Não tem mais jeito e não dá mais para discutir quem é o culpado ou não pela ausência de Sergipe na disputa pela refinaria de petróleo. A Petrobrás já decidiu: a construção será em Pernambuco, em parceria com a venezuelana PDVSA. Entre troca de elogios, o presidente Lula e Hugo Chávez, presidente da Venezuela, comemoraram a assinatura do contrato de parceria para iniciar a obra na região portuária de Suape, localizada no município de Ipojuca, no grande Recife. O projeto prevê investimentos de US$ 2,5 bilhões (R$ 6 bilhões) e deverá gerar 18 mil empregos diretos entre a fase de construção e sua entrada em operação. A refinaria pernambucana receberá o nome de Abreu e Lima, em homenagem ao general pernambucano que participou como ativista de movimentos em defesa da independência de países latino-americanos como Venezuela, Colômbia, Peru e Equador. Abreu e Lima também é nome de uma cidade próxima à capital pernambucana.
A instalação da refinaria daria para Sergipe, mas o estado sequer foi incluído entre os que concorriam a um dos maiores empreendimentos para o Nordeste. Descobriu-se que o ex-presidente da Petrobrás, José Eduardo Dutra, não colocou adiante a proposta que lhe fora entregue protocolada pelo governador João Alves Filho, acompanhado por um grupo de parlamentares e na presença do prefeito de Aracaju, Marcelo Déda (PT). Dutra defende-se dizendo que uma empresa boliviana, que seria parceira do estado, teria desautorizado a participação. Já a empresa espanhola não existia. Essa teria sido a razão de não ter incluído Sergipe entre os pretendentes. A refinaria, já definida para Pernambuco, passou a servir de discussão nos programas de rádio, com os lados contando as suas verdades. Isso vem causando um certo cansaço da sociedade, que já deve ter consciência de quem está com a razão.
Na realidade, esse não é um momento de discussão e já passa da hora das lideranças expressivas de Sergipe se unirem em defesa de interesses do estado, quando a causa favorece a sociedade. A oposição não pode ser mesquinha para torcer pelo quanto pior melhor, porque está escrito que quando os políticos que decidem brigam, o povo é que padece. Esta não é hora de discutir nada. O momento pede entendimento para que se consiga dividendos com o desvio da refinaria que poderia vir para Sergipe. Mas isso não se consegue com uma discussão absolutamente estéril. É preciso que alguém lembre que acima dos interesses ideológicos e partidários está uma sociedade que espera resultados dos seus líderes. Para isso há necessidade de um processo de aproximação para discutir opções que favoreçam o desenvolvimento de Sergipe, tornando-o um estado bom de viver, com mais emprego, mais escola, mais saúde e muito mais tranqüilidade.
Os estados do Ceará e Rio Grande do Norte também estavam no páreo e perderam. A discussão agora, inclusive de forças políticas antagônicas, é administrar benefícios que compensem a frustração da perda da refinaria. O Rio Grande do Norte conseguiu recursos para ampliar o seu porto e rodovias, enquanto o Ceará terá a construção de uma usina siderúrgica, no porto de Pecém. E Sergipe vai ganhar o que? Apenas essa discussão que já atormenta segmentos importantes da sociedade sergipana? O lógico e racional, distante das divergências políticas e na luta por um Sergipe melhor, maior e mais feliz, seria que todos os políticos influentes dessem uma demonstração de civilidade e traçassem planos para conquistar maiores investimentos.
A eleição é outra discussão, onde os opostos devem ir à luta para conquistar o comando político e administrativo do estado. Depois do resultado final, o que o povo espera é que todas as forças se unam, pelo desenvolvimento de Sergipe. Um exemplo seria a construção das duas pontes – tanto a da Barra dos Coqueiros/Aracaju e de Caueira/Aracaju – ou ampliação do porto e melhoria das rodovias, que poderiam servir para escoar parte do próprio combustível que Pernambuco vai refinar. Entretanto, jamais alguém vai fazer isso (de um lado ou de outro) porque os adversários torcem pelo pior. Afinal, isso alimenta os discursos no período eleitoreiro.
