O Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) jogou duro, ontem, em sua posição contra o entendimento que membros da cúpula do seu partido, como o presidente do Congresso, Renan Calheiros (AL), e o senador José Sarney (AP). Da tribuna da Câmara, o líder do partido naquela casa anunciou a decisão da Direção Nacional de desautorizar os dois ilustres filiados a fecharem qualquer acordo de apoio ao Governo Lula, em nome de um pacto de governabilidade, principalmente por ser dado em troca Ministérios e, naturalmente, algumas estatais.
Os sete governadores do PMDB assinaram nota oficial censurando o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o senador José Sarney, por terem negociado com Lula a nomeação de três ministros do partido (Hélio Costa para Comunicações, Saraiva Felipe para Saúde e Silas Rondeau para Minas e Energia). A nota registra que os dois senadores jamais foram autorizados a negociar cargos ou funções em nome do partido e que deveriam ter respeitado a decisão da convenção nacional do PMDB realizada em dezembro de 2004. A convenção decidiu que filiados ao partido deveriam deixar os cargos que ocupavam no governo sob pena de serem expulsos.
O PMDB estranha essa posição de duas das mais expoentes figuras do partido, porque agride diretamente uma decisão partidária, com a qual concordaram. Nesse momento, em que negociações de cargos para apoio ao governo vêm sendo postas em dúvida, fechar um acordo com o Planalto, recebendo como troca três ministérios e algumas estatais, os holofotes poderão se virar para um partido, cuja convenção decidiu afastar qualquer dos seus filiados de cargos, inclusive sob pena de expulsão. Evidente que não se pode fazer qualquer acusação, mas, como disse o presidente do Diretório Regional de Sergipe, ex-vice-governador Benedito Figueiredo, o senador José Sarney não tem nenhuma relação histórica e programática com o PMDB. Apesar disso, a partir de agora, Renan e Sarney são os novos exclusivos conselheiros do presidente Lula, o que parece não interessar ao Diretório Nacional da legenda, que deseja manter sua posição política de independência.
Mesmo com a posição dura do partido em relação a uma composição com o presidente Lula da Silva, o Palácio do Planalto confirmou ontem a indicação de três ministros do PMDB, mas deixou o restante da reforma ministerial para anunciar só quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva retorna de viagem à Escócia, onde participa da reunião do G8. Conforme foi amplamente divulgado, o senador Hélio Costa (PMDB-MG) vai mesmo para o Ministério das Comunicações e o atual presidente da Eletrobrás, Silas Rondeau, para Minas e Energia. O deputado Saraiva Felipe (PMDB-MG) será o titular do Ministério da Saúde. A posse dos novos ministros já está marcada para sexta-feira, no Palácio do Planalto.
A reforma teve por objetivo ampliar a participação do PMDB no governo e reforçar o campo de forças políticas no que pode ser considerada a pior crise política da atual gestão.
A reforma é interpretada como uma reação à crise política e portanto, não deve parar nessas três pastas: pode envolver inclusive o Banco Central, cargos do segundo escalão e as diretorias das principais estatais. A ordem é tirar do governo agora todos aqueles tenham sido citados em denúncias de corrupção. Até aí tudo bem para os dois senadores e péssimo para o PMDB. Agora resta saber qual a posição que será adotada pelo partido por essa rebeldia do presidente do Congresso, Renan Calheiros, e pelo senador José Sarney. Se for seguir o que determinou a convenção nacional do PMDB, a penalidade seria a expulsão.
SENADO
O empresário Max Andrade ainda não havia sido informado, pessoalmente, que poderá assumir uma vaga no Senado. Ele se encontra em viagem com a família.
Caso não estivesse viajando, Max Andrade teria tomado o café da manhã, ontem, com o senador Almeida Lima (PSDB) e talvez saísse de lá para assumir o Senado.
BENEDITO
O presidente regional do PMDB, Benedito Figueiredo, diz que o partido em Sergipe segue o que foi decisão na convenção nacional realizada em dezembro.
A decisão da convenção foi a entrega dos cargos, afastamento do governo federal e lançamento de candidatura própria a presidente da República.
POSIÇÃO
A posição de Benedito praticamente acompanha a decisão da maioria dos membros do partido, exposta ontem pelo líder do PMDB na Câmara. A nota desautoriza os senadores Renan Calheiros e José Sarney a negociar cargos para o PMDB no governo. O partido vai expulsar quem assumir qualquer órgão no governo.
SUSPENSÃO
O deputado federal João Fontes quer que todos os projetos aprovados, depois dos saques feitos pelo publicitário Marcos Valério, sejam suspenso. João diz que é preciso uma investigação sobre essa coincidência entre os saques e a aprovação das Medidas Provisórias.
TENSÃO
O deputado João Fontes (PDT) criou uma certa tensão na CPI dos Correios, ontem, ao declarar que o seu colega Geraldo Tadeu (PPS-MG) tinha alguma coisa a declarar sobre Marcos Valério. Geraldo explicou que conheceu Marcos Valério em 1999, quando pretendia disputar a reeleição de prefeito de sua cidade. Valério propôs arranjar recurso para a campanha.
INOCÊNCIA
O deputado federal José Carlos Machado não consegue entender como é que o presidente Lula (PT) não sabia do esquema de corrupção que está posto à mesa. Argumenta que o ex-ministro José Dirceu e o presidente do PT, José Genoino são muito ligados ao presidente e aparecem em todas as denuncias.
