Estive viajando nos últimos dias, mas, mesmo à distância, pude acompanhar os últimos prognósticos apresentados pelas pesquisas eleitorais realizadas em Sergipe. Confesso que fiquei impressionado com a polarização dos números de Marcelo Déda e João Alves. Não que fosse algo inimaginável. Afinal, os dois são fortes candidatos ao governo e uma disputa acirrada como essa já era previsível na reta final. Isso mesmo! Na reta final, não agora. O que assistimos hoje é algo que foge às expectativas do pleito.
Os números do candidato petista caíram vertiginosamente nos últimos 90 dias e, sem dúvida alguma, já devem estar assustando os marqueteiros do candidato do PT e surpreendendo positivamente a equipe de João Alves. Nenhum dos lados esperava que isso fosse acontecer.
Há um ano, então, seria praticamente impossível imaginar que o atual governador tivesse fôlego suficiente para encarar uma candidatura a um quarto mandato, enfrentando o líder maior das esquerdas, Marcelo Déda, depois da acachapante vitória nas eleições municipais que o reconduziu à prefeitura de Aracaju, em janeiro.
É óbvio que uma eleição municipal é diferente. Mas, naquela época, dificilmente alguém de bom senso poderia imaginar que o desgaste natural de qualquer governante após três mandatos não seria o suficiente para enterrar as pretensões de João Alves de permanecer à frente do Executivo pela quarta vez. Nem o próprio governador tinha esperança de que isso pudesse acontecer. Mas João foi tinhoso, hábil e, até agora, admitamos, tem se mostrado competente o suficiente para encarar o “difícil” embate. Quem diria!
Talvez fosse esse o momento para Marcelo Déda reavaliar a forma como trata as pessoas no seu dia-a-dia, ou quando está no poder. Sua inacessibilidade tem lhe prejudicado sobremaneira. Ouvi, recentemente, um “companheiro” dizer que se alguém pode derrotar Déda neste pleito… é o próprio Déda com a sua arrogância.
Será?