E isso é triste. Muito triste…
TRANSPOSIÇÃO
A Globo fez uma reportagem sobre o rio São Francisco. Dava para desconfiar que por trás viria alguma posição sobre a transposição.
Não deu outra: a reportagem concluiu mostrando a posição da Globo favorável à transposição. É possível que isso tenha custado valores muito alto. A Globo não engana…
INTERMEDIÁRIO
Continua a intermediação para que o governador João Alves Filho (PFL) e o ex-governador Albano Franco (PSDB) voltem a disputar um pleito juntos.
Os contatos vêm sendo feito por um político influente, com mandato, que tem livre acesso aos dois. Na próxima semana, em Brasília, haverá uma rodada de conversas sobre isso.
OPINIÕES
Entre aliados dos dois lados as posições são divididas, como é o caso de presidente do PSDB, Bosco Costa, que defende chapa majoritária.
Mas alguns prefeitos do interior apelam para um entendimento e se queixam do tratamento que vêm recebendo do prefeito Marcelo Déda (PT).
TEMEROSO
Um analista político, de larga experiência nesse tipo de coligação, acha temeroso que seja posta a público a mesma dupla de alguns anos atrás.
Acha que esse tipo de coligação não pega mais, porque a sociedade simplesmente não aceita mais reprises de eleições passadas.
VENÂNCIO
O deputado estadual Venâncio Fonseca, que estava de malas arrumadas para ingressar no PFL, resolveu permanecer no Partido Progressista (PP).
É que o PP não vai lançar candidato a presidente majoritária e nem fazer coligação nacional, o que deixa os estados à vontade para composições.
MITTIDIERI
Uma surpresa: o deputado suplente Luiz Mittidieri assinou a ficha de filiação no PSDB ontem pela manha. Quarta-feira passada ele se desvinculou do PFL.
Mittidieri vai tentar retornar à Assembléia Legislativa e disputa as eleições de 2006. Quem também se filiou ao PSDB foi o vice-prefeito de Lagarto, conhecido por Lila. Deixou o PL.
ITABAIANA
O ex-prefeito de Itabaiana, Luciano Bispo, e o irmão, deputado Arnaldo Bispo, já estão filiados ao PFL com todo o grupo que os apoia.
Deixaram o PMDB desde segunda-feira passada durante uma reunião do partido. Já em Lagarto, o deputado Walmir Monteiro deixou o PFL e filiou-se ao PSC.
CRESCIMENTO
O partido do “Peixinho”- PSC – cresceu muito e nada em águas profundas. Tem bons nomes para disputar mandatos proporcionais.
Os mais novos filiados são Susana Azevedo, a vice-governadora Marília Mandarino e César Mandarino, sem contar com os deputados Antônio Santos e Angélica Guimarães.
BONS NOMES
O PSC também tem bons nomes para deputado federal, como Eduardo Amorim e Zezinho Guimarães, além de outras lideranças que pretende tentar a Câmara Federal.
O partido guarda ainda dois nomes fortes na manga, para divulgar posteriormente, além de lideranças como o presidente da Câmara, José Ramos da Silva (Zeca).
TEMER
O presidente nacional do PMDB, deputado federal Michel Temer, fortalece a tese de que o partido deve ter candidato a governador nos estados.
Quanto a Sergipe ele fez uma ressalva: tem que ser ressalvada a reeleição do deputado federal Carlos Alberto.
COLIGAÇÃO
Alguns candidatos de partidos aliados ao PFL querem fazer legenda proporcional com o partido para a disputa pela Assembléia e Câmara Federal.
Se depender dos candidatos a deputado federal pelo PFL, não será assim. Nenhum deles está querendo composição proporcional. Cada um que vá com sua legenda.
RISCO
O presidente nacional do PPS, Roberto Freire, teve uma longa conversa, ontem, com o deputado João Fontes (PDT), mostrando-lhe o risco que ele corre se ficar no partido.
