Pe. Leeb: Esquecimento ou exclusão?

 

Pe. Leeb – recebendo o carinho dos fiéis

  No último dia 31 de janeiro a região de Porto do Mato, no município de Estância, viu realizado um sonho do fundador do Centro Esperança de Deus, Pe. Humberto Leeb, pelo qual sempre se empenhou: de ver a Igreja Nascimento do Menino Jesus por ele  construída, ser transformada em paróquia, visando melhor atender às demandas pastorais da comunidade da região litorânea.
  Tendo em vista este propósito, já no aniversário de 70 anos de Pe. Leeb, o Presidente da Norcon, Luiz Teixeira, presenteou-lhe com a ampliação física da igreja para o  Centro  poder completar o trabalho de evangelização social e pastoral para aos seus  moradores.
Entretanto, a comunidade que tão bem vive os laços que a une a Pe. Leeb e nele reconhece o seu maior benfeitor, ficou surpresa com sua ausência na cerimônia de instalação da paróquia, por não ser convidado pela Diocese de Estância.
  Todos sabem que no final de 2008, ao completar 75 anos de idade e atendendo às orientações do Código do Direito Canônico, Pe. Leeb transferiu o Centro Social Pastoral Esperança de Deus para a Diocese de Estância, doando-lhe todo o patrimônio móvel e imóvel, e em condições de sustentabilidade e avanços.  Dela esperava a continuidade do trabalho, por tratar-se de uma instituição religiosa católica ( “katholikos” derivada do grego que significa “universal”), cuja missão é o anúncio do Evangelho  buscando a paz social, a justiça e a dignidade humana.
  Por tratar-se da obra da sua vida, dentre tantas ações de desenvolvimento realizadas em várias continentes, valendo citar, também no Brasil, o Centro Comunitário na Favela do Vidigal/RJ, Pe. Leeb vem acompanhando o Centro Esperança de Deus ser submetido durante esses seis anos à destruição dos seus princípios e patrimônio, de forma pública e notória. O fato fez Pe. Leeb se prontificar ao novo bispo de Estância, em nome da Associação de Apoio ao Brasil de Pe. Leeb (Brasilienhilfe Pater Leeb-Alemanha),  a contribuir financeiramente na renovação física da obra e no resgate do trabalho social-pastoral.
  Por diversas vezes, tivemos a oportunidade de mostrar a nossa preocupação com a situação de abandono e progressiva destruição do Centro desde a saída do padre, com grande repercussão, inclusive internacional, mais de perto nos países da Alemanha e Áustria e participamos de comissão encarregada de buscar alternativas para preservar a obra transformadora ocorrida naquela região.
  É difícil aceitar que possa existir uma ação subliminar com o intuito de apagar a história que Pe. Leeb construiu  durante os árduos 34 anos vividos naquela região , marco de desenvolvimento e de restauração tanto de vidas humanas  como da geografia e paisagem do lugar. Antes de sua chegada, a região era uma antiga ilha abandonada, tanto pelo poder público como  pela própria Igreja.
  A comunidade, inconformada com o que vem sofrendo, tem tentado ser ouvida pelas instâncias cabíveis e que devem zelar pelo patrimônio público construído basicamente com recurso  internacional, mas sem qualquer resposta. De igual forma a diocese de Estância a quem de direito  tem recorrido, não lhe dá o retorno devido.
  A instituição lembra hoje pouco o Centro “Esperança de Deus” para os Homens que Pe. Leeb edificou, pelas ações e atividades desenvolvidas e pelo carisma transformador de semeadura da esperança e do amor, considerado à época, pela União Européia como o “Centro-Modelo da América Latina”.
  Vale a exortação do Papa Francisco dirigida aos fieis e à  Igreja para a vivência da pedagogia do encontro, do diálogo da fraternidade, como expressão de fé e de renovação humana.
  E aqui fica uma  reflexão: a quem pode interessar a destruição do Centro Esperança de Deus  com sua história transformadora e a negação do seu fundador Padre Humberto  Leeb?

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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