SUPLENTES
O secretário nacional da UVB, Fabrício Cardoso, diz que a liminar do desembargador Roberto Porto, na questão dos suplentes de vereador, é correta. Roberto deu 10 dias para que os juizes eleitorais refaçam os cálculos dos quocientes eleitorais anteriores à eleição de 2004.
INJUSTIÇA
Com a liminar, o desembargador Roberto Porto evita o retorno à Câmara de que não obteve número de votos suficientes eleger-se caso não houvesse a resolução do TSE. Alguns suplentes de vereador que não têm direito ao retorno também assinaram a relação e Roberto Porto quer saber quem deverá assumir ou não.
MACHADO
O deputado federal José Carlos Machado (PFL) anunciou ontem que serão votado recursos para expansão da Universidade Federal em Sergipe. Segundo o deputado Machado, o Ministério da Educação aprovou uma faculdade para o município de Itabaiana,
EXCLUSÃO
José Carlos Machado denunciou que Sergipe havia sido excluído do projeto de expansão das Universidade, pelo Ministério da Educação. Lembrou que só depois de uma luta da bancada e políticos sergipanos é que o Ministério recuou e resolveu incluir Sergipe no projeto.
HELENO
O deputado federal Heleno confirmou que foi uma luta muito grande para se conseguir incluir Sergipe na expansão da Universidade. Considerou, entretanto, que é muito pouco apenas um núcleo da universidade para Sergipe. Heleno disse que “não podemos aceitar apenas a expansão de um núcleo”.
PAIXÃO
O deputado federal Ivan Paixão (PPS) considerou ontem que a luta da oposição foi vitoriosa para impedir que o governo montasse o CPI do abafa. Paixão reconhece que a partir de afora “temos a esperança de ver os fatos serem apurados e as denúncias de Roberto Jefferson serem esclarecidas”.
LISTA
Candidatos a mandatos majoritários e à reeleição estão preocupados com a instituição da lista fechada, porque acham que ela privilegia que se saiu bem no pleito anterior. A maioria acha que esse item da reforma não passa no plenário da Câmara, porque não é bom para a maioria dos parlamentares.
Notas
CAPELA-1
O secretário da Educação de Lagarto, José Carvalho de Menezes (Juquinha do PT) disse ontem que não aconteceu a discussão, seguida de agressão física, entre ele e o vereador Xexéu, no gabinete do prefeito Zezé Rocha. Juquinha diz que cabe a cada vereador fazer as suas reivindicações e vê-las atendidas. Entretanto, segundo Juquinha, as reivindicações só podem ser atendidas dentro do que o município dispõe, “até porque acima do secretário está o prefeito”. Juquinha diz que não tem qualquer divergência com o vereador.
CAPELA-2
O secretário da Educação de Lagarto, Juquinha do PT, disse que neste momento a sua preocupação da expansão da Universidade Federal, para que o seu município seja beneficiado com uma faculdade. Diz que essa é uma luta de Lagarto, que tem a participação dos líderes políticos do estado. Juquinha diz que está satisfeito com a posição do prefeito Zezé Rocha (PTB), “até porque ele se mostra um aliado presente do prefeito de Aracaju, Marcelo Déda (PT)”. Juquinha diz que entende a ânsia do vereador.
HOMOSSEXUAIS
A Comissão de Seguridade Social e Família aprovou hoje o decreto de lei da deputada Maninha (PT-DF), que proíbe as operadoras de planos de saúde de criarem restrições à inscrição de companheiros homossexuais como dependentes do titular. A proposta altera a regulamentação dos planos de saúde. O projeto recebeu parecer favorável da relatora, deputada Laura Carneiro (PFL-RJ). Em seu relatório a deputada carioca diz que os planos de saúde discriminam idosos, portadores de deficiência e homossexuais.
É fogo
Os deputados continuam brigando em Brasília pela extensão da Universidade Federal para municípios sergipanos.
A notícia sobre a discussão entre o vereador Xexéu e o secretário Juquinha do PT provocou uma grande movimentação em Lagarto.
Dificilmente a lista fechada para a disputa das eleições proporcionais do próximo ano, aprova na CCJ, dificilmente passará no plenário.
O senador Antônio Carlos Valadares (PSB) lamentou a suspensão das obras do gasoduto do Sudeste para o Nordeste.
O governador João Alves Filho (PFL) permanecerá em Buenos Ayres até a próxima segunda feira e chega a Sergipe na terça feira.
O prefeito de Campo do Brito, Manuel de Souza (PTB), teve o seu trabalho destacado na Assembléia pelo deputado Fabiano Oliveira (PTB).
O prefeito de São Cristóvão (PTB) vem recebendo críticas das comunidades, que querem a execução de obras essenciais, conforme promessas de campanha.
O ex-prefeito de Pirambu, André Moura (PFL), deve assumir a Secretaria Metropolitana na próxima semana, quando o governador João Alves Filho retornar de férias.
Alguns deputados estaduais já estão viajando de férias o que fica absolutamente definido que não haverá convocação da Assembléia Legislativa.
A inflação em São Paulo acumulou aos 11 anos do real uma taxa de 160,96% impulsionada principalmente pelos preços administrados e monitorados.
Há dois anos, a Igreja Universal construiu um gigantesco templo em Belo Horizonte, capaz de abrigar cinco mil pessoas assentados.
A Terceira Turma do STJ atendeu ao pedido da Vasp para suspender uma liminar na Justiça Federal que beneficiava portadores de necessidades especiais.
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