Roberto Freire mostrou que o PDT votou em Aldo Rebelo para presidente da Câmara e tende a apoiar o presidente Lula nas próximas eleições.
PAIXÃO
O deputado Ivan Paixão também alertou João Fontes e lembrou que o prefeito de Salvador, o governador de Alagoas e o deputado Miro Teixeira estão levando o PDT para Lula.
“Como não cai a verticalização, João Fontes ficará sozinho no palanque de Déda”, pensa Paixão. Fontes agradeceu e vai permanecer no PDT.
AMPLA
Já os candidatos proporcionais do bloco que apóia a candidatura de Marcelo Déda defendem uma coligação ampla em todos os níveis.
Há informação que o PSB não pretende se coligar proporcionalmente, porque acha que terá melhores condições de eleger seus candidatos.
Notas
TRANSPOSIÇÃO-1
A senadora Heloísa Helena (PSOL solicitou que o governo tenha sensibilidade política para a questão da greve de fome que está sendo feita pelo frei Luís Flávio, da cidade de Barra (BA) e que está morando em Pernambuco, solicitando a reabertura dos debates sobre a transposição de águas do rio São Francisco.
A discussão sobre transposição do rio São Francisco é uma questão que divide o Nordeste. A senadora disse que há diminuição da força da água do rio e uma desconsideração de estudos de especialistas a respeito do tema.
TRANSPOSIÇÃO-2
José Jorge (PFL-PE) também criticou transposição de águas do rio São Francisco, dizendo que esse é um projeto polêmico dentro do próprio governo, citando como exemplo o Ministério do Meio Ambiente, que tem restrições à matéria. Acha que o rio “estará seco” para novos empreendimentos.
O senador também elogiou a série de reportagens que estão sendo veiculadas pela Rede Globo, no “Jornal Nacional”, sobre o São Francisco, mostrando como o leito do rio está ficando seco no decorrer dos últimos anos.
REFINARIA
O senador pernambucano José Jorge disse que a refinaria de petróleo a ser instalada em seu estado terá capacidade de refino de 200 mil barris por dia. Serão aplicados US$ 2 bilhões para a construção da refinaria, que criará empregos diretos e indiretos. A obra, segundo ele, será projetada para utilizar petróleo pesado.
José Jorge lamentou que a instalação da refinaria em Pernambuco tenha dependido da decisão do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que visitou o estado recentemente com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
É fogo
A dança dos partidos não terminou – oficialmente sim – porque até o dia em que for entregue a ata ao TRE, muita coisa ainda pode acontecer.
Ainda não aconteceu a reunião das empresas publicitárias que foram vencedoras da concorrência no Estado.
O ex-prefeito Jerônimo Reis retorna ao PFL depois de alguns anos. Demonstra que a aliança com o governador João Alves Filho foi par valer.
Já o prefeito de Lagarto, Zezé Rocha, vai se manter no PTB, porque não tem candidatura pela frente.
O governador João Alves Filho (PFL) passa todo o dia de hoje cuidando das filiações partidária, para fortalecer sua composição no próximo ano.
O ex-governador Albano Franco está animado com a presença de novos nomes no PSDB. Acha importante que haja uma renovação.
O deputado estadual Francisco Gualberto (PT) criticou a cobrança de 50 centavos para uso do sanitário público da rodoviária.
O prefeito da Barra dos Coqueiros, Airton Martins (PT), está preocupado com a questão da arrecadação do Fundo de Participação dos Municípios.
A deputada Ana Lúcia (PT) quer que o diretor do Deso, Victor Mandarino, melhores a qualidade de água servida à população de Japoatã.
O deputado estadual Jorge Araújo (PSDB) está preocupado com a retirada do teste da baliza para aprovação da carteira de motorista.
O Ministério Público entrou com uma ação civil pública, acusando o ex-prefeito de Nossa Senhora do Socorro, Antônio Rodrigues Paixão, de improbidade administrativa.
O mês de agosto apresentou o segundo maior índice de cheques roubados de 2005, em todo o país, segundo pesquisa do Telecheque.