Os que se dedicam a analisar números e gráficos de pesquisas eleitorais estão sem entender um mistério que tem se apresentado embutido nos resultados mostrados pelos diversos institutos. Sempre houve insinuações de que as pesquisas divulgadas com estardalhaço no período que antecede os pleitos eleitorais são tendenciosas e apresentam resultados de acordo com o interesse de quem as contratou, o que nem sempre é de conhecimento público. A suspeita faz sentido pela seguinte ótica: a pesquisa de opinião é no período de campanha eleitoral um produto valioso; seu custo é altíssimo; ninguém gastaria tal volume de recursos se não tivesse interesse direto no pleito eleitoral ou nas candidaturas apresentadas e ninguém autorizaria a publicação da mesma se o resultado encontrado não fosse satisfatório. Mas, mesmo diante de todas essas constatações, é muito arriscado alguém afirmar que a pesquisa do instituto tal pode estar atendendo a interesses de “A” ou de “B”. Contudo, um fato que está deixando os analistas e o eleitorado com uma pulga atrás da orelha, pelos números que os institutos apresentaram até agora, é que há uma incoerência misteriosa no senso de avaliação do eleitor brasileiro. Em quase todas as pesquisas publicadas, ocorre um fato curioso que é o seguinte: quando os institutos buscam conhecer a preferência de votos dos eleitores em relação aos disputantes de cargos eletivos proporcionais (deputados e senadores), os eleitores indicam o candidato preferido e demonstram que estão dispostos a cassar através do voto, os envolvidos nos diversos escândalos de corrupção e desvio de verbas públicas, que embora detectados pelas diversas CPI’S foram absolvidos pelo plenário da Câmara Federal (numa demonstração clara de apoio a impunidade), dentre os entrevistados alguns chegam a indicar que estão adotando como parâmetros os portais “portaldademocracia” e “transparenciabrasil”, que estão desenvolvendo um trabalho de conscientização para que o voto do eleitor seja utilizado como arma, no combate à corrupção e divulgando o nome dos parlamentares passíveis de punição. Mas por outro lado, quando a pesquisa resolve conhecer a opinião desses mesmos eleitores com relação ao voto do candidato majoritário à Presidência da República, eles indicam que o atual presidente e candidato à reeleição é o preferido do eleitorado. Diante desse quadro, existem apenas duas avaliações finais: “Ou o eleitor está contaminado por dois sentimentos distintos na hora em que responde ao pesquisador, ou a oposição foi incompetente na hora de mostrar para a sociedade que sem a participação do Poder Executivo nenhum desses escândalos teria acontecido ou no mínimo prosperado”. Porque se tivesse agido com competência, a oposição teria mostrado que não poderia haver recebedores de mensalões se não houvesse a disposição de graduadas figuras do Poder Executivo dispostas a pagar por essa transação e mostraria também que não haveria sanguessugas se não houvesse ministros e diretores comissionados dos ministérios, permitindo o tráfico de influências e promovendo a facilidade necessária para complementar a ação de um esquema fraudulento envolvendo empresários e parlamentares. Porque ninguém pode imaginar que existe lucidez na decisão de um eleitor que pretende eliminar com o seu voto os parlamentares que se envolveram com atos ilícitos e não pretenda esse mesmo eleitor eliminar da vida pública o chefe de um Poder Executivo que contribuiu para que tudo isso acontecesse. Esse deve ser um dos motivos que colocam as pesquisas sob suspeição. Perguntar não ofende Pergunta de um leitor: “Gostaria de saber de você que está mais a par do mundo político do que eu, quantos anos são necessários para que um governador possa melhorar alguma coisa em seu Estado? Tenho visto pela mídia que querem acabar com a reeleição e passar o mandato para cinco anos. Diante dessa veiculada possível mudança e diante da realidade do Estado de Sergipe, isto é, desemprego, analfabetismo, baixo desenvolvimento, irrisório crescimento e ínfima importância nacional. Questiono novamente, quatro anos é suficiente para fazer o que? E oito? E doze? E se não mudou muito em doze, o que mudará em 16 anos?”