o deputado federal suplente Ivan Paixão entra no chapão que será feito com as demais siglas que darão apoio ao governador João Alves Filho. A mesma coisa acontece com o deputado federal Jackson Barreto (PTB), cujo partido está liberado para ficar ao lado do prefeito Marcelo Déda (PT), pré-candidato ao governo do estado, cujo bloco também pretende fazer um chapão para quem vai disputar vaga à Câmara Federal. O mesmo já não pode se dizer do deputado federal Jorge Alberto, porque o PMDB terá candidato a presidente da República e ao governo do estado. O PSDB está mais à vontade, mesmo com a intenção imutável de disputar a presidência da República. O ex-governador Albano Franco pode escolher três mandatos para candidatar-se: deputado federal, senador ou governador do estado. Sua cabeça já deletou a terceira hipótese, enquanto aliados e familiares pensam diferente. Qualquer coisa que dispute será bom para o partido, que pode exigir participação majoritária em caso de uma coligação ou até ficar sozinho, caso alguém se habilite a tentar o governo do estado. Todos querem acariciar a cabeça dos tucanos, mas a opção dos membros que vivem no ninho cessa com a candidatura própria a presidente e manutenção da verticalização, o que poderá forçar ou não o partido a tomar uma posição diferente da que está pensando. O quadro partidário está bem definido, falta agora habilidade e bom senso par formar as coligações. Um erro nesse processo de sedução, pode ser fatal em outubro de 2006. REUNIÃO O secretário da Agricultura, Sérgio Reis, reuniu-se ontem em Brasília com colegas de todos os estados, para tratar sobre o problema da aftosa, também em Sergipe. É que a Organização Internacional de Saúde Animal incluiu Sergipe – integrante do Circuito Leste – como área de risco de febre aftosa. FATOR Esse é um fator que poderá colocar a perder todo o trabalho feito anteriormente para preservar o rebanho de Sergipe dentro da zona livre da doença. Há uma reclamação da falta de fiscalização agrícola nas fronteiras e a constante transferência de animais de Alagoas para Sergipe. CARTA Ontem, após a reunião, os secretários de Agricultura assinaram uma carta, em que alguns cidades de grande porte e estados são retirados da zona de contaminação. Segundo Sérgio, Sergipe já foi retirado da zona de risco e sua inclusão só aconteceu porque o estado foi incluído no Circulo Leste. AUDITORIA O Tribunal de Contas da União (TCU) realizou auditoria, na primeira semana deste mês, na Prefeitura Municipal de Aracaju. O objetivo da auditoria foi avaliar a regularidade da aplicação dos recursos federais transferidos ao Município, como vem acontecendo com várias outras prefeituras. DÉDA O prefeito de Aracaju, Marcelo Déda (PT) está conversando com lideranças políticas do interior, para fortalecimento de sua candidatura. Ele deixa claro que a cada dia está mais convencido de que precisa disputar o governo do estado em 2006. NATURAL Marcelo Déda considera naturais os comentários que surgem em relação ao próximo pleito, mas que sua candidatura está consolidada. As lideranças políticas que o apóiam estão seguras de que podem modificar o rumo da política sergipana a partir do próximo ano. ALMEIDA O senador Almeida Lima (PMDB) também tem procurado setores da sociedade para a formação de uma nova via para as próximas eleições. Durante toda esta semana, ele abriu um período de conversas com segmentos importantes da política sergipana. Está animado com a candidatura a governo. PARTIDO Embora haja sinais de que setores do partido preferem não apresentar candidatos próprios, o senador Almeida Lima acha que isso terá desdobramentos. Na sua visão, o partido que tem chapa majoritária favorece os seus candidatos proporcionais e o partido pode até crescer sua representação federal e estadual. ELBER O vereador Elber Filho, provável candidato a governador pelo PDT, vai procurar fazer uma campanha voltada para a renovação de valores. Está animado com a receptividade que vem obtendo e admite, com segurança, que é o novo nesse processo eleitoral. Mostrará isso através de suas propostas. REPERCUSSÃO Entre os grupos estudantis, no setor jurídico, em uma área que prega mudanças radicais na política, o nome de Elber Filho vem obtendo uma boa aceitação. Ontem ele disse que não é um profissional