Falar em pensamento, seja em que linha estiver falando, ainda parece ser alguma coisa muito pouco consistente. Porque, na verdade, para muitas pessoas o pensamento é uma coisa tão lógica.
A nossa educação formal nos prepara rigorosamente para desenvolvermos o pensamento reprodutivo, que nada mais é do que repetir o passado. Assim sendo, muitas e muitas vezes constatamos que pesquisadores, educadores e muitas outras pessoas sempre buscam as soluções para o futuro buscando reler o passado. Lamentavelmente, nem sempre esse pode ser mais considerado o caminho mais correto. Vivemos num mundo de mudanças contínuas, fantásticas e rápidas. Epidemias se desenvolvem e se espalham na velocidade da luz; a tecnologia avança em passos gigantes, várias áreas da ciência evoluem a saltos quânticos. Mas, mesmo assim, continuamos educando os nossos jovens, aqueles que irão definir o futuro do nosso planeta como se todas as respostas estivessem no passado. Como se pensar não fosse importante, como se a vida se resolvesse em responder perguntas cifradas, e como se o conhecimento pudesse ser avaliado por notas que nem sempre refletem a realidade.
Muitas vezes acreditamos que, por monitorarmos continuamente os processos, por aprimorarmos produtos, serviços e procedimentos chegaremos a uma mudança incremental que para muitos erroneamente é considerada inovação.
Não resta a menor dúvida que todas as etapas do pensamento reprodutivo são importantes; todavia, vale questionar que o pensamento produtivo, hoje em dia, não consegue mais sozinho dar conta de tudo o que acontece, porque ele poderá ser muito bom para chegarmos o nível “zero defeito”, todavia, jamais irá nos ajudar a fazermos uma mudança revolucionária.
Todavia, quando falamos no pensamento criativo a coisa é rapidamente diferente; pois enquanto o pensamento reprodutivo faz adaptações constantes, o pensamento criativo cria situações e formas ainda não pensadas ou criadas. Na verdade, o pensamento criativo vai construindo uma estrada cheia de alternativas, idéias, soluções e oportunidades. Só com a sua ajuda poderemos enfrentar o mundo competitivo e mutante
Atual e, a partir daí, conseguiremos ter “insights” e gerar novos produtos, serviços ou processos.
Portanto, com o pensamento criativo poderemos imaginar, visualizar e ver um futuro que poderá não existir e certamente se tornar uma grande oportunidade. Um exemplo bastante atual e extremamente importante da utilização deste tipo de pensamento é dado pela Petrobras que através de pesquisas, estudos e modelos simulatórios consegue fazer grandes descobertas de campos petrolíferos nunca imaginados, como por exemplo, o “pré-sal”. Se os geólogos exploracionistas da companhia trabalhassem apenas com o pensamento reprodutivo, jamais encontrariam as reservas de petróleo descobertas nos últimos anos, nem mesmo teriam vencido as grandes fronteiras do mar profundo.
Na verdade, esse é um modelo exemplo para ser seguido por muitas empresas do nosso país sejam grandes, médias, pequenas ou micro. Só o universo do pensamento criativo irá fazer com que todas evoluam e passem para outros patamares.
O pensamento criativo na verdade nos ajuda não só a transformamos o que fazemos como também as formas como enxergamos o mundo. Além de tudo isto, o pensamento criativo está intimamente associado a dois outros tipos de pensamento: o pensamento divergente e o pensamento convergente.
O pensamento divergente num primeiro momento é gerador, ou seja, ajudar a imaginar, a criar, a buscar novas idéias ou alternativas possíveis; depois ele é tem outra característica importante que é ser tolerando, ou não julgar e, finalmente, é expansivo, ou seja, gera idéias e muitas outras idéias.
O pensamento convergente também tem três características essenciais: é analítico, ou seja, sonda contesta e testa; é apreciativo, ou seja, avalia se as idéias atendem a determinados critérios e, finalmente, é seletivo, ou seja, seleciona as idéias geradas pelo pensamento criativo, filtra e escolhe as melhores.
Portanto, se quisermos evoluir, na velocidade em que o mundo está evoluindo, precisaremos rapidamente a deixar de lado o pensamento reprodutivo e aprender a utilizar o pensamento criativo.
O pensamento criativo vem crescendo rapidamente e pouco a pouco está vencendo silenciosamente a batalha monumental que trava com o pensamento reprodutivo. Os fatos e dados estão por todo o canto. E, quem não entender isto, certamente vai ficar para trás.
(*) Fernando Viana
www.fbcriativo.org.br