Foi com certeza uma festa peemedebista. Não havia gente em excesso, mas o suficiente para que o pré-candidato a presidente da República, Germano Rigotto, sentisse que o PMDB em Sergipe fecha com ele na prévia que o partido realizará para a escolha do candidato à sucessão de Lula. Não fora uma recepção apoteótica, já que se tratava apenas de um cidadão que pretende conquistar o direito de disputar o mandato de presidente da República pelo seu partido. Entretanto, foi o suficiente para mostrar que o PMDB em Sergipe ainda influencia nas eleições proporcionais e majoritárias. Apesar de estar abaixo de Antony Garotinho nas pesquisas e ainda ter que lutar contra o grupo governista que pretende levar o partido para os braços do PT, Rigotto demonstra muita euforia com a possibilidade de ser o escolhidos pelos correligionários para ser o candidato a presidente. O seu discurso não teve o tom de quem pode recuar. Bateu firme no Partido dos Trabalhadores e deu um chute nos pulmões (?) do PSDB. A postura é de quem já está na briga para ganhar, principalmente porque conta com o apoio de estados importantes como São Paulo. Pode-se afirmar que está definida uma terceira via, já que há um movimento nacional de recuperação de um partido que esteve à frente da luta pela redemocratização do país. E é pensando assim que o PMDB vem disposto, consciente do seu papel neste momento e mais propondo mudanças na condução de uma política mais avançada para Brasil. Embora tenha feito campanha pela “diretas já” e tenha sido responsável pela vitória do primeiro presidente civil, mesmo que eleito por um colegiado, o PMDB não conseguiu chegar à presidência da República através do voto popular, pelo qual foi um dos maiores responsáveis. O PMDB passou a andar na contra-mão da história que ele mesmo montou, para seguir rumos lamentavelmente fisiológicos. É bom que reencontre os seus objetivos, se fortaleça como uma frente e retome as suas características anteriores, que fogem ao PMDB parasitário desse momento. Evidente que a presença do pré-candidato Germano Rigotto foi o que houve de mais importante para os peemedebistas sergipanos nesses últimos meses. Entretanto, o que surpreendeu mesmo foi o gesto pragmático do senador Almeida Lima (PMDB), que fez uma revelação inesperada: “se o presidente regional do nosso partido, Benedito Figueiredo, for candidato a governador do estado, retiro a minha candidatura e lhe apóio”. Foi um gesto político no mínimo simpático que, de alguma forma, sensibilizou a Figueiredo, que já teria demonstrado a grupos aliados disposição para esse tipo de desafio. Almeida tem trabalhado para disputar a sucessão estadual pelo PMDB, mas ainda está na base do diálogo e esperando, com paciência, que seus correligionários entendam que essa é a melhor saída para legenda. Almeida Lima começou lembrando a Benedito que começou do mesmo jeito que ele (no PMDB); “andei pelos mesmos lugares que você andou (PDT) e estamos de volta à legenda que iniciamos”. E deixou claro: “aqueles que não têm projeto de PMDB, aqueles que estão satisfeitos com a ante-sala do poder e com as sobras dos banquetes palacianos, podem seguir em frente, que não terão o meu apoio”. Depois do seu pronunciamento o senador Almeida Lima disse que ia conversar pessoalmente com Benedito Figueiredo para perguntar se lhe interessa a candidatura a governador: “se ele disse que sim estaremos no mesmo palanque. Podem ter certeza que o PMDB de Sergipe não precisará de prévias para escolher o candidato ao governo”, avisou. Almeida Lima desembarcou em Aracaju na quinta-feira à noite, veio com Rigotto de um comício em Goiânia, onde fez um discurso que impressionou o presidenciável. A bordo, ouviu dele o elogio: “Ih, rapaz! Acho que você não será candidato a governador. Vou requisitá-lo para minha campanha”. MEXIDA O governador João Alves Filho (PFL) vai dar uma mexida no secretariado já a partir da próxima segunda-feira. Começa com os que serão candidatos. Outros auxiliares, mesmo que não disputem as eleições, também podem ser afastados ou remanejados. O governador quer um novo fôlego a partir de primeiro de março. CONVERSAS Também será a partir da primeira quinzena de março que o governador João Alves Filho vai intensificar a sua política de alianças. João Alves tem consciência: os partidos que podem aliar-se a ele precisam de uma definição, para cuidar dos problemas internos e definir candidaturas. CACHO O secretário da Justiça, Emanoel Cacho, diz que ainda está discutindo com o governador João Alves Filho se sai candidato a deputado federal. Possivelmente até segunda-feira terá uma definição sobre isso. Por enquanto Cacho permanece à frente da Pasta. DECISÃO É uma decisão do governo: nenhum secretário que se desincompatibilizar para disputar mandato político, vai indicar o seu sucessor. Os novos auxiliares serão postos pelo governador João Alves Filho, dentro de uma avaliação do atual momento político. VIAGEM O prefeito Marcelo Déda (PT) viaja na segunda-feira à Brasília. Se chegar a tempo participa do jantar de adesão pelos 26 anos do PT, que terá a presença do presidente Lula. Na realidade, Déda viaja para tratar de assuntos administrativos. Fica lá segunda e terça e terá audiências em oito ministérios. PLANALTO Déda aproveita a viagem para tentar marcar uma audiência com o presidente Lula. Quer uma conversa ao lado do vice-prefeito Edvaldo Nogueira (PCdoB). Vai apresentá-lo como sucessor: “não é que o presidente desconheça Edvaldo, mas é bom mostrar quem vai ficar à frente da Prefeitura”. SERÁ? A informação que circulou, ontem, em Aracaju foi que o ex-governador Albano Franco (PSDB) fechou aliança com o PT, depois de uma conversa com o senador Valadares. Segunda uma fonte bem avisada: “foi por isso que houve algumas manifestações contra o acordo, inclusive da deputada estadual Ana Lúcia (PT)”. TENDÊNCIA O empresário Ricardo Franco não confirmou que o pai (Albano) tenha batido o martelo na aliança com o PT. Mas disse que Déda foi ao apartamento de Albano para um jantar. Aconteceu na terça-feira e, segundo Ricardo, “as coisas estão aceleradas e muito mais concretas”. Acrescentou: “a tendência será o PT”. SINAL O ex-governador Celso Carvalho fez uma visita, ontem, ao prefeito Marcelo Déda. Presenteou-lhe com um quadro de Rosa Faria, da antiga praça Fausto Cardoso. Mais um sinal da aproximação do PSDB e PT. Celso de Carvalho, um gentleman, é muito ligado ao ex-governador Albano Franco. RIGOTTO O governador João Alves Filho (PFL) convidou o seu colega do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto (PMDB), para um café da manhã no Palácio de Veraneio. Rigotto agradeceu e recusou o convite, alegando pouco tempo para conversar com aliados e jornalistas. João Alves insistiu através de telefonema, mas não foi possível. POSIÇÃO Germano Rigotto disse que o PMDB tem que deixar o governo de lado e partir para a ofensiva, com uma candidatura própria. Admitiu que seu partido será a via entre “um PT que está em condição difícil e um PSDB que não fez absolutamente nada”. NÃO ABRE Germano Rigotto avisou que não será vice de ninguém e não abre de sua candidatura. Em Brasília o PT articular uma aliança com o PMDB, para que o partido indique o vice. O presidente regional do PMDB, Benedito Figueiredo, garante que não há divergências do partido em Sergipe, quanto à candidatura de Rigotto. BAILE Rigotto deixou Aracaju com atraso de uma hora e seguiu direto para Natal, onde cumpriu o mesmo programa, em campanha para a prévia do PMDB dia 19 de março. No final da tarde, Germano Rigotto viajou a Recife onde também concedeu entrevista. À noite participou de um baile de carnaval. Notas VERTICALIZAÇÃO A questão da verticalização está se complicando. A Conamp (Associação Nacional dos Membros do Ministério Público) anunciou quinta-feira que irá entrar no STF (Supremo Tribunal Federal) com uma ação direta de inconstitucionalidade contra o fim da verticalização nas coligações partidárias. É a segunda entidade de classe a contestar judicialmente a aplicação imediata da emenda aprovada pelo Congresso. A outra foi a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que quer a aplicação da anualidade. NEPOTISMO-1 O presidente do Tribunal Superior do Trabalho, ministro Vantuil Abdala, considera importante regulamentar, no texto constitucional, a proibição do nepotismo. Admite que a regulamentação acabaria com as discussões sobre a competência do Conselho Nacional de Justiça para dispor sobre a matéria. NEPOTISMO-2 É fogo São Cristóvão está organizando o seu carnaval de rua, que será no mesmo estilo do realizado o ano passado. Pirambu também já começou a se agitar com a proximidade do carnaval. Lá a folia começa mais cedo e termina mais tarde. Aracaju é uma cidade que tradicionalmente descansa durante o carnaval e este ano até os shoppings só fecham na terça-feira. A Unimed massacra os seus clientes na hora da marcação de exames. Mesmo que seja o plano mais alto e pago em dia sofre constrangimento. O deputado federal Heleno Silva (PL) está merecendo todas as atenções da imprensa, pela declaração de que aceita ser o vice de João Alves Filho. O secretário das Finanças, Nilson Lima (PT), está trabalhando duro sua candidatura a deputado federal. O petista Severino Bispo também atua entre os membros de sua tendência para disputar uma vaga na Câmara Federal. Está começando a crescer o número de cirurgias para transplante de rins em Aracaju, através do corpo médico da Climese. Há necessidade de uma campanha mais agressiva para incentivar a doação de órgãos e salvar vidas. De olho na campanha para deputado federal, o vereador Daniel Fortes (PSC) começa a trabalhar pelo social. O secretário da Agricultura Sergio Reis esteve reunido com o empresário do Consórcio Italiano da Lombardia, que demonstraram interesse no projeto Nova Califórnia. A fim de ampliar sua rede de parcerias, o Sebrae lançou um edital de credenciamento para as entidades dedicadas ao ensino, pesquisa, desenvolvimento e extensão tecnológica. brayner@infonet.com.br
Já o corregedor do Conselho Nacional de Justiça, ministro Antônio de Pádua Ribeiro, concorda com a opinião de Abdala. Para ele, o Poder Judiciário deveria atender aos anseios da sociedade com o nepotismo.
O presidente da comissão especial que analisa a segunda etapa da reforma do Judiciário, deputado Átila Lins (PMDB-AM), entende que é preciso encontrar uma solução para o problema da contratação de parentes nos três poderes da República: executivo, legislativo e judiciário, para que haja consenso.
Ressaltou que a disposição desse tema, na Constituição Federal, além de acabar com os conflitos de competência do Conselho Nacional de Justiça, resolverá a falta de uniformidade das constituições estaduais.
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