da política, mas vê perspectivas, neste momento, da sociedade surpreender e escolher exatamente quem não tem vícios nesta área. FABIANO O deputado estadual Fabiano Oliveira (PSDB) acredita que este momento é de acomodação partidária e de verificar o andamento da reforma para as composições. Admite que em janeiro, durante de depois do Pré-Caju, é que o quadro começa a se definir para a formação das coligações. PEDRINHO O secretário de Turismo, Pedrinho Valadares (PFL) é candidato a deputado federal, mas dá um conselho: “ninguém pense em fazer campanha agora. Fica complicado”. Pedrinho diz que não tem receio de disputar contra ninguém e reconhece que o seu trabalho está consolidado politicamente. ANGÉLICA A deputada estadual Angélica Guimarães (PSC) arrependeu-se ontem de ter permanecido no partido e estava procurando outra alternativa. Queria filiar-se a um dos nanicos… A transferência foi impossível porque a deputada não se desfiliou da legenda no dia 30 de setembro e ontem foi o último dia para entrega da ata. Notas CAMPANHAS As campanhas eleitorais podem ser reduzidas de 90 para 60 dias, como prevê projeto de lei do deputado João Campos (PSDB-GO). Sugere que o prazo de registro de candidato a qualquer cargo eletivo terminará no dia 31 de julho do ano das eleições, sem nenhum direito a prorrogação do tempo. As convenções partidárias, conforme a proposta, devem ocorrer entre os dias 6 e 26 de julho do ano eleitoral e o registro de candidatos termina no dia 5 de julho. As convenções devem ocorrer entre 10 e 30 de junho. PROPAGANDA-1 Projeto do Senado reduz os custos de campanhas eleitorais diminui o período de propaganda política ostensiva e altera o formato do horário eleitoral gratuito. O texto proíbe ainda a apresentação, remunerada ou não, de artistas e animadores em comícios e em reuniões eleitorais. Além disso, impede a distribuição de camisetas, bonés, canetas, chaveiros e outros brindes. Propaganda-2 O projeto veta a propaganda política e a panfletagem em lugares de uso coletivo, como postes de iluminação pública e de sinalização de tráfego, viadutos, passarelas, pontes, praças, muros e paradas de ônibus. A proibição inclui ainda a pichação, fixação de placas, estandartes, faixas e cartazes. A pena prevista aos infratores determina a restauração do bem e multa no valor de R$ 5 mil a R$ 20 mil. Não pode divulgar pesquisas eleitorais, por qualquer meio de comunicação, a partir das 18 horas do 15º dia anterior às eleições. É fogo A partir de agora está definida a formação dos partidos e se pode iniciar os primeiros passos para as composições. Os candidatos poderão, a partir de agora, fazer a prestação de contas diária pela internet, para que se fiscalize os gastos de campanha. Os comitês financeiros dos candidatos deverão indicar o responsável pela arrecadação, gestão e aplicação dos recursos destinados a cada campanha eleitoral. Esses responsáveis responderão à Justiça Eleitoral em casos de má administração relativa à arrecadação, gestão e aplicação dos recursos. Todos esses itens estarão em validade caso seja aprovado o projeto que reduz o tempo de validade da reforma política, que deve ser votada até 31 de dezembro. Há um clima desfavorável à votação da prorrogação de aposentadoria dos 70 para os 75 anos. É possível que não passe na comissão. O prefeito Marcelo Déda (PT) diz que a formação de chapa e outras definições só serão tomadas depois das desincompatibilizações. O vereador Elber Batalha (PDT) disse que sempre reivindicou a candidatura própria para o seu partido anterior, o PSB. O partido que mais cresceu com as filiações este ano foi o PSC, que salta da posição de partido pequena para uma legenda de grande porte. O ex-deputado Gilton Garcia (PTN) vai disputar uma vaga de deputado estadual, dentro de uma composição com partidos pequenos. O governador João Alves Filho aproveitou alguns dias de licença em sua fazenda, para trabalhar na questão da transposição do rio São Francisco. Haverá uma renovação alta na bancada federal de Sergipe, por conta dos novos nomes que vão tentar uma vaga na Câmara Federal. brayner@infonet.com.br
Os órgãos públicos não podem distribuir cestas básicas, remédios, brinquedos, roupas e cobertores, exceto em calamidade pública.
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