. Este jornalista vai ficar devendo essa resposta pelo menos por enquanto. Durma-se com esse barulho. Terrorismo em Sergipe Um publicitário bastante conhecido em Sergipe teve o seu veículo totalmente quebrado e os quatro pneus cortados. A polícia já está investigando o caso, mas é uma prova que o terrorismo já chegou em Sergipe. Comparativo no Senado Um levantamento minucioso está sendo feito para fazer um comparativo das ações em prol de Sergipe e dos sergipanos entre os representantes atuais no Senado Federal. Vai dar muito o que falar com certeza. Memória Fraca I O jornalista e amigo André Barros, escreveu ontem na Infonet, um artigo sobre pesquisas eleitorais. Assim como este articulista ele costuma ter opiniões polêmicas e até aí nada demais, mérito dele. Nesta coluna já discordei de todas as pesquisas, aliás, este jornalista sempre escreve sobre pesquisas mesmo quando não é período eleitoral, por entender que ela deveria ter uma legislação dura e com severas punições quando manipuladas. André, assim como este colunista discorda de algumas pesquisas. Se dependesse deste colunista a Justiça Eleitoral teria normas rígidas, para acabar de uma vez com algumas “histórias” de bastidores. Memória Fraca II Porém, este colunista discorda do título do artigo de André “Memória Fraca”. Não pelas pesquisas eleitorais, mas por conta do que recentemente fizeram com ele por parte do Governo do Estado, mas de perto de um secretário de João Alves, César Gama. Para quem pensa que tudo passou, ledo engano, como remédio para a lembrança um site que ainda está no ar, no endereço http://cesargama.blogspot.com/. Serve para recuperar a capacidade de memória de qualquer um. Aliás, memória fraca serve também para César Gama, que quando editor do Cinform chegou a sofrer um atentado por conta da denúncia do então grupo “A Missão”, que segundo o próprio jornal era chefiado pelo hoje comandante da PM, Anselmo, que é colega de César Gama no primeiro escalão do governo. Outro de memória fraca… Lançamento literário O Advogado Elio Deodorio Cardoso, lançará dois livros sábado, dia 12 de agosto, no espaço House Fest, no conjunto Jabotiana II, atrás das emplacadoras, que ficam localizadas em frente ao Detran, às 20 horas, onde também completará 60 anos de vida. “Diálogo com sua excelência a morte” e “Superego: Feche a porteira deste ego obnubilado” são os títulos dos referidos. Títulos em Propriá Um leitor do município de Propriá está recolhendo provas contra um senhor (ele já tem o nome e endereço completo), que vem recolhendo títulos das pessoas e anotando os respectivos números para depois repassar para um candidato. Ele promete uma quantia em dinheiro e tudo mais. Tudo isso no bairro Veneza 1, em Propriá. Denuncie os abusos eleitorais Esta coluna vai continuar lembrando para o leitor o e-mail da Procuradoria Regional Eleitoral, para que o cidadão possa enviar denúncias sobre condutas irregulares dos candidatos durante a campanha eleitoral deste ano: (eleitoral@prse.mpf.gov.br), ou então pelo telefone: 3234-3700. Todo o trabalho da Procuradoria em Sergipe está no site: www.prse.mpf.gov.br. Como é que fica o mensalão? I Um advogado de um deputado federal está disposto a proceder consulta jurídica que pode anular as decisões do plenário da Câmara Federal, quando absolveu parlamentares denunciados no esquema do mensalão. Pelo entendimento elaborado ele revela que diante da constatação de que, dos 90 parlamentares investigados pela “CPI dos sanguessugas”, 69 deles estão comprovadamente envolvidos em crimes de natureza similar ao praticado pelos recebedores de mensalão. Eles estariam naturalmente impedidos de votar num processo que exigia punição para os deputados mensaleiros. Como é que fica o mensalão? II Dessa forma a consulta pretendida vai questionar sobre a possibilidade de tornar inválidos os votos dados por esses parlamentares, quando da votação dos relatórios apresentados pela Comissão de Ética do Congresso, que exigia punição para os parlamentares envolvidos com venda de voto, fato que em última análise caracteriza a quebra do decoro parlamentar. Para ilustrar a consulta o parlamentar vai anexar cópia do Projeto de Resolução 319/06, de autoria do deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), que objetiva proibir a votação não só do acusado como de outros deputados processados pelo mesmo ato ou ato semelhante. Frase do Dia “Eu quero o lagarto vivo, inteiro, é o melhor bichinho de estimação que eu poderia ter. Sei, sei, mas esse animal está com a gente há muitos anos, já é da família onde ele vive que nem um rei, não dá para nós ir entregando ele assim de mão beijada não”. De Zoroastro Sant`Anna em artigo publicado ontem aqui na Infonet, com o título “O Walmir, o lagarto e o açougueiro”.
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